No Maranhão

Projeto garante que comunidades tradicionais tenham maior acessibilidade à Internet

Iniciativa vai beneficiar as comunidades de Penalva, Centro dos Pifeiros, Taquaritua e Camaputiua

Com informações de assessoria

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Quilombolas de Bom Jesus, na Baixada Maranhense, reunidos com representantes do Nupef para alinharem sobre a instalação na internet
Quilombolas de Bom Jesus, na Baixada Maranhense, reunidos com representantes do Nupef para alinharem sobre a instalação na internet (comunidades)

SÃO LUÍS- Penalva, Centro dos Pifeiros, Taquaritiua, Camaputiua são comunidades tradicionais no Maranhão que vivenciam a experiência de um acesso mais rápido e democrático à informação por meio da Internet. Quebradeiras de coco babaçu, indígenas e quilombolas integram o projeto do Instituto Nupef (Núcleo de Pesquisas, Estudos e Formação) que tem como um dos objetivos promover o Direitos Humanos e a Justiça Social, por meio do uso de tecnologias da informação e da comunicação.

A terceira comunidade, em parceria com o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), a receber a estrutura tecnológica, na segunda quinzena de dezembro, será o quilombo Bom Jesus, na Baixada Maranhense. Na semana passada, quilombolas e representantes do Instituto se reuniram para definir como será o processo de implantação no território.

Para a liderança comunitária e quebradeira de coco babaçu de Bom Jesus, dona Maria do Rosário Costa Ferreira, o acesso à informação representa maior autonomia, principalmente, em relação à defesa do território. “Tecnicamente o acesso será viabilizado pelo Nupef, mas é essencial que comunidade se organize no uso dessa comunicação: gerar informação sobre as nossas necessidades, falar sobre a nossa história, viabilizar o acesso às aulas durante o período pandêmico entre outros conteúdos”, afirmou.

De acordo com a assessora técnica do Nupef no Maranhão, Carolina Magalhães, as ações do Nupef integram às diretrizes do Instituto do direito à livre comunicação e expressão “que é um direito fundamental e considerado condição essencial para o exercício pleno da cidadania”, afirmou.

Participaram da reunião, lideranças quilombolas de outras comunidades com o sistema já implantado. Foi o caso da quebradeira de coco babaçu, Maria Antonia, do quilombo Camaputuia, também na Baixada Maranhense. Ela falou sobre o uso das senhas individuais para a comunidade e a experiência sobre a coleta da verba para pagamento do plano mensal (em média R$ 15,00por pessoa). “O sistema ajudou muito a comunidade, principalmente os jovens que estudam nesse tempo de pandemia. Ruim mesmo é ficar sem internet, sem comunicação”.

O Nupef proporciona os equipamentos (roteadores e computadores, além de garantir a carência por seis meses do pagamento pelo uso da Internet). Enquanto a comunidade se responsabiliza pela manutenção e uso dos aparelhos. Para isso, a própria comunidade indica os representantes que participarão da capacitação para resolução de pequenos problemas técnicos. O diferencial é que a própria comunidade fica responsável pela manutenção dos equipamentos, acesso e distribuição das senhas e pagamentos.

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