SÃO PAULO - A disputa pela Prefeitura de São Paulo será definida em um segundo turno entre o prefeito Bruno Covas (PSDB) e o candidato do PSOL, Guilherme Boulos. A apuração dos resultados da eleição municipal foi marcada por uma falha em um supercomputador do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que gerou um significativo atraso na divulgação. O sistema que abriga as informações da Justiça Eleitoral também foi alvo de uma tentativa de um ataque hacker, mas o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, assegurou que a investida foi totalmente neutralizada.
Em São Paulo, a projeção do resultado da votação no primeiro turno manteve a polarização entre um tucano e um candidato de esquerda. Mas também expôs a resiliência do PSDB e a fadiga do PT na capital. Até as 23h45 de ontem, com 99,67% das urnas apuradas, o prefeito, que disputa a reeleição, obteve 32, 85% dos votos válidos, ante 20,24% de Boulos. Mais uma vez, o deputado Celso Russomanno, candidato do Republicanos, largou como líder nas pesquisas de intenção de voto, mas perdeu força e estava na quarta posição, com 10,49% dos votos válidos. Russomanno, que foi apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, ficou atrás também do candidato do PSB, Márcio França, com 13,65%.
Os resultados e as projeções em todo o país indicavam que o presidente Jair Bolsonaro já não possui a mesma capacidade de transferência de votos das eleições de 2018, quando ajudou a eleger governadores, senadores e dezenas de deputados federais e estaduais. Dos 13 candidatos a prefeito apoiados por Bolsonaro, até a conclusão desta edição, nove não lideravam a apuração. Os resultados preliminares indicavam que passariam ao segundo turno apenas Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio, e Capitão Wagner (PROS), em Fortaleza. O ex-senador Mão Santa (DEM) seria o reeleito prefeito em Paranaíba, no Piauí, e Gustavo Nunes (PSL) liderava a disputa pela prefeitura em Ipatinga, em Minas Gerais.
Falha em super computador
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atribuiu ontem à noite o atraso na divulgação de resultados da eleição municipal à falha em um super computador. Foi afastado qualquer problema no sistema de totalização e apuração dos votos, ou mesmo relação entre a lentidão e ataques hackers feitos contra o sistema.
A falha no sistema de totalizar os votos que causou o atraso na apuração é inédita desde a adoção da urna eletrônica, em 1996. O motivo mais provável é uma mudança na forma como a Justiça Eleitoral passou a somar os votos. Em vez de 27 data centers nos tribunais regionais eleitorais (TREs), essa totalização passou a ser feita apenas no Tribuna Superio Eleitoral (TSE).
Questionado sobre a mudança, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, afirmou que desde o primeiro momento não teve "simpatia" com a decisão, mas a mudança já estava estabelecida quando ele assumiu a presidência da Corte, em maio. Segundo o ministro, "muito possivelmente" a novidade pode estar na origem da instabilidade sofrida com a totalização.
Barroso deu detalhes sobre o problema em entrevista coletiva à noite: "Houve um atraso por força de um problema técnico. Um dos núcleos do super computador que processa a totalização falhou e foi preciso repará-lo”.
Saiba Mais
- Felipe Camarão realiza visita de cortesia a José Sarney em São Luís
- "Quero ser candidato de Flávio Dino e do Lula", afirma pré-candidato
- Dino volta a exaltar lealdade de Carlos Brandão publicamente
- "Objetivo da política é fazer transformações sociais"
- Doria se aproxima de Arthur Virgílio nas prévias do PSDB
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.