No Maranhão

Casos de dengue caem 57,50% este ano, em comparação com 2019

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), casos confirmados de chikungunya reduziram 82,55%, e os de zika 14,92%; nesta quinta-feira, 18, foi o dia de combate ao mosquito causador dessas doenças

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Pneus amontoados acumulam água da chuva e viram criadouros de mosquitos da dengue
Pneus amontoados acumulam água da chuva e viram criadouros de mosquitos da dengue (pneus dengue)

SÃO LUÍS – Dezoito de novembro é comemorado o Dia de Combate ao Mosquito Aedes Aegypti, causador de três arboviroses conhecidas pelos brasileiros, a dengue, a chikungunya e a zika. De acordo com os dados do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, a dengue já registrou 2.252 casos no Maranhão, entre as semanas epidemiológicas (SE) 1 e 38 (29/12/2019 a 19/09/2020). Já quanto aos números da chikungunya, foram notificados 184 casos confirmados. A zika, até a semana 36 (29/12/2019 a 5/09/2020), registrou 134 casos.

O Estado conversou com o médico infectologista, Fernando Pessoa. Ele explicou que as doenças causadas pelo mosquito Aedes Aegypt são denominadas arboviroses, ou seja, doenças causadas por vírus transmitidos por artrópodes. “Essas doenças incluem a dengue, a chikungunya e a zika, que são as grandes arboviroses de importância clínica e epidemiológica, e que de fato determinam um desafio de saúde pública”, destacou o médico.

A maioria das infecções desses três grupos são assintomáticas, porém, as pessoas que são sintomáticas apresentam uma ampla gama de manifestações, incluindo as formas oligossintomáticas – são aquelas pessoas que pegam o vírus e apresentaram sintomas discretos – e as formas graves, que tem comprometimento do sistema nervoso central. “Aqui nós temos a síndrome de zika congênita e as neuro-arboviroses – que são um problema no nosso estado, porque de fato não notificação para esses casos, no dia a dia a gente vê que tem”, ressaltou.

Grupo de risco
O médico, destacou que o problema das arboviroses não está no sentido de adquiri-las, mas sim no sentido de desenvolver as formas graves das doenças, e que são mais suscetíveis nos extremos da vida: infância e velhice. O boletim do Ministério da Saúde, informou que três pessoas morreram por dengue em 2020 no Maranhão, seguido de dois óbitos por chikungunya e nenhum óbito pela zika.

“A taxa de mortalidade é alta, justamente, para os extremos. Então, a gente tem que se preocupar, na verdade, é que a população vulnerável para ter casos graves – as crianças e os idosos – podem evoluir para manifestações de infecções do sistema nervoso central”, afirmou o infectologista.

O Estado entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), para saber quais medidas do governo tem tomado para evitar a evolução de novos casos da doença. Em nota, a secretaria disse, que disponibiliza de apoio técnico nas áreas de surto e nas ações de controle vetorial com aplicação UBV-Fumacê nos municípios maranhenses.

“Além disso, a SES realiza a capacitação de rotina dos técnicos municipais para manejo de inseticidas e operações de campo de combate ao Aedes aegypti. Realiza ainda ações educativas e de mobilização social em apoio aos municípios, sendo estes os responsáveis pelas atividades de prevenção em suas cidades”, afirmou a secretaria.

Sintomas
Das três principais arboviroses, a dengue é a mais grave, de acordo com Fabrício Pessoa. A doença, geralmente, começa com um quadro clínico de febre – que pode perdurar de dois até uma semana – acompanhada de uma série de manifestações, como vômito, náuseas, sintomas gastrointestinais, erupções cutâneas, dores musculares, dor de cabeça, dor atrás do olhos, e pontos vermelhos pelo corpo.

A chikungunya tem um perfil que apresenta uma febre um pouco mais alta e com dores articulares – como se fosse uma artrite intensa. Os sintomas giram entorno de duas semanas e as dores musculares apresentadas podem persistir por mais tempo. “É uma doença que pode fazer com que posteriormente o paciente evolua com essas dores às vezes por meses, ou manifestar a forma grave, que seriam as doenças neuro-invasivas, como meningite, por exemplo”, pontuou.

Já a zika, possui manifestações mais brandas, no entanto, com sinais na criança e na gestante que podem evoluir para uma forma grave. “No caso da gestante, pode evoluir para uma síndrome de zika congênita passando para o neonato que vai nascer, e no caso da criança, com as manifestações graves de neuro-arboviroses, mas normalmente são leves, como febre baixa, sintomas na pele, dores articulares, olhos avermelhados”, completou o médico.

NÚMEROS

2.252 casos de dengue
184 casos de chikungunya
134 casos de zika

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