Rondônia - Durante quatro dias, aldeias indígenas dos municípios de Humaitá e Manicoré no Amazonas foram atendidas em mutirão realizado pela Fiocruz Rondônia, em parceria com o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei Porto Velho/Polo Humaitá) e Casa de Saúde Indígena (Casai Humaitá). A iniciativa levou capacitação a alunos indígenas do curso Técnico de Enfermagem do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas e a profissionais de saúde, que atuam no atendimento a aldeias da região, além da realização de 680 testes rápidos e doação de 200 máscaras aos moradores das áreas visitadas.
Na ação, foram realizadas palestras sobre Covid-19 para cerca de 800 indígenas das etnias Tenharim, Parintintin, Jiahui, Mundurucu e Torá, entre outras. De acordo com o líder indígena, Aurélio Tenharim, que também atua como assessor técnico do Dsei Porto Velho e Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), o avanço da Covid-19 em comunidades indígenas do Brasil é uma triste realidade.
“Na verdade, não esperávamos que o vírus fosse chegar com tanta rapidez em nossas aldeias, mas fomos surpreendidos, e a situação se torna ainda mais preocupante, porque muitos de nossos parentes precisam se deslocar com frequência para a cidade”, revela Aurélio Tenharim, que também aponta as constantes invasões em terras indígenas e o comércio ilegal de madeira como fatores facilitadores do avanço do vírus Sars-CoV-2 dentro dessas comunidades.
A responsável pela Casai de Humaitá, Marisa Ferreira, reforça que o enfrentamento à Covid-19, principalmente entre os povos indígenas, exige um trabalho multidisciplinar das equipes de saúde indígena dentro dos territórios, e o “principal desafio é buscar a conscientização sobre as medidas de segurança determinadas pelos órgãos de referência, além de oferecer um atendimento ágil para o combate à propagação do vírus”. Nesse sentido, foram desenvolvidas diversas estratégias para aprimorar e fortalecer os serviços de Atenção à Saúde Indígena, no contexto da pandemia do novo coronavírus, o que permitiu o acolhimento dos casos suspeitos de Síndrome Gripal (SG), e a identificação precoce de Covid-19 na população indígena.
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