Críticas

Papa diz que livre mercado e "economia do gotejamento" falharam durante a pandemia

O papa Francisco denunciou as desigualdades e o "vírus do individualismo" em sua nova encíclica, com o título "Fratelli tutti" (Todos irmãos)

Agência Reuters

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Papa Francisco
Papa Francisco (papa francisco )

VATICANO - O Papa Francisco disse neste domingo que a pandemia de Covid-19 é a última crise a provar que as forças de mercado sozinhas e as políticas econômicas “gotejantes” falharam em produzir os benefícios sociais que seus proponentes alegam.

Em uma encíclica sobre o tema fraternidade humana, Francisco disse ainda que a propriedade privada não pode ser considerada um direito absoluto em todos os casos em que uns vivem extravagantemente e outros não têm nada.

Com o nome de “Fratelli Tutti” (Todos Irmãos), a encíclica assinada pelo papa em Assis no sábado aborda temas como fraternidade, imigração, desigualdade entre ricos e pobres, injustiças econômicas e sociais, desequilíbrios na saúde e a crescente polarização política em muitos países.

O papa tinha como alvo a economia do gotejamento, teoria defendida por conservadores segundo a qual incentivos fiscais e outras benesses para grandes empresas e ricos acabam beneficiando o resto da sociedade por meio de investimentos e criação de empregos.

“Houve quem quisesse que acreditássemos que a liberdade de mercado era suficiente para manter tudo seguro (depois da pandemia)”, escreveu ele.

Francisco denunciou “este dogma da fé neoliberal” que recorre às “teorias mágicas de ‘transbordamento’ ou ‘gotejamento’... como a única solução para os problemas sociais”. Uma boa política econômica, disse ele, “permite que empregos sejam criados e não cortados”.

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