Artigo

Pandemia e lojas autônomas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18

Desde o dia 26 de fevereiro de 2020, quando foi oficialmente detectado o primeiro caso de covid-19 no Brasil, muita coisa mudou. Passamos a seguir medidas de distanciamento social, tivemos que adotar o uso da máscara ao sair de casa, lavar mais vezes as mãos, utilizar álcool em gel, além de mudar vários de nossos hábitos, inclusive de compras.

Para evitar o contágio e não colocar em risco as pessoas mais próximas, passamos a comprar mais pela internet. As compras feitas de forma on-line cresceram 82% entre fevereiro e maio deste ano em relação ao mesmo período de 2019, segundo pesquisa do Compre&Confie. Sabemos que podemos adquirir qualquer tipo de produto sem sair da frente do computador, com apenas poucos cliques. O principal inconveniente, nesse caso, é que precisamos aguardar a chegada da mercadoria.

Outra forma de fazer as compras que precisamos sem medo de sermos infectados pelo vírus, mas sem precisar aguardar a chegada do produto, é a ida a uma loja autônoma, tendência do varejo que tem ganhado força em tempos de pandemia. Mas, afinal, o que é e como funciona esse modelo de negócio?

Em lojas autônomas os clientes simplesmente entram, escolhem o que querem e vão embora. Uma notificação no celular informa o valor da compra que virá na fatura do cartão de crédito.

Falando assim parece coisa de ficção científica, mas se você acha que essa novidade vai demorar a acontecer, saiba que várias iniciativas nesse sentido já estão sendo postas em prática no mundo inteiro, inclusive aqui no Brasil.

Quem largou na frente foi a Amazon, gigante do comércio eletrônico mundial. Intitulada de “Amazon Go”, sua primeira unidade foi inaugurada em Janeiro de 2018 em Seattle, nos Estados Unidos. No Brasil, as Lojas Americanas lideram o mercado de lojas autônomas.

Nessa loja do futuro, basta o cliente se identificar por um app de celular na entrada, retirar os produtos desejados das prateleiras e sair. Vários sensores (câmeras 3D, balanças) e algoritmos de processamento avançados identificam os produtos, os associam ao cliente e o total da compra é debitado do cartão de crédito cadastrado no app.

Esse novo modelo talvez seja o maior marco na evolução das lojas físicas desde a informatização dos caixas com a implementação do leitor de código de barras. Além de simplificar a gestão do negócio para o varejista, pelas métricas de estoque em tempo real, redução de perdas e sem a necessidade de criação de escalas para o caixa, por exemplo, as lojas autônomas ainda oferecem ao consumidor uma experiência de compra mais fluida e sem atrito (sem filas e sem checkout).

Nos últimos meses a procura por esse tipo de tecnologia tem aumentado muito e a Logicalis, em parceria com a Microsoft, tem trabalhado para auxiliar os varejistas em diversas etapas que envolvem a abertura de lojas autônomas: definição de estratégia (tamanho de loja, mix de produtos, P&L), implementação e sustentação tecnológica da operação.

O consumidor sempre busca simplicidade e agilidade, o que se intensificou com a alteração dos hábitos de consumo causada pela pandemia. A tecnologia que pode atender este desejo agora está acessível ao varejista e muitos já a estão buscando, tendo sido dado, assim, o tiro de largada - alerta esse que algumas empresas ainda não ouviram. De qualquer maneira, acreditamos que em breve teremos muitas unidades de lojas autônomas espalhadas por todo o Brasil.

É uma questão de tempo, muito pouco tempo.

Christian Rempel

e Davi Aquino

Consultores de Inovação para o Varejo da Logicalis

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.