Editorial

Vacina russa poderá ser produzida no Brasil

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18

A vacina contra Covid-19 desenvolvida na Rússia poderá ser produzida no Brasil ainda este ano, como parte de acordo firmado entre o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) e a farmacêutica União Química. O anúncio foi feito pelo diretor executivo do fundo russo, Kirill Dmitriev, durante entrevista à imprensa. Na ocasião ele destacou que o processo de transferência de tecnologia já começou e apesar de costumar durar até seis meses, deve ser acelerado devido à pandemia do coronavírus.

A produção da vacina russa também deve ocorrer na Coréia do Sul, na China e na Índia, país em que os lotes também devem começar a ficar prontos neste ano. Sobre a América Latina, Dmitriev afirmou que o Brasil é um parceiro confiável e com um mercado importante e antecipou que novos acordos devem ser anunciados com o Peru e a Argentina. O executivo afirmou que os países devem buscar construir um portfólio próprio com mais de uma opção de vacina e defendeu que a tecnologia utilizada pelos russos esteja entre elas.

A vacina russa contra a Covid-19 é chamada de Sputnik V e está em desenvolvimento pelo Instituto de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya. A vacina utiliza a tecnologia de vetor viral, em que outro tipo de vírus é modificado e utilizado para transportar informações genéticas do novo coronavírus. Também funcionam dessa forma as vacinas da AstraZeneca/Oxford, da Johnson & Johnson e da Cansino.

A Sputnik V, entretanto, é a única entre elas a usar dois tipos diferentes de adenovírus humano como vetores virais, um em cada uma das duas doses previstas. As demais vacinas desse tipo utilizam apenas um tipo de adenovírus, humano ou de chimpanzé, para carregar informações genéticas do novo coronavírus e desencadear a resposta imunológica do organismo.

Durante a entrevista coletiva, o pesquisador Denis Logunov explicou que a estratégia de usar dois adenovírus diferentes busca produzir uma imunidade mais duradoura. Logunov também afirmou que os testes clínicos na Rússia não precisaram ser interrompidos até o momento por qualquer ocorrência de efeitos adversos graves, e foram registrados apenas sintomas leves, como febre ou dor no local da aplicação.

No último final de semana foi realizado o Dia D de mobilização nacional, para multivacinação de crianças e adolescentes. A campanha nacional do Ministério da Saúde segue até o dia 30 deste mês e se destina a vacinar contra a poliomielite e atualização da caderneta de vacinação. O Dia D, realizado no sábado (17), serviu também para conscientizar e imunizar milhares de crianças e adolescentes menores de 15 anos em todo país. A campanha segue até o fim deste mês com o conceito Movimento Vacina Brasil. É mais proteção para todos.

Iniciada no dia 5 de outubro em mais de 40 mil postos de vacinação espalhados pelo Brasil, a campanha segue com o objetivo de atualizar a caderneta de vacinação e mobilizar a população para a importância de vacinar os brasileirinhos contra diversas doenças como sarampo, febre amarela, rubéola, caxumba, hepatites A e B, dentre outras.

“A campanha procura ampliar as coberturas vacinais, resgatar o sentimento de segurança dos pais e responsáveis em relação à vacinação dos filhos e desmitificar as fake news”, explicou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros. A multivacinação é uma estratégia que tem a finalidade de atualizar a situação vacinal de menores de 15 anos de idade. Serão ofertadas todas as vacinas do calendário nacional de vacinação da criança e do adolescente.

Pais e responsáveis façam valer o direito dos seus filhos, busquem um serviço de saúde, mais próximo de sua casa para a avaliação da situação vacinal. O desempenho será avaliado com base nas doses aplicadas e registradas no Sistema de Informação durante o período da campanha, para cada vacina disponível. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece atualmente 18 vacinas para crianças e adolescentes. Estados que necessitarem de reforço em estoques de vacinas poderão solicitar ao Ministério da Saúde.

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