Cinema

Premiado "Mulher Oceano" estreará no Brasil em novembro

Primeiro filme da diretora Djin Sganzerla, premiado no Porto Femme International Film Festival como Melhor Filme, está na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Cena de "Mulher Oceano"
Cena de "Mulher Oceano" (mulher oceano)

São Paulo - Premiado como Melhor Filme no Porto Femme International Film Festival - Portugal, “Mulher Oceano”, longa-metragem de estreia da diretora Djin Sganzerla, chega aos cinemas brasileiros em 26 de novembro.

O longa fez sua estreia mundial no Festival de Cinema de Providence, Rhode Island (EUA), está na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e terá sessão especial no Belas Artes Drive-in, no dia 01 de novembro, às 18h40, com ingressos à venda pelo site: https://bileto.sympla.com.br/event/66669.

Atriz premiada e que trabalhou com diretores renomados, como Carlos Reichenbach (“Falsa Loura”), Helena Ignez (“A Moça do Calendário”), Júlio Bressane (“Capitu e o Capítulo”, em finalização, e “São Jerônimo”) e Rogério Sganzerla (“O Signo do Caos”), Djin Sganzerla estreia na direção de longa-metragem com “Mulher Oceano”, filme rodado no Rio de Janeiro e no Japão. Além da direção, ela também assina o roteiro (escrito em parceria com Vana Medeiros) e a produção.

Djin interpreta as duas protagonistas, Hannah e Ana, ambas ligadas pelo mar. A primeira, escritora e mulher de um diplomata (interpretado por Gustavo Falcão), acaba de se mudar para Tóquio, e enfrenta um bloqueio criativo. A outra, funcionária de um banco de investimentos, é praticante de travessia oceânica e se prepara para atravessar a nado 35 km do Leme ao Pontal da Barra. São mulheres que estão em busca da sua verdadeira essência em um filme feminino, que trata das sutilezas da alma, da essência do ser. E também do que está oculto, não revelado nas pessoas, de forças da natureza que não explicamos, mistérios, sonhos que estão no plano inconsciente. E também retrata aspectos da força, da busca por uma transformação, da alegria, da delicadeza que está contida na força.

Djin Sganzerla, nasceu em meio as artes, filha de Helena Ignez e Rogério Sganzerla, considera sua primeira incursão na direção de um longa uma grande realização: “Talvez uma das minhas maiores conquistas, amo o cinema profundamente, já o amava estando em frente às câmeras, agora o amor aumentou estando também do outro lado, como realizadora, pensando o todo, em todos os detalhes da criação, da sua gênese até a cópia final. Também foi um dos processos mais intensos que já vivi, mas absolutamente viciante. Meus pais [Rogério Sganzerla e Helena Ignez] eram e são realizadores obsessivos, acho que compartilho do mesmo vício. Deve estar no sangue.”

O elenco de “Mulher Oceano” inclui, além de Djin e Falcão, os atores Lucélia Santos, Stênio Garcia, Jandir Ferrari e o japonês Kentaro Suyama. “Dei espaço para o ator, liberdade para o frescor, para o improviso. Trabalhei com os atores e atrizes a parte sutil das personagens, o subtexto, a realidade de cada um e o que estava por trás.”, conta a diretora.

“Mulher Oceano” é um filme no qual o documental e o ficcional se misturam, com um toque de neorrealismo. Um desses elementos documentais são as Amas japonesas, mulheres cujo trabalho consiste em mergulhar no mar em busca de pérolas, alimentos, entre outras coisas, e muitas delas, mesmo com a idade avançada, não abandonam a profissão. “Filmei muitas vezes de forma documental. No roteiro deixamos espaço para que o documental e a ficção se misturassem. Quis filmar nas ruas de Tóquio pensando nisso. Fiz uma extensa pesquisa de locações no Japão enquanto escrevia o roteiro com a Vana.” As filmagens na cidade japonesa duraram 22 dias.

Como a água é um dos principais elementos no longa, o Japão, por ser uma ilha, se tornou um cenário ideal. “O mar do Japão é uma grande metáfora de superação, de luta, de embate, de fúria, perigo e calmaria. O tsunami representa parte deste embate. Um povo que tem o xintoísmo como eixo, amor profundo e respeito pela natureza. E também outra ideia também presente no filme é a do sonho que invade a realidade.”.

Dessa experiência de filmar no Japão e a realidade das Amas, Djin conta que saiu tocada. “As Amas dizem, no filme, que se deve ‘ver e aprender, o que acontece naturalmente, ninguém te ensina.’ As Amas falam sobre o processo delas de aprender como se tornar Amas. De uma outra forma transponho esta frase para o cinema. Muito eu aprendi observando, intuindo, sentindo, lendo, estudando. Busco na vida este misto entre sensibilidade e experiência.”.

Sinopse

Ao se mudar para Tóquio, uma escritora brasileira se dedica a escrever seu novo romance, instigada por suas experiências no Japão e por uma das últimas cenas que presenciou no Rio de Janeiro: uma nadadora de travessia oceânica rasgando o horizonte com vigorosas braçadas em mar aberto. Essas duas mulheres aparentemente não compartilham nenhuma conexão, até que suas vidas começam a interferir uma na outra, estranhamente ligadas pelo mar. Hannah, a escritora, mergulha em uma jornada de auto descoberta no Japão, enquanto Ana, a nadadora no Rio, estranhamente tem seu corpo transformado em uma espécie de Oceano interior.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.