Cinema

Filme com Com Andrea Beltrão e Marina Lima estreia em novembro

"Verlust", novo filme de Esmir Filho, é um drama sobre indivíduos que vivem em uma atmosfera sufocante

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Marina Lima e Andrea Beltrão em cena de "Verlust"
Marina Lima e Andrea Beltrão em cena de "Verlust" (Marina Lima e Andreia Beltrão)

São Paulo - Estreia nos cinemas, dia 5 de novembro, o novo filme de Esmir Filho, "Verlust", protagonizado por Andrea Beltrão e Marina Lima. Um drama sobre indivíduos que vivem em uma atmosfera sufocante, a história acompanha a poderosa empresária musical Frederica (Andrea Beltrão) que, isolada na praia ao lado do marido fotógrafo (o ator chileno Alfredo Castro) e a filha adolescente (Fernanda Pavanelli), concentra-se nos preparativos de uma esperada festa de réveillon, e ainda tem que administrar a vida e carreira do ícone pop Lenny (Marina Lima), que está produzindo uma obra misteriosa ao lado do escritor João Wommer (Ismael Caneppele). Quando um ser das profundezas do mar surge em sua praia, a crise se instaura e Frederica terá que enfrentar seu maior medo: a perda.

Presos a um círculo de fama e poder, atados a convenções sociais, sujeitos ao jogo de aparências e expostos aos olhos censores da sociedade, cada personagem sente dificuldade em repensar seus relacionamentos, já que são sufocados pelo domínio de signos e significados, gêneros e catalogações, que os impossibilitam de aceitar o desejo como força que move os corpos para novos encontros.

O filme se passa durante o ano novo, símbolo do despertar. A localização é uma praia isolada, paraíso impenetrável que proporciona a ilusão de segurança para os personagens. VERLUST é um diálogo entre cinema e literatura. Enquanto o filme narra o ponto de vista dos personagens que se projetam na criatura do mar encalhada, o livro homônimo de Ismael (ed. Iluminuras) narra em primeira pessoa o ponto de vista da criatura do mar, que deseja se desprender do seu coletivo e procurar sozinha o ambiente respirável de onde partiu há séculos.

Dentro do contexto global de pandemia, "Verlust" propõe um pensamento sobre um estilo de vida que não surte mais efeito nos dias de hoje. Castelos de areia têm seu tempo contado. A posse, as proclamações, os predicados, tudo isso não define um ser humano. A ruína e o desamparo devem acontecer para que se funde um corpo novo. A criatura é tudo aquilo que desconhecemos e que se coloca à nossa frente, tornando-nos impotentes. A crise é um processo de transformação. É preciso refletir à sua maneira diante do desconhecido que nos amedronta e nos ameaça. Com um futuro incerto pela frente, resta-nos sair fora da ordem que nos individualiza, é preciso nos desamparar. O que nos desampara nos recria. Se quisermos ver a força da transformação, é necessário que nos deixemos afetar pelo assombro de uma criatura nunca antes vista, para então instaurar um novo corpo e uma nova forma de ser.

Não é à toa que a compositora Marina Lima se uniu ao projeto para interpretar Lenny. Com uma extensa carreira e ícone de uma geração, Marina superou traumas e foi capaz de se reinventar. Ela personifica Lenny e seu constante movimento de busca. O disco “Marina Lima” é um objeto importante para as personagens principais, de forma que vida e obra se misturam. Para dialogar com essa grande artista, uma outra grande artista integra o elenco. Grande força dos palcos brasileiros e presença marcantes em obras audiovisuais nacionais, Andrea Beltrão traz para Frederica toda sensibilidade e poder que a personagem exala.

Completam o elenco, Ismael Caneppele, que interpreta outro personagem emprestado da vida real, o escritor João. Ismael, colaborou com o roteiro, escreveu o livro que narra o ponto de vista da criatura do mar e assim como o escritor na vida real, o personagem passa por uma crise na trama e descobre sua voz na voz da criatura. Junto a eles, somam-se o lendário ator chileno Alfredo Castro, como marido fotógrafo de Frederica e Fernanda Pavanelli, contrabaixista clássica, que dá vida à Tuane, filha de Frederica, e foi encontrada através de uma pesquisa de elenco pelas orquestras jovens de São Paulo.

"Verlust" foi escrito e produzido ao longo de 10 anos, explica o diretor Esmir Filho. “Mais uma vez, trata-se de uma parceria minha com o escritor Ismael Caneppele (como no filme Os Famosos e os Duendes da Morte), em um diálogo entre dois tipos de arte que subverte os limites da adaptação. Enquanto o filme narra o ponto de vista dos personagens que se projetam na criatura encalhada, o livro de Ismael - que será lançado pela editora Iluminuras - narra em primeira pessoa o ponto de vista da criatura marinha, que deseja se desprender de seu coletivo e procurar sozinha o ambiente do qual partiu há séculos.”.

Esmir ainda completa: “Como roteirista e diretor, acredito que o roteiro é um ponto de partida. É imprescindível estar aberto aos possíveis caminhos que o processo venha apontar. O que mais me interessa no cinema é trabalhar com pessoas reais (atores ou não) que tragam consigo seus depoimentos pessoais para o filme, colaborando com suas vivências e criando novas camadas para a narrativa ficcional.”.

Uma coprodução internacional Brasil - Uruguai, reconhecida oficialmente pela Ancine e pelo ICAU. "Verlust" é coproduzido pelas brasileiras Casa de Cinema de Porto Alegre, Saliva Shots, Canal Brasil e Globo Filmes e pela empresa Oriental Features do Uruguai. O filme conta com investimento do FSA/BRDE, IBERMEDIA, e apoio do Moulin d'Andé CECI – programa internacional de desenvolvimento do CNC (França).

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