Editorial

Vítimas indefesas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18

Estatística assombrosa divulgada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) revela que 75% dos 405 inquéritos policiais instaurados por abuso sexual cometidos contra menores em 2019 tiveram como motivação estupro de vulnerável. É um dado extremamente preocupante, que mostra que os maníacos agem com frequência assustadora e que, apesar da repressão da polícia e da mobilização do Ministério Público e da Justiça para punir os autores, muitos continuam à solta, prontos para agir a qualquer momento.

O estupro de vulnerável é um dos tipos de crime que têm como principal motor a covardia, que, associada a desvios psíquicos e comportamentais, representa uma grave ameaça a meninos e meninas indefesos, em plena inocência que marca os primeiros anos de vida. Daí a necessidade de punição exemplar a cada caso denunciado, investigado e devidamente julgado, dentro da lei.

Em relação a este ano, os números disponíveis limitam-se aos primeiros quatro meses de 2020. De acordo com relatório da DPCA, nesse período, foram registrados 42 casos de abuso e exploração sexual contra menores, sendo 15 registros em janeiro, sete em fevereiro, 13 em março e sete crimes em abril. Ainda segundo o levantamento, em 90% dos registros, a violência foi cometida dentro da residência da vítima por uma pessoa da própria família.

Especialistas apontam alguns sinais que podem ajudar a identificar se a criança ou o adolescente foi vítima de abuso e exploração sexual. Tais traços estão, muitas vezes, associados à mudança de comportamento, como, por exemplo, crises de gritos, tentativa de suicídio, fuga de casa e uso de drogas. Uma vez detectada uma ou mais reações como essas, os pais ou responsáveis devem procurar as autoridades imediatamente.

Os números de violência sexual contra crianças e adolescentes no período de isolamento social provocado pelo novo coronavirus registraram queda no Maranhão. Segundo a DPCA, a redução dos casos pode ter relação direta com o fato de as vítimas não estarem mais sozinhas dentro de casa e passarem bastante tempo durante a pandemia acompanhadas de outros membros da família.

Com a evolução das tecnologias, os menores, além de estarem expostos aos abusos e à exploração sexual físicos, sofrem ameaça de criminosos virtuais, que se aproveitam da tendência dos meninos e meninas a estarem conectados para abordá-los e tentar aliciá-los. Infelizmente, em muitos casos o abusador consegue atingir o seu intento.

Como dito anteriormente, os maníacos estão à solta, sempre prontos para agir. Por isso, é fundamental que os pais e responsáveis mantenham atenção permanente não só à rotina das crianças e dos adolescentes, mas também ao seu comportamento, a fim de identificar sinais de abuso. Mais ainda, denunciar ao identificar qualquer sinal de anormalidade nos menores. Quanto às autoridades, estas devem estar disponíveis e mobilizadas para combater a violência e a exploração sexual de menores, males sempre presentes na sociedade.

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