Saúde

Automedicação em tempos de pandemia é um perigo!

Automedicação em tempos de pandemia é um perigo para a população; pesquisas na internet sobre medicação é algo frequente, mas deve ser evitado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Muitas pessoas fizeram uso de automedicação na pandemia
Muitas pessoas fizeram uso de automedicação na pandemia (automedicação)

SÃO LUÍS- Quem nunca tomou um remédio sem prescrição após uma dor de cabeça ou febre? E quem nunca pediu a opinião de um amigo sobre qual medicamento ingerir em determinadas situações? A automedicação, muitas vezes vista como uma solução para o alívio imediato de alguns sintomas, pode trazer consequências mais graves do que se imagina.

A pandemia causada pelo novo Coronavírus acentua o hábito dos brasileiros, causando um aumento significativamente na venda de medicamentos relacionados à COVID-19 no país. Segundo uma pesquisa encomendada pelos conselhos de Farmácia, suplementos alimentares, antigripais, vitaminas e minerais, entre outros medicamentos, foram os mais procurados na busca para fortalecer a imunidade e prevenir a infecção pelo coronavírus, mesmo sem comprovação científica.

Ainda segundo a pesquisa, entre os medicamentos que tiveram aumento nas vendas, estão Hidroxicloroquina, Paracetamol, Dipirona Sódica. Em algumas farmácias da capital, as vitaminas D e C chegaram a faltar nas prateleiras tamanha a procura. “Apesar de nenhuma comprovação esse medicamentos passaram a ser mais procurados pela população na tentativa de se blindar do vírus”, lembra médica clínica do Hapvida Saúde, Aparecida Quintanilha.

Vale ressaltar que apesar dos esforços da comunidade científica, até o momento não uma medicamento cientificamente comprovado que combata a COVID-19. A esperança dos brasileiros é a CoronaVac, vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac Biotech que acaba de concluir a terceira etapa de testes clínicos em 9 mil brasileiros, por meio de uma parceria com o Instituto Butantan.

Perigos da automedicação
Todo remédio possui efeitos colaterais e, quando ingerido de forma incorreta, pode causar mais malefícios que benefícios ao organismo. “O uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento de uma doença, uma vez que a utilização inadequada pode esconder determinados sintomas”, alerta a médica.
No caso dos antibiótico, a atenção deve ser sempre redobrada. “O uso abusivo de antibiótico pode facilitar o aumento da resistência de microorganismos, o que compromete a eficácia dos tratamentos”, explica.

Outra preocupação quando o assunto é automedicação é combinação inadequada dos medicamentos. “Neste caso, o uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro. Por isso é tão importante conscientizar a população sobre os riscos que uso de remédios de maneira incorreta ou irracional pode trazer. Algumas das consequências são as reações alérgicas, dependência e até a morte”, destaca a especialista.

Além do impacto sobre saúde da população, as reações adversas a medicamentos também influenciam significativamente nos custos despendidos com saúde. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os hospitais gastam entre 15% a 20% de seus orçamentos para lidar com as complicações causadas pela automedicação, caracterizando um problema de saúde pública.

Cuidado com o ‘Dr. Google’!
Ele não é clínico geral, sequer é formado em Medicina, mas vem ganhando a preferência da população brasileira quando o assunto é consulta sobre saúde. O “Dr. Google” é o primeiro a ser procurado por 26% dos brasileiros quando se deparam com algum problema na área. O levantamento realizado pelo próprio Google, aponta que o Brasil é o país em que as buscas referentes ao tema, mais cresceram no mundo nos últimos anos.

Para médica clínica, a internet é como uma ferramenta valiosa, desde que seja utilizada com critério. De acordo com ela, a falta de experiência das pessoas com temas relacionados à saúde pode levá-las a achar que tem uma doença grave, quando o problema é bem menor. Ou também pode acontecer o contrário. “A pessoa pesquisa os sintomas e conclui que não é nada sério, que um chá resolve, ignorando algo que pode ser mais sério do que realmente parece”, completa.

A saída para minimizar os problemas causados pela automedicação, é a conscientização por parte da própria sociedade. “Os pacientes devem considerar exclusivamente as orientações de profissionais habilitados e após um diagnóstico seguro. No caso de eventuais dúvidas na utilização de qualquer medicamento, consulte sempre o seu médico ou farmacêutico. Lembre-se: a automedicação pode trazer sérios riscos à saúde”, orienta a médica.

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