Covid-19

"Não é mais barato investir na cura do que na vacina?" diz Bolsonaro

Presidente também voltou a defender o uso da hidroxicloroquina para o tratamento do novo coronavírus; ele disse que juiz "não pode decidir se você vai ou não tomar vacina"

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Bolsonaro voltou a defender o uso da hidroxicloroquina para o tratamento do novo coronavírus
Bolsonaro voltou a defender o uso da hidroxicloroquina para o tratamento do novo coronavírus (Bolsonaro)

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) questionou ontem,26,se não é mais interessante apostar na cura da Covid-19 e não na vacina contra a doença. Na visão do chefe do Executivo, a produção de imunizações pode levar cerca de quatro anos para ficar pronta.

"Agora, pelo que tudo indica, né, todo mundo diz que a vacina que menos demorou foram quatro anos. Eu não sei porque correr em cima dessa. Eu dou minha opinião pessoal. Não é mais barato ou mais fácil investir na cura do que até na vacina? Ou jogar nas duas, mas também não esquecer da cura", disse aos apoiadores que estavam no Palácio da Alvorada.

Bolsonaro voltou a defender o uso da hidroxicloroquina para o tratamento do novo coronavírus. O medicamento não tem eficácia comprovada e não é recomendando pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

"A cura, eu, por exemplo, sou testemunha. Eu tomei a hidroxicloroquina , outros tomaram ivermectina, outros tomaram Annita e deu certo. Pelo que tudo indica, todo mundo que tratou precocemente com uma dessas três opções foi curado", afirmou o presidente.

Tomar vacina

O presidente afirmou a um grupo de apoiadores na portaria do Palácio da Alvorada que juiz "não pode decidir se você vai ou não tomar vacina".

Na última sexta-feira,23, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, afirmou que deve haver "judicialização" dos critérios a serem adotados para a futura vacinação contra a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Quatro ações no tribunal tratam do tema (leia detalhes mais abaixo).

Fux entende que o tribunal terá de decidir sobre temas como liberdade individual e requisitos para a imunização. No caso do coronavírus, as vacinas ainda estão em processo de desenvolvimento.

Bolsonaro já declarou em mais de uma ocasião que é contrário à vacinação obrigatória. O presidente também já declarou que não confia na CoronaVac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, e pela farmacêutica chinesa Sinovac.

Ações no STF

O STF recebeu ao menos quatro ações que tratam sobre a vacinação contra o novo coronavírus. Três ações são favoráveis à vacinação mais ampla e/ou obrigatória, e uma que pede a proibição da vacinação compulsória.

Em uma dessas ações, o PDT busca garantir que a determinação de vacinação obrigatória e de outras medidas relacionadas fique a cargo de estados e municípios.

O ministro do STF, Ricardo Lewandowski, decidiu na sexta que levará direto ao plenário a análise de três ações que discutem o tema.

O relator pediu informações à Presidência da República, à Advocacia-Geral da União e à Procuradoria-Geral da República. O julgamento não tem data ainda para ocorrer – a marcação deve ser feita após as manifestações requeridas pelo ministro.

Opções de vacinas

Bolsonaro protagonizou na semana passada uma disputa política com o governador de São Paulo, João Doria, sobre a vacinação contra o coronavírus.

Após o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ter anunciado a negociação para adquirir as 46 milhões de doses da CoronaVac, Bolsonaro mandou cancelar a compra – e o ministério, por sua vez, afirmou que "não há intenção de compra" e substituiu o comunicado no site.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou na sexta-feira a importação de 6 milhões de doses da CoronaVac

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