Eleições 2020

Sabatina: Hertz defende gestão comandada por conselhos populares

Ideia do candidato é dar autonomia a segmentos da sociedade para construção de uma administração compartilhada entre o Executivo e a população

Ronaldo Rocha/Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Candidato do PSTU, Hertz Dias, foi o primeiro entrevistado na Sabatina O Estado/Imirante deste ano
Candidato do PSTU, Hertz Dias, foi o primeiro entrevistado na Sabatina O Estado/Imirante deste ano (Bárbara Lauria)

O candidato a prefeito de São Luís pelo PSTU, Hertz Dias, primeiro entrevistado do Programa Sabatina O Estado/Imirante, defendeu na manhã de ontem a criação de conselhos populares numa eventual gestão no Executivo Municipal.

Ele foi sabatinado ao vivo pelos jornalistas Carla Lima, editora de Política de O Estado; Thiago Bastos e José Linhares Júnior, repórteres de Política do veículo. Na manhã de hoje o entrevistado será o candidato Silvio Antonio, do PRTB.

Durante a sabatina de ontem, Hertz Dias apresentou soluções para quatro problemas de temas sorteados: Mobilidade Urbana, Administração, Saneamento Básico e Segurança Pública. Em todos eles, o candidato sustentou a tese de instalação de conselhos populares, dando autonomia para a sociedade decidir sobre os rumos da cidade junto à Prefeitura de São Luís.

Na mobilidade, por exemplo, além do conselho, o candidato sugeriu o rompimento do contrato em vigor do Município junto às empresas de transporte público, celebrado após realizada uma licitação para o setor, e propôs a taxação de 40% sobre grandes fortunas, para que o empresariado subsidie a tarifa de ônibus.

Hertz Dias também defendeu a reativação da Companhia Municipal de Transporte para gerir o setor na capital.

“As empresas de transporte do município, que foram privatizadas, recebem um subsídio de mais de R$ 20 milhões e para a LOA do próximo ano, de R$ 23 milhões para prestar um serviço dessa natureza. Nós vamos criar. Aliás, criar não, porque já existe. Vamos reativar a Companhia Municipal de Transporte e quem vai subsidiar essa companhia são os grandes empresários, porque o trabalhador pega ônibus, não é para ir para a praia - também -, é para ir trabalhar”, disse.

O candidato afirmou que com o subsídio dos grandes empresários é possível instituir a tarifa social, ou seja, permitir que o cidadão utilize o serviço de transporte da capital sem ter de pagar a passagem.

Conselhos

Hertz afirmou que a proposta do PSTU não é investir necessariamente em obras públicas, como a construção de novos terminais de integração e hospitais, por exemplo, mas permitir que a Prefeitura apresente melhores resultados com uma administração compartilhada com os conselhos.

“Bem diferente dos outros candidatos, não somos iluminados. Os caras estão falando assim: vamos construir 4 ou 5 hospitais, vamos fazer isso. Nós não fazemos isso não. O Hertz não é um iluminado. Vamos criar os conselhos populares de transporte coletivo [mobilidade]”.

Hertz afirmou que o objetivo do PSTU é instituir uma sociedade socialista, derrotar o presidente Jair Bolsonaro e apresentar à população nova forma de gestão da coisa pública. l

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Acusações

Durante a sabatina de ontem, Hertz Dias fez uma acusação grave em relação à composição do Legislativo Municipal. Ele não citou nomes, mas assegurou que boa parte dos vereadores eleitos na capital, se utilizaram da compra de votos ou de um falso discurso. "Vocês acreditam que não estão comprando votos na periferia? Se elegem a maioria deles com a compra de votos ou mentido", disse.

Candidato critica partidos da esquerda

O candidato Hertz Dias também falou sobre a relação política e partidária hoje com outros partidos de esquerda, como o PSOL e o PT, do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele disse que no atual cenário, o PSOL segue o mesmo rumo do PT, o que inviabiliza diálogo ou composição com o seu partido político.

“A gente lamenta muito, por exemplo, tivemos uma história com o PT. Foi um partido de muita luta na década de 90. O PSOL hoje segue o mesmo caminho do PT. Tem um debate muito forte agora no PSOL porque um candidato a vereador no Rio de Janeiro recebeu dinheiro de um ex-presidente do Banco Central, tem uma polêmica entre eles. Quando você aceita dinheiro de grandes empresários você perde um elemento fundamental que o PT perdeu e que chamamos de independência de classe”, disse.

E completou: “Quem paga a banda escolhe a música. A Gerdau apoiou a candidatura de Luciana Genro, então infelizmente o PSOL é um partido que caminha para ser o PT. Não é ainda. Inclusive a gente chama os companheiros a romper com esse partido e construir uma outra organização que possa de fato apontar para a libertação da nossa classe”, finalizou.

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