Covid-19

População descumpre algumas medidas sanitárias na votação

Principal foi o distanciamento social que foi pouco respeitado pelos eleitores que tiveram de aguardar nas filas; faltou acessibilidade para os idosos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18

[e-s001]São Luís - As eleições municipais deste ano foram atípicas em diversos aspectos, principalmente em decorrência da pandemia do novo coronavírus. São Luís, assim como todas as cidades brasileiras, teve de se adaptar a este novo momento. Uso obrigatório de máscara, álcool em gel, distanciamento social e outras medidas foram adotadas como forma de prevenção. Mas, nem todas cumpridas.

Nos locais de votação, era possível identificar mesários que optaram por não usar a proteção facial da máscara, que cobre o rosto todo. “É muito sufocante, quente, achei melhor não usar, mas todos nós recebemos”, disse uma mesária que não quis se identificar.

Outro problema facilmente identificado foi a negligência com as marcações nos pisos para delimitar a distância de um eleitor para outro nas filas de espera. Muita gente acabou desconsiderando o espaçamento e causando aglomerações. O momento da identificação pessoal, antes do eleitor entrar na cabine de votação, muitas vezes também não respeitou o distanciamento determinado pela Justiça Eleitoral e foi possível ver muitas pessoas próximas aos mesários.

Já o uso do álcool em gel, máscaras e a caneta individual foram amplamente adotados pelos eleitores. “Esta eleição está diferente, mas precisa ser assim. Vejo que muitos não estão obedecendo ao distanciamento e acho que este foi o maior problema”, disse Wilma Nogueira.

Ela conta que este ano, por questões de segurança, a família também optou por não levar a mãe, de 84 anos, para votar. “Ela queria vir, mas a gente achou melhor não. Pela idade mesmo, por ser do grupo de risco”.

Idosos
Apesar do horário prioritário ter sido escolhido para garantir uma segurança, tanto sanitária quanto física, dos idosos, os eleitores ainda se queixaram de um aspecto, a falta de acessibilidade dos colégios eleitorais. Na zona eleitoral que se localiza no Centro de Educação Profissional e Tecnológico Raimundo Franco Teixeira (Senai), uma escadaria, que levava para duas sessões eleitorais, era um empecilho para alguns idosos no local.

Helena Carvalho Martins, 82 anos, precisou de ajuda para subir e descer as escadas, e acabou se revoltando. “Eu venho porque eu quero votar, e vou continuar vindo até não poder mais, só que é uma situação complicada, olha aqui! Eles podiam evitar essas escadas”, desabafou, enquanto recebia ajuda para descer mais um degrau. Mas ela não foi a única a passar por essa situação.

Um idoso de 80 anos, que não quis ser identificado, também precisou de ajuda para subir as escadas. O eleitor, que estava se recuperando de um AVC (acidente vascular cerebral), teve de contar com o apoio de acompanhantes e pessoas que estavam no local, para que seu poder de democracia pudesse ser exercido.

[e-s001]Santinhos
Sujando a cidade, os populares “santinhos” também estiveram presentes nas ruas de São Luís durante este primeiro turno. No bairro do Monte Castelo, em frente ao Instituto Federal do Maranhão (IFMA) e ao Senai, os folhetinhos promovendo candidatos voavam pela avenida e enchiam os pontos de ônibus.

Outro ponto com grande quantidade dos santinhos foi em frente ao colégio João Francisco Lisboa, na região do Centro. No espaço, o acúmulo de papel era tanto que eleitores haviam dificuldade de passar nas ruas.

Problemas na votação
Durante o pleito eleitoral, algumas urnas apresentaram problemas e tiveram que passar por manutenção ou serem substituídas. Em São Luís, no bairro do Monte Castelo, um eleitor informou à rádio Mirante AM que não conseguiu votar devido um erro apresentado pela urna. Os eleitores da sessão tiveram que aguardar a manutenção da máquina para que pudessem retornar para as votações.

Ainda de manhã, outro problema de votação ocorreu na região do Centro de São Luís, na zona eleitoral localizada no colégio Santa Tereza. Um eleitor teve sua votação suspensa, após constar no sistema que ele já havia votado. Nonato Ávila conta que após entregar seu documento, os mesários informaram que no sistema conferia que ele já havia votado.

O eleitor realizou uma ata e contou com a ajuda de um advogado, porém não houve uma resposta do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a tempo. Com sua votação suspensa, o eleitor voltou para sua residência, enquanto seu advogado cuidava do caso.

"Estou muito triste. Pela primeira vez eu vim para votar no meu filho, mas agora isso aconteceu e nem uma explicação eu tenho", contou o eleitor, pai de um candidato a vereador de São Luís.

Mudanças de zonas eleitorais
Outro ponto que marcou as eleições de 2020 em São Luís foi a surpresa de muitos eleitores ao descobrir que sua zona eleitoral havia mudado de local. No Calhau, o colégio São Marcos foi um dos que fecharam e tiveram suas seções deslocadas. Ao longo da manhã, vários eleitores passaram pelo lugar e apenas na porta descobriram seu novo local de voto.

“Eu só descobri agora que tinha mudado, não sabia que a escola havia fechado. Agora que vou descobrir onde vou votar”, relatou Luinara Mendes, enfermeira. No colégio, para orientar aqueles que não sabiam sobre a mudança, uma placa estava pendurada no portão informado os novos espaços das seções eleitorais, que agora estão no Uniceuma do Renascença II.

Já no Senai, no Monte Castelo, Maria de Fátima, 65 anos, passou por uma situação semelhante. Apesar de já saber sobre a mudança da sua zona eleitoral para o Senai, ao chegar no local não foi possível identificar sua seção. Após contatar ajuda da equipe encarregada da zona eleitoral, foi decidido que Maria de Fátima não votaria, pois, sua seção ainda não havia sido identificada pela equipe.

“Eu fico triste, sai da minha casa para votar e ninguém consegue achar minha seção. E agora? Vou ter que voltar para casa sem votar? Eu acho de extrema importância continuar votando enquanto posso, mas hoje não me deixaram”, desabafou Maria de Fátima.

Segurança e transporte
No intuito de garantir a segurança da população e evitar brigas e conflitos nas zonas eleitorais, Tropas Federais, que foram enviadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), rondaram pela cidade e passaram pelas zonas mais movimentas, com históricos de conflitos. Em frente ao Colégio João Francisco Lisboa, equipe das forças armadas fiscalizava a entrada e garantia a segurança do local, que estava bem movimentado.

Já em relação ao transporte, no intuito de evitar problemas de trânsito e engarrafamentos nas zonas eleitorais, a Secretária Municipal de Trânsito manteve equipes das 7h ás 17h para organizar a movimentação em lugares mais tumultuados. No Colégio Vinicius de Moraes, na Divinéia, a equipe organizava o engarrafamento que estava sendo causado pela quantidade de carros e pessoas passando pela estreita rua.

SAIBA MAIS

Outros municípios

Imperatriz – Por falta de mesários, o pleito eleitoral no município de Imperatriz foi marcado pelo atraso de mais de uma hora para o início da votação. A situação causou aglomeração e longas filas nas seções, sendo a maioria dos eleitores idosos, pois o atraso ocorreu durante o horário prioritário.

Codó – Uma das maiores dificuldades no município foi a dificuldade dos eleitores de encontrarem suas seções dentro da zona eleitora. Na sede da Universidade Estadual do Maranhão de Codó (UEMA), apenas entre as 8h e 9h da manhã, pelo menos 30 eleitores não conseguiram encontrar suas seções. De acordo com a população, ao chegarem no local em que já estavam acostumados a votar, eram informados que seus nomes não constavam no caderno daquela seção.

Balsas – Na cidade com um dos maiores colégios eleitorais do estado, as primeiras horas da votação foram marcadas por chuvas, o que dificultou o deslocamento do grupo prioritário.

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