Oton Lima

BLACK POWER

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18

"Uma coisa é ter MBA, doutorado, pós e o escambau. Outra coisa é ter a manha", dizia umas dessas frases de efeito que vi outro dia por aí. No caso de Leandro Lima, essa "outra coisa" é um talento nato.

Autodidata, o fotógrafo de 24 anos é um artista da maior qualidade. E suas fotos, dignas de exposição. Ainda na escola, aos 16 anos, Leandro entendeu que a fotografia seria seu destino e ofício. Desde então, vem construindo um portfólio de extremo requinte, ousadia e com um toque de regionalismo que passa longe do clichê.

Assim como muitos dessa profissão, ele começou cobrindo eventos. Mas logo percebeu que o seu negócio era captar imagens com perfume fashion.

A relação de Leandro com a fotografia é definida pelo próprio como um processo de autoconhecimento. "Meu trabalho me conecta com o meu passado, com a minha família negra biológica. Me ajuda a resgatar minhas raízes".

A prevalência de modelos pretos em sua obra tem ainda um significado político. Segundo ele disse à coluna, "é uma forma de lapidar a nossa autoestima através da valorização da estética negra, com referências próximas da gente".

Os trabalhos do maranhense volta e meia são destacados no "Afropunk", um dos maiores portais de celebração da cultura negra; e ele também já assinou campanha para a marca de maquiagem para pele negra "Damata Makeup".

Seus registros são marcantes, falam através de luz, sombra e movimentos, e costumam viralizar sempre que ele os partilha no Instagram - cujo perfil é @leandro.foto.

Pelas lentes de Leandro já passaram musas como a atriz Áurea Maranhão e as modelos Bianca Klamt - em fotos deslumbrantes em Santo Amaro para uma campanha - e Scarllath Lopes - a mais novamaranhense a desbravar a alta moda de Paris (ela, a propósito, está estrelando a nova campanha de alta joalheria da Louis Vuitton).

Voltando ao nosso "enfant terrible" dos clicks, Leandro estápensando em cursar Publicidade - área que enriqueceria e muito a sua percepção fotográfica. E sonha em ter suas imagens estampadas em grandes publicações de moda (para mim, questão de tempo). No momento, elas enfeitam a coluna de hoje.

1, 2, 3...
FILMANDO

Como se não bastasse a saga da vacina da Covid-19, 2020 veio com desafios que devem mudar de uma vez por todas as engrenagens do mundo.
Alguns, aliás, já estão em curso. É o caso da forma como a gente se comunica.

Embora estivéssemos ensaiando isso já há um certo tempo, a pandemia foi definitiva para estabelecer a interlocução por vídeo. Tendência que as redes
sociais só terminaram de validar.

Não tardou, portanto, a surgir um impasse velho conhecido: a dificuldade que muita gente tem de se expressar em público - não apenas o presencial, mas, sobretudo agora, também aquele que forma a audiência das ferramentas virtuais com que estamos nos comunicando.

Só para dimensionar a enrascada: em uma pesquisa famosa feita pelo jornal "Sunday Times" em 2015 (!) com 3600 entrevistados, 42% apontaram como o maior medo o de falar em público. Isso antes de mencionar o medo de pegar doenças ou mesmo o da morte.

Seja para gravar um "story" do Instagram, se apresentar em uma videoconferência ou mesmo falar com alguém que não se tem intimidade por
vídeo chamada, o bloqueio é geral. Há, inclusive, quem tenha até pânico. O problema é que chegamos a um ponto em que é quase impossível
escapar desse confronto com uma câmera.

Aqui eu aproveito para uma confissão (e quase heresia para um comunicador): partilho de uma certa timidez na hora de gravar vídeos. E tem sido um exercício
frequente pra me soltar os "stories" que posto no meu Instagram. Em minha defesa, preciso sublinhar que sou da última leva de jornalistas da transição do off para o online, fundado mais na comunicação escrita e que, como muitos da minha geração, relaxou na prática com vídeo. Bom, a
fatura chegou...

Profissionais das áreas mais inusitadas, empresários de todas as envergaduras e até mesmo artistas estão se vendo na iminência de romper a com a barreira da tela. O mundo de hoje exige, mais que nunca, perfis convidativos e utilitários nas redes sociais. E não é só: os chamados "vídeos atendimentos" vieram para
dividir espaço com outros serviços, quer os mais tímidos queiram, quer não.

O bom é que tem pipocado na internet manuais, cursos e tutoriais de especialistas para ajudar a se soltar diante do vídeo. Vale pesquisar. Mas antes de técnica, vai aqui um macete de um reles aprendiz: para se comunicar bem, independente da plataforma, é preciso conhecer o público. Entendê-lo, saber das suas
demandas. O segredo está no outro. Em saber ouvir antes de falar.

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