Meio ambiente

Ricardo Salles defende ''boi bombeiro'' para conter incêndios

Ministro do Meio Ambiente diz concordar com a frase da ministra da Agricultura, classificada como equivocada pelo Greenpeace

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
​  Ricardo Salles concorda com a afirmação feita pela colega Tereza Cristina
​ Ricardo Salles concorda com a afirmação feita pela colega Tereza Cristina (Ministro Salles)

BRASÍLIA - O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou ontem,13, que concorda com a afirmação do “boi bombeiro” feita pela colega Tereza Cristina. Na semana passada, durante audiência pública na comissão do Senado que debate ações do governo contra incêndios no Pantanal, a ministra da Agricultura afirmou que o gado agiria como "bombeiro" por comer o capim do bioma, evitando que o fogo se alastrasse.

O Greenpeace, ONG que atua em defesa da preservação ambiental, já havia classificado a fala da ministra como "equivocada". Salles, que ontem compareceu virtualmente à mesma comissão do Senado, fez uma defesa da frase de Tereza Cristina afirmando ter “fontes diferentes” sobre a importância da pecuária no Pantanal. O ministro, no entanto, não citou ou identificou nenhuma dessas fontes.

"Outra discussão que vem dando bastante polêmica diz respeito à história do "boi bombeiro" e a criação de gado do Pantanal. A própria ministra Tereza Cristina fez um comentário esta semana acerca da importância da criação de gado no Pantanal. Nós concordamos", disse Salles.

"Ouvimos de várias fontes diferentes sobre a necessidade de haver um reconhecimento do papel da criação de gado no Pantanal, uma vez que o gado também contribui para diminuir o que há de excesso de matéria orgânica. O capim, enfim, o pasto que ele ajuda a reduzir".

Na sexta, por meio de nota, o Greenpeace rebateu a afirmação da ministra da Agricultura, citando que não houve ação para que medidas preventivas fossem tomadas dado o cenário de seca que já era previsto.

"Diante de um cenário já previsto de seca severa, com focos de calor muito superiores à média desde março de 2019, não foram tomadas medidas efetivas de combate e prevenção aos incêndios, necessárias desde o primeiro semestre. Se não tivesse ocorrido um desmonte da gestão ambiental no Brasil, a situação não teria chegado a este nível de gravidade", afirmou o Greenpeace em nota após a declaração da ministra.

Matéria orgânica

Segundo Tereza Cristina, havia muita matéria orgânica no Pantanal e, se houvesse mais gado, “teria sido um desastre até menor do que o que nós tivemos neste ano”.

"Eu falo uma coisa que às vezes as pessoas criticam, mas o boi ajuda, ele é o bombeiro do Pantanal, porque ele que come aquela massa do capim, seja ele o capim nativo ou o plantado. É ele que come essa massa para não deixar que ocorra o que este ano nós tivemos. Com a seca, a água do subsolo também baixou em seus níveis. Essa massa virou o quê? Um material altamente combustível, incendiário".

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