Mapeamento da Covid-19

Campanha inicia testagem para Covid-19 no bairro do Coroadinho, em São Luís

A campanha Bora Testar começa a partir desta sexta-feira (06); o projeto tem o objetivo de mapear a contaminação da covid-19 nas dez maiores favelas brasileiras

Com informações da Assessoria

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
O Coroadinho é a quarta maior comunidade brasileira
O Coroadinho é a quarta maior comunidade brasileira (Coroadinho)

São Luís – O bairro do Coroadinho, quarta maior favela brasileira, recebe a partir desta sexta-feira (06), a campanha Bora Testar, projeto que tem como objetivo ajudar na prevenção da saúde de sua população e gerar dados que traduzam a realidade desses territórios. Até o momento o projeto já passou pelas quatro maiores favelas do eixo Rio – São Paulo.

A testagem vai ocorrer nos dias 6 e 7 de novembro com o patrocínio da empresa de mídia Outdoor Social e em parceria com a agência de comunicação LatAm Intersect PR. Assim como nas outras comunidades, o Coroadinho será dividido em setores censitários demarcados pelo IBGE para que o alcance da campanha seja proporcional e a pesquisa seja um retrato preciso do impacto da coronavírus na favela. Serão 400 casas visitadas, de porta em porta, dentro de quatro quadrantes e 55 setores, para triagem e encaminhamento para testes.

“Como gestora do Núcleo de Educação Comunitária do Coroadinho, muitas vezes, me deparo com situações adversas, a fome, a falta de saneamento e a falta de segurança que nos afligem na periferia. A pandemia intensificou tudo isso. Com o Bora Testar podemos informar, identificar e tratar os efeitos da Covid-19 nos moradores da comunidade, porque munidos da informação podemos sensibilizar o governo e a sociedade, para que busquemos juntos as soluções que efetivamente salvem nossas vidas”, diz Christiane Teixeira, líder do G-10 (Grupo das dez maiores favelas brasileiras) das Favelas em São Luís.

A ação contará com seis equipes compostas por guias locais e profissionais da saúde que serão responsáveis por triar e aplicar os testes. “Nós privilegiamos trabalhar com pessoas da comunidade onde acontece a ação, porque é mais uma maneira de apoiar os moradores desses territórios que estão ainda mais vulneráveis com a pandemia”, afirma Emilia Rabello, uma das idealizadoras do projeto e responsável pelo planejamento e coordenação da equipe em campo.

Para dar suporte e inteligência à triagem, é utilizado um questionário de saúde e de dados socioeconômicos, hospedados na plataforma online Ciente, desenvolvida por um grupo de médicos parceiros do projeto. “A plataforma armazena os dados relacionados aos sintomas e situações de risco a que o entrevistado se expôs. Com isso, conseguimos entender a necessidade de submetê-lo ao teste. A ferramenta é individual e o cidadão pode utilizá-la por toda a vida para carregar seu histórico de saúde”, explica a médica e infectologista Juliana Arruda de Matos, uma das desenvolvedoras da plataforma.

As próximas comunidades a serem testadas são: Baixada Nova Jurunas em Belém do Pará, Cidade de Deus em Manaus, Casa Amarela em Recife, Pirambu, em Fortaleza, Ceará e Sol Nascente em Brasília, além do Morro do Alemão e Rio das Pedras, no Rio de Janeiro.

Para contribuir com qualquer valor a partir de 5 reais, basta acessar a plataforma aqui. Mais informações sobre o projeto estão disponíveis nas redes sociais @boratestarcovid no Instagram e Facebook.

Resultados

Até o momento já foram mais de 1600 pessoas entrevistadas e em média, mais de 20% delas foram encaminhadas para o teste de Covid-19, após ser avaliada a possibilidade de estarem infectadas. A Rocinha é o local com maior número de contaminados (17%). Em seguida, aparece Paraisópolis com 6,3%, Heliópolis com 4% e Cidade Tiradentes com apenas 1,5% - bem abaixo da média geral.

Desemprego

Os dados levantados pelo projeto Bora Testar, além do número de contaminados, trazem também um grave problema que atinge essa população - o desemprego. Em todos os locais, a falta de trabalho, provocada pela pandemia, aparece com alta incidência e acima da média nacional, que atualmente é de 14,4%, de acordo com dados oficiais do governo.

Em São Paulo, Paraisópolis apresenta o índice mais alto de desemprego - 26%. Em seguida, o bairro Cidade Tiradentes, com 22% dos entrevistados sem trabalho. Em Heliópolis, 18,5% estão desempregados. E por último, aparece a Rocinha, no rio de Janeiro, com 17,2% das pessoas desempregadas. Em todas as comunidades, a maioria das famílias vive com uma renda mensal de R$1045,00 – até 90%. O perfil majoritário dos que estão atualmente sem trabalho são de pessoas que se declaram negras ou pardas, com formação escolar entre primeiro e segundo grau incompletos.

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