Audiovisual

Saberes sagrados do Maranhão em mostra de curtas-metragens

Dois curtas maranhenses serão exibidos no Festival Arte como Respiro que começa hoje no site do Itaú Cultural

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Cena do curta "Florações Jurema", de Nayara Albuquerque
Cena do curta "Florações Jurema", de Nayara Albuquerque (Florações Jurema)

São Luís - O s trabalhos maranhenses “Obabìnrin”, de Brena Maria e “Florações Jurema”, de Nayara Albuquerque integram o Festival Arte como Respiro – Edição Audiovisual, que o Itaú Cultural exibe em seu site www.itaucultural.org.br entre hoje e o dia 15 de dezembro. A programação reúne o segundo recorte dos projetos contemplados neste segmento dentro da série de editais de emergência realizada pela instituição para apoiar artistas impactados pela suspensão social no contexto da pandemia do Covid-19.
A partir do tema Descobertas e/ou Redescobertas, foram selecionados mais 90 curtas-metragens, entre documentários, ficções e filmes experimentais, realizados com diferentes técnicas e linguagens. Todas essas histórias foram registradas nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espirito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
Os curtas-metragens selecionados para esta edição tem até três minutos de duração, cada, e foram divididos em nove programas: Olhares para Dentro – parte 2, Janelas, Reminiscências – parte 2, Corpo Político, Corpo Presente, Universos Oníricos, Poesias Concretas, Saberes Sagrados (no qual estão inseridos os curtas maranhenses), Femininas e Plurais e Uma Pitada de Humor.

Saberes sagrados
Em Saberes Sagrados, 12 curtas-metragens mostram o conhecimento como algo sagrado e as diferentes manifestações religiosas coexistentes. Não importa se no templo ou no terreiro, na igreja ou em casa, a espiritualidade aqui é exercida em liturgias, rituais, festas populares, com crenças escritas em páginas sagradas, mas também transmitidas nas tradições orais, passadas de pais para filhos, netos e bisnetos.
Neste contexto está “Florações Jurema”, um encontro com a memória da mestra Dona Filomena, permeando caminhos do afeto que guiam a cineasta Nayra Albuquerque a encontrar a Cabocla Jurema, a planta sagrada e a própria mestra, nos mistérios da natureza, da contação e da atenção à ancestralidade. O trabalho expressa o acontecimento da resistência afro-brasileira e indígena através das potências da memória da mãe de santo Dona Filomena.
Já “Obabìnrin” se inicia a partir da orientação recebida por Brena Maria no quilombo Santa Joana. “Obabìnrin” é um poema quase sonho feito em um quintal, na periferia da São Luís, com imagens de objetos e memórias de um ser encantado e embalado pela musicalidade da mata.


Programas
Com 15 filmes, o programa Olhares par Dentro – parte 2 traz histórias que falam sobre a solidão e o olhar para si mesmo. A descoberta ou a redescoberta das percepções sobre a passagem do tempo conduzem os filmes que podem ser assistidos no programa Janelas.
Por sua vez, Reminiscências – parte 2 traz 10 curtas-metragens que abordam perdas, ausências e saudades. As memórias relembradas são transmitidas por relatos ou por objetos. Reminiscências são identificadas nos cheiros, sabores, visões e sons. As redescobertas estão presentes nas pessoas, animais, objetos e lugares. Lembrar e relembrar são pequenos atos de resistência, de manter viva uma memória coletiva ou individual.
Com 12 filmes com acessibilidade em Libras e legendas em português, Corpo Político, Corpo Presente faz inspirar e expirar arte. Essas histórias mostram como os corpos podem ser bandeiras das batalhas que se quer/deve entrar, ou apenas suportes em que se traduzem um pouco mais da cultura, identidade, valores. Corpos que podem ser combativos ou que chamam para o combate. Que podem defender ou atacar. Viver ou morrer, por opção ou imposição.
Nos 11 vídeos do programa Universos Oníricos, o público vê uma realidade que parece um sonho (ou pesadelo). Os mundos imaginados, os sonhos, as fantasias e as distopias podem ser formas de lidar com o presente ou de forjar um futuro.
Uma seleção de 12 produções representa a vida na cidade contemporânea, no programa Poesias Concretas com produções que destacam características urbanas como a agressividade, injustiça, resignação, abuso, aglomeração e, ao mesmo tempo, solidão. Também há quem veja a poesia na esquina, na rotina, na memória afetiva de um espaço público ou na saudade de uma sala de cinema.
No programa Femininas e Plurais, o público acompanha um breve recorte de filmes realizados por mulheres, com protagonistas femininas ou sobre o feminino. São 13 histórias que mergulham sobre a potência da mulher, seu empoderamento e a eterna e constante luta para reconquistar espaços que foram tomados.
Para concluir a programação, Uma Pitada de Humor mostra que entre uma tarefa e outra, um café pode trazer a leveza necessária para seguir o dia. Os filmes oferecem a diversão de um café com os amigos, mas também reflexões amargas disfarçadas de um café com açúcar. l

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