História do Maranhão

Região Metropolitana de São Luís tem 13 municípios em sua atual configuração

Desde o início dos anos 2000, com a chegada de investimentos, algumas cidades como São Luís registraram maior índice de desenvolvimento em relação às demais

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Mapa da RMGSL
Mapa da RMGSL (RMGSL)

Mapa da RM

1. Alcântara
2. São Luís
3. São José de Ribamar
4. Paço do Lumiar
5. Raposa
6. Bacabeira
7. Rosário
8. Axixá
9. Icatu
10. Morros
11. Cachoeira Grande
12. Presidente Juscelino
13. Santa Rita

Fonte: IBGE

São Luís - No dia 12 de janeiro de 1998, por meio de legislação específica (Lei Complementar nº 038/1998), foi criada a Região Metropolitana da Grande São Luís. Inicialmente com quatro municípios (São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa), o território passou a discutir de forma conjunta as ações e políticas voltadas para o benefício comum destas populações.

A partir do início dos anos 2000, com a chegada de investimentos no setor secundário, com o incremento do polo industrial existente, a expansão das commodities minerais e agrícolas e ainda com o crescimento de mercados internacionais, como o chinês por exemplo, além da inclusão de projetos que visaram o incremento do crédito imobiliário possibilitam melhor distribuição de investimentos por São Luís e cidades vizinhas.

Com isso, neste período que se tornou necessário ampliar o leque de cidades que fariam parte desta região urbana. A partir de 2003, com a incorporação da cidade de Alcântara, foi dado início no processo de repaginação do núcleo metropolitano pertencente à Grande São Luís. Dez anos mais tarde, outras três cidades tornaram-se oficialmente integrantes da Região Metropolitana: Rosário, Bacabeira e Santa Rita. No mesmo ano, a cidade de Icatu foi inserida oficialmente na Região Metropolitana da Grande São Luís (RMGSL).

Com isso, a RMGSL passou a ter nove cidades em seu eixo central. Os novos interesses econômicos e, principalmente, a mobilidade diária perceptível de força de trabalho que passou a circular entre essas cidades, com maior frequência, elaboraram condições para que novos municípios fossem aceitos no macro território.

Há cinco anos, as últimas cidades a fazerem parte do território metropolitano de São Luís foram chanceladas: Cachoeira Grande, Axixá, Morros e Presidente Juscelino. O Estado detalha nesta reportagem os benefícios a partir da atual configuração da região metropolitana. Além de citar dados oficiais (como contingentes populacionais, participações na economia e outros dados) e o futuro deste polo, será ressaltado o benefício de sua criação, como a demarcação dos territórios com maior grau de eficácia, evitando omissão total na adoção de medidas de impacto social.

Dados oficiais
Segundo o importante trabalho acadêmico intitulado “Metamorfoses no Espaço Metropolitano de São Luís”, de Francisco Rodrigues Lopes, em 2010, a RMGSL registrava uma população aproximada de 1.492.370 pessoas. O dado corresponde a 23% da população de todo o estado. Com uma área total configurada em 9.304 km² (ou seja, quase 3% de todo o território do Maranhão), atualmente a Grande São Luís representa um impacto de R$ 20 bilhões, ou 44% do total) na economia maranhense.

Especialistas apontam que o dado referenda a forte centralização de riqueza em um eixo considerado reduzido do Maranhão. Isso reflete não somente em desigualdades entre cidades pertencentes e não pertencentes ao eixo metropolitano, como também em diferentes realidades internas.

No interior da região metropolitana, mais especificamente em São Luís, é possível ver a concentração de renda em uma pequena parte da população. Com isso, há a formação presente de núcleos urbanos representados por bairros, como Ponta d’Areia, Ponta do Farol, Renascença e Calhau.

Em contrapartida, cidades como Alcântara registram Índices de Desenvolvimento Humano abaixo da média da capital, por exemplo. Só para se ter uma ideia, somente São Luís (desconsiderando as demais cidades da RMGSL) representa no PIB aproximadamente R$ 14 bilhões.

Tal eixo de valores possibilitou a construção e reforma de grandes avenidas, a manutenção prévia do acervo dos prédios mais tradicionais e, principalmente, a implementação de políticas voltadas para as áreas de saneamento básico e preservação do meio ambiente. Em São Luís, é possível ver áreas como a Península, por exemplo, frutos de investimentos e concentração de renda mais elevada, em comparação a outras cidades.

Esta região, aliás, somente teve o seu desenvolvimento possibilitado pela expansão da cidade consolidada em 1970, com a construção da Ponte José Sarney, cuja história foi retratada nas páginas de O Estado, em fevereiro deste ano. A Ponte Bandeira Tribuzi, cerca de uma década mais tarde, ratificou este processo de crescimento físico da cidade, eixo da RM (Região Metropolitana).

A capital, além de concentrar mais riqueza, atrai maior número de investimentos. Recentemente, a cidade foi beneficiada com a implantação de políticas de modificação de espaços urbanos, como o PAC Cidades Históricas. Um dos locais revitalizados foi a Praça Deodoro e suas Alamedas (Silva Maia e Gomes de Castro). Entregues no ano passado, os valores são resultado de parceria do Município com o Governo Federal.

Se por um lado, São Luís por sua participação no PIB metropolitano atrai mais recursos, por outro, as demais cidades sofrem com problemas em itens básicos. Em São José de Ribamar, por exemplo, registro feito por O Estado em 2018 aponta a presença de grupos criminosos em localidades.

Em vias de Paço do Lumiar, questões mal resolvidas nas áreas de esgotamento sanitário e ausência de pavimentação mais específica (agravadas pela ausência de envio de recursos mais maciços) também geram acessos com problemas. Na Vila Cafeteira, no referido município, existem ruas que – nos períodos de chuva – sofrem com a retirada gradual da camada asfáltica. Sem a mesma pujança da capital, cidades menos favorecidas economicamente precisam fomentar atividades locais. O caso mais emblemático é a cidade de Raposa, situada a 28 quilômetros da capital. Por lá, a atividade pesqueira e a produção de rendas ainda representam financeiramente.

A ligação física entre os municípios da região metropolitana também é fundamental para gerar o fluxo de pessoas entre os diferentes territórios (uma marca da metropolização) e, em consequência, movimentar a economia entre estas cidades. A MA-201, por exemplo, é o acesso utilizado para a conexão entre a capital, por exemplo, e o município de Ribamar.

Além de chegar ao território ribamarense, é possível pela rodovia estadual chegar até a sede de Paço do Lumiar. Diariamente, milhares de pessoas fazem o trajeto para o cumprimento de suas obrigações pessoais.


SAIBA MAIS

Falta de divulgação

Popularmente, é restrito o grupo de pessoas que adotam diariamente a nomenclatura e definição corretas da RMGSL. Experiente no assunto, o professor de Geografia e pesquisador do tema, Hilton Franco, disse a O Estado que essa ausência de conhecimento é resultado da cultura e, principalmente, da ausência de esclarecimento nas escolas.

“Já tem cinco anos que a Região Metropolitana da Grande São Luís é integrada por 13 municípios, mas poucas pessoas sabem disso. Talvez seja por falta de divulgação. Alguns acham que a RM de São Luís é composta apenas pelos quatro municípios que formam a Microrregião da Aglomeração Urbana de São Luís. Nas minhas aulas, eu sempre informo para os alunos que são 13 municípios e ainda mostro o mapa para os alunos identificando município por município”, destacou o professor.

Números

13 municípios formam hoje a Região Metropolitana da Grande São Luís

1.492.370 pessoas é a população da Região Metropolitana da Grande São Luís

23% da população de todo o estado está na RM

9.304 km² é a área total configurada da RMGSL, ou seja, quase 3% de todo o território do Maranhão

R$ 20 bilhões, ou 44% do total é o impacto da RM na economia maranhense

R$ 14 bilhões é o peso somente de São Luís no Maranhão quanto à economia

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE)

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