Estado Maior

Clima quente

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18

Subiu muito a temperatura da campanha eleitoral em São Luís nos últimos dias. Diante da certeza de que, se houver um 2º turno, o candidato do Podemos, Eduardo Braide, estará lá, acirrou-se a disputa entre os governistas Duarte Júnior (Republicanos), Neto Evangelista (DEM) e Rubens Júnior (PCdoB).
Vaca começou a desconhecer bezerro, como se diz no popular. E o clima ficou ainda mais quente durante a passagem do presidente Jair Bolsonaro pelo Maranhão.

Explica-se: na quinta-feira, 29, Rubens Júnior repostou no Twitter um trecho de entrevista em que ele afirma que lideranças ligadas a Duarte, a Braide e a Neto estavam ao lado do presidente da República durante agenda no Maranhão.

- Braide, que é meu adversário, está lá representado pelo senador Roberto Rocha, pelo deputado Edilázio e pelo deputado Aluísio Mendes. […] Duarte está lá com
o presidente do seu partido do lado do Bolsonaro agora. O Neto Evangelista está com o presidente do seu partido lá do lado do Bolsonaro agora. Eu não! -, afirmou Rubens.

Em vídeo gravado à tarde, Duarte bateu forte no adversário, a quem chamou de “aquele lá, o de 1%”. O candidato republicano fez uma live de dentro do seu
comitê de campanha, com assessores, para mostrar que não estava com Bolsonaro. E, em determinado ponto da transmissão, chamou Rubens Júnior de “bandido”.

- Se o cidadão é bandido para mentir, para iludir para as pessoas (sic), um bandido desse, filho de um ficha suja, de um condenado, pode ter certeza que não vai chegar na Prefeitura, meu irmão, porque eu não vou deixar -, afirmou.

A fala gerou reação de Rubens Jr. Ele afirmou que o ataque foi “covarde” - porque o pai está internado numa UTI recuperando-se da Covid-19, “e nem pode se defender”-, mas que não vai entrar no “vale tudo”.

Reação
A fala de Duarte Júnior (Republicanos) sobre o pai de Rubens Júnior (PCdoB) acabou gerando uma série de reações de políticos, mesmo adversários do comunista.

Aliado do Neto Evangelista (DEM), o senador Weverton Rocha (PDT) condenou o republicano.

Também se manifestaram o presidente estadual do PCdoB, Márcio Jerry, o deputado André Fufuca (Progressistas) e a senadora Eliziane Gama (Cidadania).
Flávio Dino, não.

Collor 2.0
Quem também não perdeu a oportunidade de bater forte em Duarte Júnior após o episódio foi o deputado Yglésio Moyses, candidato do Pros à Prefeitura
de São Luís.

Segundo ele, a candidatura de Duarte é obra do próprio governo a quem, agora, cabe o ônus de arcar com as consequências.

- Eu acho é pouco para quem fez esforço pro Collor de Melo 2.0 sair candidato pra impedir uma vitória do Eduardo Braide no primeiro turno. […]
Agora, lambam as feridas de vocês, que libertaram o Coringa -, disse.

Todos juntos?
Aliados de Duarte Júnior, por outro lado, não veem grande problema na fala dele a respeito do pai de Rubens Júnior.

- É um debate político e o que ele disse a respeito do Rubão, que é político, é tudo verdade -, alegou um membro do PL, partido da base do republicano.

Para ele, uma ala do governo Flávio Dino (PCdoB) aproveita-se do episódio para minar Duarte e favorecer Neto Evangelista e o próprio Rubens Júnior.

Só pedras
O governador Flávio Dino (PCdoB) teceu na quinta-feira, 29, duras críticas à passagem do presidente Jair Bolsonaro pelo Maranhão.

Segundo ele, o adversário político não tinha nada a inaugurar no estado, além de manter duas rodovias federais destruídas cortando o território maranhense.

- Depois de dois anos de governo, nada para inaugurar no Maranhão. A BR-222 e a BR-316 destruídas, inaugurou apenas um trecho de 5 km da BR-135. Muita lentidão -, declarou Dino. Evidentemente que, seja qual fosse o motivo da visita de Bolsonaro, Dino não jogaria flores no presidente.

Falando nisso…
O deputado Márcio Jerry, vice-líder do PCdoB na Câmara, apresentou representação por prática de improbidade administrativa contra Jair Bolsonaro, após visita do presidente ao Maranhão.

O documento foi protocolado eletronicamente na manhã de sexta-feira, 30, no Ministério Público Federal (MPF) no Maranhão.

Segundo o partido, Bolsonaro utilizou recursos públicos para atender interesses particulares de cunho político-eleitoral, infringindo a Constituição e a Lei de Improbidade Administrativa.

DE OLHO

R$ 1,8 MILHÃO É O TOTAL do prejuízo causado à Saúde de São Luís por esquemas na compra de máscaras, segundo relatório da Polícia Federal.

Mais fogos?
Depois de anunciar publicamente que haviam abolido o uso de fogos de artifício em suas campanhas - em respeito a autistas e animais -, Duarte Júnior
e Neto Evangelista precisaram se explicar.

Na quinta-feira, 29, atos de ambos foram filmados com uso do material, no Anjo da Guarda e na Avenida Litorânea.

Mesmo diante de vídeos, Duarte negou que tenha partido dos seus apoiadores o uso dos foguetes; Neto foi às redes pedir que seus aliados deixem de
usá-los.

E MAIS

• Grande admirador do Guaraná Jesus, notadamente após a passagem de Jair Bolsonaro pelo Maranhão, Flávio Dino já aumentou o ICMS do refrigerante
duas vezes na sua gestão.

• Em manifestação sobre a polêmica Duarte x Rubens Jr., André Fufuca (Progressistas) disse que o primeiro seria um “produto defeituoso” a ser interditado
pelo Procon.

• A oposição de Anapurus está de olho nas movimentações do candidato Julio César em São Luís para tentar resolver pendência com sua ficha e disputar
a eleição deste ano.

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