Atenção

Brasil estima 66 mil novos casos de câncer de mama até o final do ano

Queda de 84% no número de mamografias, em decorrência da pandemia de Covid-19, pode impactar no volume de complicações e óbitos decorrentes da doença

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Redução no número de mamografias, por causa da pandemia, pode agravar casos de câncer de mama
Redução no número de mamografias, por causa da pandemia, pode agravar casos de câncer de mama (mamografia)

São Paulo - Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que, até o fim deste ano, 66 mil novos casos de câncer de mama terão surgido no país. Paralelamente, o número de mamografias realizadas, no Brasil, caiu 84%, desde março, quando teve início a pandemia de Covid-19. Em meio às mulheres diagnosticadas com a doença, observou-se atraso no início do tratamento. Neste Outubro Rosa, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) alerta para os riscos da subnotificação à saúde da mulher. Nos últimos dez anos, os óbitos decorrentes câncer de mama crescerem 46% em todo país. Em meio ao atual cenário de acesso ao diagnóstico, projeta-se que a curva ascendente da quantidade de vítimas se intensifique.

“O atraso no diagnóstico e tratamento da doença, prejudica todas as faixas etárias. Mas, o impacto da pandemia foi, sem dúvidas, muito maior na população com mais de 60 anos. Foram estas as pessoas que tiveram maior necessidade de isolamento social e consequentemente sem acesso aos diagnósticos e tratamentos”, afirma o mastologista Guilherme Novita Garcia, membro da Comissão Nacional Especializada em Mastologia da Febrasgo.

Após os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é a neoplasia mais frequente entre as mulheres de todas as regiões brasileiras. A incidência do câncer de mama tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade por essa neoplasia. O risco de óbito decorrentes da doença em meio às mulheres de 60 anos é 10 vezes maior quando comparado àquelas com menos de 40 anos de idade.

Diagnóstico
O mastologista Eduardo Camargo Millen, membro da CNE de Mastologia da Febrasgo, afirma que é importante que as mulheres tenham a noção de que manter os cuidados ginecológicos em qualquer situação. "Fazer o preventivo e os exames da mama, faz parte da atenção à saúde da mulher. Com isso, além de diminuir o risco de detectar tumores avançados, também aumentam as chances de cura quando diagnosticadas precocemente”, diz.

SAIBA MAIS

A DOENÇA

O câncer de mama é o mais incidente em mulheres em todo o mundo, representando 24,2% do total de casos em 2018, com aproximadamente 2,1 milhão de casos novos. É a quinta causa de morte por câncer em geral (626.679 óbitos) e a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres.

O sintoma mais comum da doença é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular. Eventualmente, pode ainda se manifestar com consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são edema cutâneo semelhante à casca de laranja; retração cutânea; dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo; e secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea. A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.

Não existe somente um fator de risco para câncer de mama, no entanto a idade acima dos 50 anos é um dos agravantes. Outros fatores que contribuem para o aumento do risco de desenvolver a doença são os fatores genéticos, hereditários, obesidade, sedentarismo e exposições frequentes a radiações ionizantes. “Os tumores de mama duplicam de volume a cada 100 dias. Quanto maior ele estiver, o risco de comprometimento dos linfonodos axilares cresce e a chance de a paciente receber tratamentos mais invasivos e com maiores danos aumenta. As mulheres com mais de 60 anos precisam fazer os exames de rotina na época programada, ou seja, a mamografia anual. Tumores quanto mais cedo diagnosticados, mais fáceis e rápidos serão o tratamento e menor a possibilidade de submeterem a quimioterapia. Fazer o diagnóstico precoce mesmo após 60 anos é muito importante”, conclui o Dr. Eduardo Millen.

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