On-line

Para falar sobre bastidores: série vai abordar trabalho além dos palcos

Estreia hoje, às 15h, de forma on-line, a nova série do Itaú Cultural, O Artista por Trás da Cena; primeiro episódio traz o iluminador Marcelo Flecha

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Marcelo Flecha vai estrear a série
Marcelo Flecha vai estrear a série (Marcelo Flecha)

São Luís - O iluminador Marcelo Flecha, fundador e diretor artístico da Pequena Companhia de Teatro, sediada em São Luís é o convidado de estreia da série O Artista por Trás da Cena, realizada pelo Itaú Cultural e que vai ao ar hoje, às 15h, no site www.itaucultural.org.br. A iniciativa é dedicada ao trabalho de profissionais com colaborações fundamentais para o resultado que chega ao público como produto final. Nesta primeira temporada, a ser exibida semanalmente em seis episódios, o apresentador Guilherme Bonfanti, light designer com longa trajetória ao lado de grupos como o Teatro da Vertigem, traz o olhar e experiências de iluminadores, cenógrafos e figurinistas de diferentes partes do país, os quais abordam tanto o seu trabalho quanto as formas como têm atuado em meio à pandemia.
Depois de irem ao ar, todos os episódios da série permanecem disponíveis no canal do Itaú Cultural no Youtube (www.youtube.com/itaucultural. Todos os programas disponibilizam legendas em português. Na conversa de estreia da série, gravada on-line com Guilherme Bonfanti durante o período da pandemia, Flecha fala sobre a sua larga experiência na realização de espetáculos por toda a região Nordeste, da qual destaca a importância de conceber artefatos cênicos que sejam adaptáveis para os mais diversos tipos de palco. “Eu confecciono o que chamo de elementos iluminocenográficos, instrumentos que me dão o todo da obra e funcionam não só esteticamente, como na intenção de gerar a dramaticidade que a luz precisa para a cena”, conta ele, que também é diretor, dramaturgo, pesquisador, cenógrafo e escritor. Ele destaca que, como iluminador, busca formas de fazer da luz um instrumento de dramaturgia. “Isso é uma coisa que eu busco quando eu ilumino: fazer com que ela possa auxiliar a contar a história”.
Ele comenta, ainda, que o que mais fez durante o período de isolamento social foi questionar o formato do teatro presencial na pós-pandemia, tendo como ponto de partida as ações tomadas por artistas das artes cênicas para poder sobreviver durante esse período. “Pelo desespero da sobrevivência, a gente se debruçou na virtualidade, mas esqueceu de estabelecer um olho aqui e outro lá sobre esse futuro”, observa. “Aqueles que conseguirem fazer uma leitura do pós-pandemia e anteciparem as consequências disso, com montagens que dialoguem com espacialidade, distanciamento, máscara e com o que ninguém ainda sabe o que vai ser, sairão na frente e terão obras mais estruturadas. Isso pouco se tem pensado”, reflete.

Trajetória
Diretor, dramaturgo, pesquisador, cenógrafo, iluminador e escritor, Marcelo Flecha é diretor artístico da Pequena Companhia de Teatro, da qual é fundador. Dirigiu mais de 30 espetáculos, entre eles todo o repertório da companhia. Vencedor de cinco prêmios de melhor direção, seus espetáculos circularam por mais de 100 cidades em todos os estados do país, e foram selecionados para os principais projetos de circulação do país.
Dirigindo montagens de grupos de teatro nordestinos já ganhou seis vezes o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz. É autor do livro “Cinco Tempos em Cinco Textos: Dramaturgia Reunida”, que reúne sua produção dramatúrgica entre 2003 e 2009. Foi produtor do Festival de Teatro Sul-Maranhense, da Semana Imperatrizense de Teatro e diretor artístico da Feira do Livro de São Luís, onde ocupou o cargo de diretor técnico do Teatro Arthur Azevedo durante uma década.
É criador, ainda, de “Quadro de Antagônicos” (2018), método de treinamento para o ator, e de “Transposição de Gêneros” (2017) – ambos pelo Sesc Dramaturgias –, instrumento de confecção de dramaturgia. Os sistemas foram objeto de pesquisa, dissertações, artigos, memoriais e publicações, e suas atividades formativas realizadas em 29 cidades de 14 estados brasileiros.

Série
A primeira temporada da série traz novos episódios todas as quintas-feiras de dezembro. No dia 3, entra no ar a conversa com a também iluminadora Iara Souza, que fala das experiências de trabalhos em palcos variados em Belém, aborda sobre a expansão das possibilidades de criação nessa área e comenta sobre seus interesses pelo improviso.
O designer e diretor de arte pernambucano Guilherme Luigi é o convidado do dia 10, e conversa sobre o trabalho de cenografia realizado em parceria com artistas conterrâneos, a exemplo do grupo de teatro Magiluth, cuja a mais recente parceria, a peça Apenas o Fim do Mundo (2019), foi indicada ao Prêmio Shell de Melhor Cenografia. A figurinista paulistana Simone Mina participa do programa no dia 17, e trata, entre outros, da importância da compreensão do subtexto da dramaturgia junto com diretores e atores, para a interação entre a roupa e o texto.
O episódio do dia 24 de dezembro é com o carioca Renato Machado, que tem uma trajetória de quase 30 anos com iluminação e comenta como, ao criar seus projetos, pensa em todos os processos necessários para os mais diferentes tipos de espetáculos de teatro, dança ou música. A primeira temporada da série encerra no dia 31, com a iluminadora pernambucana Luciana Raposo, que fala sobre como constrói um trabalho artesanal e afetivo, a partir da proximidade com todas as equipes e do acompanhamento das montagens desde os primeiros ensaios.l

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