São Luís - Disponível em todas as plataformas digitais, o clipe “Burning Down The House”, traz uma releitura da cantora maranhense Flávia Bittencourt para um sucesso da banda Talking Heads, surgida em Nova Iorque em 1975 e em atividade até 1991. O clipe soma-se às outras facetas musicais da artista que passeia ainda com desenvoltura pelo samba, Música Popular Brasileira e regional, bem como a música eletrônica, entre outros ritmos e batidas.
Flávia Bittencourt conta que a ideia de gravar a música surgiu durante um show que ela faz em Nova York, Estados Unidos no qual conheceu o guitarrista e vocalista David Byrne. Os Talking Heads foram a primeira banda pós-punk do mundo. Ao longo do tempo os Heads foram lapidando seu som, deixando-o mais minimalista e ainda mais direto, ao mesmo tempo em que em vez de atacar o sistema, preferiam descrevê-lo, ridicularizá-lo, criticá-lo.
“Na ocasião inclui a música no repertorio do show, quando voltei resolveu gravar a versão que ficou na gaveta de canções. Na pandemia, lembrei da versão. As letras ácidas, sarcásticas e irônicas vieram de encontro ao que estamos vivendo pois aborda questões de gênero, sociedade e problemas que nós, mulheres, sabemos bem”, relata a cantora.
Para Flávia Bittencourt, o momento é de reflexão e o clipe, nesta versão da artista, vem de encontro às tão características letras ácidas e críticas ao sistema. “O que estamos passando, o coronavírus, a politica, minorias, etc. Durante a pandemia, afloraram tantas coisas, vemos muitas pessoas perdias, outras nem aí, naturalizando a situação. Na verdade, a ideia do clipe vem de encontro com a letra e a banda, que traz a crítica ao sistema violento de várias formas”, observa a artista que tem produzido bastante durante a quarentena.

Sucessos
Flávia Bittencourt segue uma trajetória que já lhe trouxe notoriedade no meio musical desde seu primeiro lançamento, o álbum “Sentido”, que se destacou com a música “Vazio”, de sua autoria e a faixa “Terra de Noel”, incluída na trilha sonora da novela América, da TV Globo.
Outro destaque na carreira é a releitura da canção “Mar de Rosas”, do álbum “No Momento”, que também tem participações de Zeca Baleiro, além da parceria com o poeta e escritor Ferreira Gullar na faixa “Um Instante”. Há também neste álbum, uma música escrita por Luiz Melodia para a artista, a faixa “Franqueza”.
Em 2010, a maranhense lançou o álbum “Todo Domingos” e em 2016, “Leve”, que além de visibilidade nacional, lhe renderam shows na Espanha, Polônia, França, Itália, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos.
Seu mais recente trabalho, “Eletrobatuque”, gravado em São Luís, mostra toda sua versatilidade ao transitar por sons eletrônicos e ritmos nordestinos e que reúne ainda violoncelo, acordeom, piano, percussão e bases eletrônicas. l

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