Eleições 2020

Denúncias de compra de votos em São João do Paraíso e Coroatá

Suspeitas de compras de votos nas cidades tem prisão em flagrante e denúncia sobre R$ 7 mil usados para comprar apoio nas eleições deste ano

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Dinheiro apreendido em São João do Paraíso com servidor público municipal após denúncia de compra de votos
Dinheiro apreendido em São João do Paraíso com servidor público municipal após denúncia de compra de votos (Coroatá)

A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) prendeu em flagrante na quarta-feira, 11, um servidor público municipal por suspeita de compra de votos eleitorais na cidade de São João do Paraíso, município localizado a 759 km de São Luís. A informação é do G1 Maranhão.

O suspeito foi identificado como coordenador pedagógico de Educação do município. O nome e a idade não foram revelados pela polícia. De acordo com as investigações, os policiais foram informados após uma denúncia, que o homem estaria fazendo a compra de votos em um veículo de cor branca pelas ruas do município.

Um patrulhamento na área foi realizado e o homem foi encontrado retirando uma grande quantia de dinheiro do banco traseiro do veículo. O suspeito foi abordado e após uma vistoria no carro, a polícia localizou R$ 5.630 reais em espécie.

Além disso, a polícia também encontrou uma planilha com dados pessoais de vários eleitores, onde eram atribuídos a cada um deles, com valores que variavam entre R$ 100 a R$ 700. Segundo as investigações, os nomes haviam sido indicados por vereadores que concorrem cargos na cidade.

Após o flagrante, o suspeito foi preso e encaminhado para a Delegacia de Estreito. Ele deve responder por Corrupção Eleitoral, crime que consta no artigo 299 do Código Eleitoral.

Depósito

Em Coroatá, um conselheiro tutelar efetuou na terça-feira, 10, o depósito em juízo de R$ 7 mil que, segundo ele, teriam sido utilizados para a compra do seu apoio político pelo grupo do atual prefeito da cidade, Luís da Amovelar Filho (PT), candidato à reeleição.

Jarbas Almeida França é conhecida liderança política da cidade e afirma que foi procurado pelo vereador Macílio Gonçalves (PCdoB), ainda no mês de julho, com a proposta financeira, além de cargo público e de um horário em programa de TV local.

Na semana passada, ele protocolou, no Ministério Público, uma representação eleitoral contra o prefeito e o vereador. Jarbas Almeida denunciou ambos por abuso de poder econômico e compra de apoio político.

Segundo consta do processo, o vereador Macílio Gonçalves teria assediado o conselheiro tutelar, em nome do prefeito, para que ele mudasse sua posição política e se aliasse ao grupo Amovelar. A transação para a compra do apoio teria custado, ainda de acordo com o denunciante, R$ 7 mil, entregues em espécie.

Toda a negociação foi gravada. O vídeo, também anexado ao processo, mostra toda a conversa final antes do acerto e a entrega do dinheiro. Foi esse o valor integralmente devolvido pelo conselheiro à Justiça.

Acordo

Da representação protocolada por Almeida constam, ainda, áudios trocados no WhatsApp, nos quais um assessor do vereador Macílio Gonçalves, identificado como Douglas, ainda revela que, após o repasse do dinheiro, o líder político teria que tirar uma foto com o atual prefeito e gravar um vídeo declarando apoio. Todas as conversas foram realizadas com muita naturalidade.

Jarbas entregou todo o material ao Ministério Público Eleitoral em Coroatá, incluindo fotos, vídeos, e as conversas mantidas por meio do aplicativo de troca de mensagens. O material está de posse da promotora Aline Silva Albuquerque.

Mais

O Estado entrou em contato com a coligação do prefeito Luís da Amovelar Filho por meio do site oficial de campanha do petista, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

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