Artigo

"Histórias do confinamento"

Luiz Thadeu Nunes e Silva/Engenheiro agrônomo, palestrante e viajante, o sul-americano mais viajado do mundo, já visitou 143 países em todos os continentes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18

Para quem acha que o coronavírus se cansou de nós brasileiros, bateu asas e voou de volta para Wuhan, na China, de onde não deveria ter saído, está redondamente enganado.

Embora muita gente esteja nas ruas, no shopping, na praia, a Covid-19 continua matando, sem pena ou piedade. Na Europa voltou com força total, que muitos já chamam de segunda onda. Algumas cidades europeias decretaram lockdown novamente.

Vejo na TV imagens de festas, principalmente entre jovens, todos sem máscara, aglomerados, do alto de suas adrenalinas: livres, leves e soltos, felizes como se não houvesse amanhã, na esbórnia a celebrar a vida, que muitos, de diferentes idades, teimam a preservar. Nunca foram tão irresponsáveis com suas vidas e dos próximos, muito próximos: avós, pais, tios e tias.
“As pessoas falam de segunda onda agora como se falava da última moda na França e das mulheres que traem seus maridos fumando Gitanes. A Covid é uma sociabilidade. E, por isso mesmo, uma fofoca. Logo farão webinários sobre a nova “consciência da Covid”, escreveu Luiz Felipe Pondé, em sua coluna na Folha.

Uma volta rápida por nossa cidade, em especial à noite, vemos bares e restaurantes voltarem “ao normal” de antes do isolamento por causa do coronavírus.

Assisto em um telejornal, uma matéria de um grupo de teatro de Belo Horizonte, Galpão, que resolveu encenar uma peça, que é uma mistura de teatro, cinema e as famosas e atuais lives, cujo título “Histórias do confinamento”, que narram casos e causos de personagens durante o confinamento. Mostram apenas o lado hilário.

Segundo Eduardo Moreira, diretor do grupo Galpão, foram enviados 473 relatos, após selecionadas, deu origem à peça encenada nas casas dos atores, editada ao vivo é transmitida pela internet. A maioria das histórias da peça foram enviadas via internet, por internautas contando suas experiências dentro de suas casas.

Está provado que não fomos feitos para estar dentro de casa, confinados, e as histórias mostradas na peça, é parte de nosso cotidiano, nos reconhecemos facilmente em alguns episódios.

Uma das cenas, mostra uma moça que conta quantas passadas ela dá, quando se locomove dentro do pequeno apartamento onde mora: do quarto até a sala, da sala para cozinha, e retornar para o quarto, passando pela sala.
Outra, conta o que desaprendeu a usar: pente de cabelo, pinça de sobrancelhas, rotativo, brincos, objetos que toda mulher não vive sem.

Um sujeito narra que fez um monte de cursos: risoto online, fitdance online, até hebraico ele se aventurou, para matar o tempo.

Mas ninguém ganhou da jornalista Diorela Keles, que viveu algo inusitado no período mais crítico da pandemia, parece enredo de filme. A mãe dela, levou para o pequeno apto, onde moram, uma chocadeira com 84 ovos. Ela diz que além de ter que trabalhar online, ela teve que fazer para cuidar da chocadeira, que vingaram 24 pintinhos. Segundo ela, “até ajudar na faxina do prédio ela participou, por causa do incômodo dos filhotes”.

Enquanto escrevo esse artigo, vejo pela TV, que o mundo teve o maior número de óbitos pela Covid-19 em um só dia, foram 12.785. É assustador.

A arte, sempre ela, nos ajuda a atravessar esse difícil momento, de forma um pouco mais leve. Enquanto não for descoberta a vacina para a Covid-19, e houver a vacinação em massa, melhor ficar em casa, e cada um interpretar o seu papel, quem sabe não vire personagem na próxima peça de teatro.

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