Editorial

A violência contra Ela

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18

Recente pesquisa feita pelo Instituto Patrícia Galvão, de São Paulo, mostra que para 87% dos brasileiros, a violência contra a mulher aumentou durante a pandemia da Covid-19. Entre os entrevistados a afirmação é de que a pandemia fez aumentar as agressões verbais e físicas, além da violência sexual, ataques na internet e assédio.

Neste ano, 56 feminicídios já foram registrados pela polícia, em todo o estado. A violência doméstica e familiar é a principal causa de feminicídio no Brasil e no mundo. Trata-se da violência que mata, agride ou lesa a mulher. Esse tipo de violência pode ser cometida por qualquer pessoa, inclusive por outra mulher, que tenha uma relação familiar ou afetiva com a vítima. Os agressores geralmente moram na mesma casa que a vítima e podem ser o marido, o companheiro, pai, mãe, tia, filho, entre outros.

Quase 100% dos entrevistados na pesquisa apontaram que quem agride mulheres durante o isolamento social é porque já fazia isso antes dele, e a pandemia apenas tornou mais difícil às mulheres romperem esse ciclo de violência. Álcool, estresse, maior convivência, falta de dinheiro e sobrecarga da mulher por falta da divisão do trabalho em casa são os fatores mais citados para o aumento da violência doméstica na pandemia.

E também quase 100% consideram a violência contra a mulher um problema muito grave no Brasil e têm a percepção de que a violência contra a mulher tem aumentado nos últimos cinco anos. Para 9 em cada 10, a violência psicológica é tão grave quanto a violência física.

Quatro em cada 10 entrevistados na pesquisa, que conhecem mulheres que sofreram violência na pandemia, afirmam que elas não procuraram ajuda por vários motivos e o agressor vigiando a vítima e isolamento de amigos e família são os principais dificultadores para que elas busquem apoio na pandemia.

Não é raro, principalmente em condomínios residenciais, que proliferaram na capital, se ouvir briga de casais, muitas vezes até com sinais de violência física. E esse tipo de situação hoje de, obrigatoriamente, se denunciado pelo condomínio.

No Maranhão há uma lei - sancionada em julho deste ano - que obriga condomínios residenciais a comunicarem à polícia casos de violência doméstica contra mulheres, crianças, adolescente e idosos, e de acordo com ela, a comunicação deve ser feita até 24 horas após a ciência do fato. A denúncia pode ser formalizada via ofício, pelo síndico ou moradores, ou ainda ser feita anonimamente, pelos telefones 100, 180, 190 e pela Delegacia Online, entre outros canais.

O Ligue 180 é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher. Além de receber denúncias de violações contra as mulheres, a central encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes e monitora o andamento dos processos. Ele funciona 24 horas, inclusive sábados, domingos e feriados.

O serviço também tem a atribuição de orientar mulheres em situação de violência, direcionando-as para os serviços especializados da rede de atendimento. No Ligue 180, ainda é possível se informar sobre os direitos da mulher, a legislação vigente sobre o tema e a rede de atendimento e acolhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade.

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