Alerta para ''catástrofe''

Japão vai liberar água de Fukushima no oceano, diz imprensa

Mais de 1 milhão de toneladas de água contaminada foram retiradas da usina desde que a planta foi danificada por um terremoto e um tsunami em 2011

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
​Galões armazenam água contaminada retirada da usina nuclear de Fukushima, no Japão
​Galões armazenam água contaminada retirada da usina nuclear de Fukushima, no Japão (usina nuclear)

TÓQUIO - Veículos da imprensa japonesa publicaram que o governo do país decidiu pela liberação do material retirado da usina nuclear após o desastre de 10 anos atrás. Um pronunciamento formal da administração de Yoshihide Suga deve ser feito no final do mês.

A Tokyo Electric retirou mais de 1 milhão de toneladas de água contaminada desde que a planta foi danificada por um terremoto e um tsunami em 2011. Essa água está armazenada em tanques enormes que lotam o local, e a empresa diz que até 2022 ficará sem espaço de armazenamento.

A decisão deve irritar países vizinhos como a Coreia do Sul, que já intensificou os testes de radiação de alimentos do Japão, e devastar ainda mais a indústria pesqueira de Fukushima, que luta contra tal medida há anos.

O descarte de água contaminada da planta de Fukushima Daiichi é um problema que se arrasta enquanto o país leva adiante um processo de desativação. Representantes da indústria pesqueira do Japão pediram ao governo que não permita a liberação no mar.

Pescadores preocupados

"Somos totalmente contra uma liberação de água contaminada no oceano, já que ela poderia ter um impacto catastrófico no futuro da indústria pesqueira do Japão", disse Hiroshi Kishi, presidente da JF Zengyoren, em uma reunião com autoridades do governo.

A JF Zengyoren é uma federação nacional de cooperativas de pesca japonesas. No início deste ano, uma comissão de especialistas que aconselha o governo do Japão a respeito do descarte de água radioativa da planta destruída de Fukushima recomendou liberá-la no oceano.

O Ministério da Indústria, que está ouvindo opiniões desde abril, convidou representantes da indústria pesqueira para uma sétima rodada de audiências.

"Nós nos opomos vigorosamente à liberação de água contaminada no oceano, já que ela certamente causaria um dano de reputação", disse Toshihito Ono, chefe dos atacadistas e processadores de pesca da região de Fukushima.

Restrições comerciais

O descarte poderia levar outros países a reforçar as restrições a importações de frutos do mar japoneses, revertendo uma tendência recente de afrouxamento, disse o presidente da federação.

Nenhum dos dois representantes dos pescadores apresentou alternativas, mas Kishi pediu ao governo que estude mais e obtenha o máximo de informação possível antes de tomar uma decisão.

Kiyoshi Ejima, ministro da Economia, Comércio e Indústria, disse que o governo levará suas opiniões em conta e que tomará uma decisão responsável.

"Precisamos tomar uma decisão o mais cedo possível, já que este é um assunto da maior prioridade", disse ele aos repórteres após a reunião, mas sem dar um cronograma.

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