Violência

TV do Irã diz que arma usada para matar cientista foi feita em Israel

Uma fonte não identificada disse que armas recolhidas no local do assassinato trazem o logotipo e especificações da indústria militar israelense

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Foto divulgada pela agência semioficial Fars mostra local onde o cientista iraniano Mohsen Fakhrizadeh foi morto na sexta-feira ,27
Foto divulgada pela agência semioficial Fars mostra local onde o cientista iraniano Mohsen Fakhrizadeh foi morto na sexta-feira ,27 (Mohsen Fakhrizadeh )

TEERÃ - O canal iraniano em inglês Press TV noticiou ontem,30, que a arma usada para matar o cientista nuclear iraniano Mohsen Fakhrizadeh na semana passada foi feita em Israel, inimigo de longa data da República Islâmica.

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"As armas recolhidas no local do ato terrorista (onde Fakhrizadeh foi assassinado) trazem o logotipo e as especificações da indústria militar israelense", disse uma fonte não identificada à Press TV.

Em Jerusalém, não houve resposta imediata das autoridades israelenses contatadas para comentar a reportagem.

No domingo, 29, a agência de notícias semioficial iraniana Fars disse que Fakhrizadeh foi morto com uma metralhadora operada por controle remoto, e o canal em árabe Al Alam TV noticiou que as armas usadas foram "controladas por satélite".

Na sexta-feira, testemunhas disseram à TV estatal que havia atiradores no local.

Falando antes da publicação da reportagem da Press TV, o ministro israelense da Inteligência, Eli Cohen, disse à rádio 103 FM nesta segunda-feira que não sabe quem foram os responsáveis.

Fakhrizadeh, identificado por Israel como uma das pessoas mais influentes no que afirma ser o empenho iraniano para obter armas nucleares, foi assassinado na sexta-feira quando seu carro foi crivado de balas em uma rodovia próxima de Teerã.

O ministro da Defesa prometeu que o Irã retaliará sua morte. Teerã sempre negou estar em busca armas nucleares.

Armas nucleares

Fakhrizadeh era considerado o principal nome dos programas secretos iranianos para projetar uma ogiva atômica pelos serviços de inteligência dos EUA e de Israel e trabalhou no programa de armas nucleares do Irã por duas décadas, até que este foi oficialmente interrompido no começo dos anos 2000.

Há suspeitas, porém, de que ele continuou envolvido em planos secretos depois disso.

De acordo com a Associated Press, Fakhrizadeh liderou o chamado programa “Amad” ou “Esperança” do Irã. Israel e o Ocidente alegaram que se tratava de uma operação militar visando a viabilidade de construir uma arma nuclear no Irã. Teerã há muito mantém que seu programa nuclear é pacífico.

A Agência Internacional de Energia Atômica diz que o Irã "realizou atividades relevantes para o desenvolvimento de um dispositivo explosivo nuclear" em um "programa estruturado" até o final de 2003. Esse seria o programa Amad, que incluiu o trabalho em altos explosivos cuidadosamente cronometrados necessários para detonar uma bomba nuclear.

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