Controle Migratório

Polícia Federal tem registro de 80 venezuelanos em SL

Prefeitura de São Luís monitora a saúde de 45 famílias de venezuelanos na cidade; homens, mulheres e, algumas vezes, até crianças, costumam ser vistos em avenidas da Grande Ilha pedindo esmolas

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Venezuelana passa o dia pedindo esmolas em semáforo, no Turu
Venezuelana passa o dia pedindo esmolas em semáforo, no Turu (Venezuelana)

São Luís – Com dois anos de implantação do sistema de controle migratório (SISMIGRA), a Delegacia de Imigração (Delemig), do Maranhão, já registrou a presença de 80 imigrantes venezuelanos em São Luís, além dos solicitantes de refúgio com processos pendentes de análise pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), de acordo com dados da Polícia Federal - órgão responsável por receber os processos iniciais e/ou renovações de pedido de refúgio bem como os processos de autorizações de residência em geral.

Após um período de “sumiço”, por causa da pandemia da Covid-19, essas pessoas retornaram às ruas da ilha. Na manhã desta quarta-feira, 7, O Estado andou pelas principais ruas da cidade e flagrou alguns imigrantes pedindo esmolas em sinais. Uma venezuelana, usando um vestido quadriculado, e segurando um pequeno recipiente branco nas mãos, pedia ajuda na Rua da Vitória, no bairro Turu. Ela não quis conversar e parecia intimidada.

Um outro venezuelano, desta vez na saída da Rua Deputado Luiz Rocha, se aproximando da Avenida Daniel de La Touche, na Cohama. O homem segurava um cartaz onde explicava o motivo de pedir esmolas, comprar comida para ajudar o neto.

Famílias venezuelanas
Segundo a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), os imigrantes venezuelanos que vivem em São Luís são, em sua maioria, indígenas da etnia warao os quais praticam a coleta urbana e constantes mudanças de local de moradia.

A Sedihpop informou, em nota, que atualmente, há registro de 35 famílias de indígenas da etnia warao em São Luís, totalizando 152 pessoas. Nos últimos meses, com a pandemia, não houve grande variação no contingente de imigrantes na cidade, destacando-se apenas a chegada de um grupo em agosto.

Ajuda na Pandemia
A Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas), afirmou que está fazendo o monitoramento de 45 famílias, e que todas passaram por testes rápidos de Covid-19, além de terem sido cadastradas nos programas de assistência básica, entre eles o auxílio emergencial e aluguel social.

No mês de agosto, foi inaugurado o Centro de Referência para Atendimento de Imigrantes e Refugiados, uma parceria da Semcas com o Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN-MA), de São Luís.

O Centro executa o processo de acolhida, escuta qualificada, levantamento e identificação do público, elaboração do plano de atendimento individual e a inserção nos serviços socioassistenciais e de diversas políticas públicas, ofertadas no Município, Estado, Governo Federal e de organismos internacionais.

A Semcas comunicou ainda que, durante a pandemia de Covid-19, os venezuelanos receberam atendimentos tais como: fornecimento de cestas básicas, fornecimento de material de limpeza e higiene pessoal.

SAIBA MAIS

Chegada - os imigrantes chegaram a São Luís em abril do ano passado, em uma tentativa de escapar da crise na Venezuela, que sofre com a falta de remédios, de comida, de água e serviços essenciais. Os estrangeiros desembarcaram no Maranhão para ganhar a vida, uma vez que, no país de origem, isso não está sendo possível, sobretudo para os mais pobres.

Os primeiros grupos foram encaminhados a uma casa na Cohab-Anil pela Sedihpop, em parceria com a Semcas. Desde abril de 2019, os venezuelanos recebem assistência dos órgãos, com oferta de serviços relacionados à documentação e inclusão em programas de auxílio ao público carente.

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