Fim de ano se aproximando e aumenta a expectativa do mundo sobre a descoberta de uma vacina eficiente contra a Covid-19. A cada dia se torna mais acirrada a corrida das indústrias para colocar no mercado um produto que atenda aos anseios de todos os países. Apesar dos anúncios promissores sobre vacinas contra a doença, muitos países, inclusive o Brasil, preferem manter a cautela, no momento em que as restrições nos contatos sociais já não existem mais e os sinais de que o contágio pelo novo coronavírus voltou a aumentar.

Um dos sinais mais evidentes é a crescente preocupação de leitos de UTI em capitais de diversas regiões do país. No momento em que o quadro se agrava e muitos se comportam como se a pandemia tivesse acabado, é urgente lembrar das práticas essenciais de proteção contra o vírus, as únicas disponíveis enquanto a vacina não chega. De restaurantes a academias, de escolas ao transporte coletivo, a exposição do público ocorre em diversos ambientes.

O Ministério da Saúde se reuniu, ao longo da última semana, com cinco laboratórios, cujas vacinas encontram-se em fase avançada de desenvolvimento. Foram recebidos representantes das indústrias americanas Pfizer, Janssen e Moderna, com a indiana Bharat Biotech e o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF). Algumas delas já aderiram ou estão pleiteando adesão ao consórcio internacional de vacinas (Covax Facility).

E pelo que tem sido demonstrado, o ministério tem pressa em imunizar a população, tão logo uma vacina segura seja disponibilizada, principalmente os grupos com maior risco de desenvolver complicações e óbitos pela doença e as populações mais expostas ao vírus. Inclusive, o órgão divulgou a primeira parte do Plano de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19. O documento relaciona os dez eixos prioritários que vão guiar a campanha de vacinação dos brasileiros, a fim de reduzir a morbidade e mortalidade pela doença, além de diminuir a transmissão do vírus entre as pessoas.

Ao apresentar o Plano, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, reforçou que o público-alvo será detalhado apenas após a conclusão dos estudos de fase 3 dos imunizantes testados. O documento foi elaborado no âmbito da Câmara Técnica Assessora em Imunizações e Doenças Transmissíveis, em parceria com instituições que auxiliaram na definição dos grupos de risco, estratégia de vacinação, atualização os estudos sobre a doença, entre outros.

Na coletiva, Arnaldo Medeiros disse que a importância da estratégia é dar transparência ao processo de elaboração da campanha, de modo que a população sinta segurança no processo. Segundo ele, o ministério tem um compromisso sério com a população brasileira de só vacinar quando tiver certeza de que estará diante de uma vacina registrada com garantia de eficácia.

A campanha de divulgação do processo de produção e aprovação do imunizante, bem como da capacidade do país de distribuir os insumos, está prevista para ser lançada entre dezembro e janeiro. A mobilização para chamar os públicos prioritários para aplicação das doses e locais de vacinação é o passo seguinte, e deverá ocorrer assim que houver definição sobre as vacinas.

E chega a informação que a vacina contra a Covid-19 produzida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca possui eficácia de até 90%, de acordo com resultados preliminares das fases 2 e 3 de estudos clínicos. Segundo a farmacêutica, o imunizante foi 90% eficaz quando administrado em meia dose seguida de uma dose completa com intervalo de pelo menos um mês. Já quando aplicadas duas doses completas com pelo menos um mês de intervalo, o produto mostrou eficácia de 62%. A análise incluiu dados da pesquisa feita no Reino Unido e no Brasil com mais de 20.000 voluntários.

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