Sem funcionamento

Câmeras de vídeomonitoramento de coletivos não estão funcionando

Uso foi determinado por Lei Municipal e visa garantir segurança de rodoviários e passageiros; SET informou que existe o sistema no transporte

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Ainda que estejam no ônibus, nem sempre câmeras estão em funcionamento
Ainda que estejam no ônibus, nem sempre câmeras estão em funcionamento (vedeomonitoramento)

São Luís - O sistema de transporte público é utilizado diariamente por mais de 500 mil pessoas na Grande Ilha. A maioria dos passageiros vem reclamando que há coletivos circulando com a câmera de videomonitoramento danificada e alguns até mesmo sem ter o aparelho eletrônico, que é obrigatório por determinação da Lei Municipal nº 4089, do dia 27 de agosto de 2002, que diz que as empresas de transporte instalassem câmeras de vídeo para fins de segurança nos coletivos de São Luís. Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) mostram que 1.343 ônibus foram alvo de assalto durante o primeiro semestre deste ano na Ilha.

A técnica de enfermagem, Ana Célia Vieira, de 45 anos, disse que utiliza coletivos diariamente para ir ao trabalho e já houve situações em que o meio de transporte não tinha câmera de monitoramento. “No local da câmera havia apenas um buraco e todos os passageiros poderiam observar isso, assim como os assaltantes”, disse.

O aposentado Raimundo Silva, de 68 anos, contou que um motorista ainda informou que havia câmera no coletivo, mas não estava funcionando. “O motorista disse que as câmeras de alguns ônibus não funcionam devido à ausência de manutenção desses aparelhos de vídeo”, declarou o aposentado.

A auxiliar administrativa, Kátia Almeida, de 38 anos, disse que durante um assalto a coletivo, ocorrido no mês de abril deste ano, no bairro do Monte Castelo, levaram documentos importantes da empresa em que trabalha. Dias após a esse crime, solicitou as imagens do assalto para ajudar a comprovar o roubo, mas foi informada que o sistema de câmera do coletivo não estava operante naquele dia.

Câmera
Sobre a situação, o presidente das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís (SET), José Gilson Neto, informou que todos os veículos do sistema de transporte possuem câmeras de videomonitoramento e quando há alguma ocorrência, as imagens são repassadas para a Secretaria Estadual de Secretaria de Segurança Pública (SSP) ou para a Justiça, se for o caso.

A Polícia Civil do Maranhão informou, por meio de nota, que analisa as imagens das ações caso a caso. Informa ainda que existe uma parceria com o Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário, que auxilia no fornecimento de informações e locais onde há maior incidência de assaltos, bem como a localização da ocorrência, já que as vítimas nem sempre conseguem comunicar isso com precisão nos boletins de ocorrência.

O Estado também entrou em contato com a Prefeitura de São Luís para saber mais informações sobre o caso, inclusive, como é feita a fiscalização no transporte público, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.

Filmado
A câmera de vídeo do coletivo, que faz linha Bequimão/Ipase, registrou o assalto e o assassinato do motorista Francisco Carlos da Silva Teixeira, de 37 anos, ocorrido no último dia 19, no elevado da Cohama. As imagens mostram que os dois criminosos estavam na parte dos fundos do ônibus, anunciaram o assalto, pularam a catraca e efetuaram os tiros na direção do motorista.

O sistema de videomonitoramento filmou o assalto ao coletivo da linha Calhau/Vila Nova, no dia 5 de maio deste ano, na área do Calhau. As imagens exibem três homens portando arma branca e de fogo, e as vítimas tendo os seus pertences roubados. A Polícia Civil investiga o caso.

SAIBA MAIS

A lei nº 4.089, de 27 de agosto de 2002, torna obrigatória a instalação de câmeras de vídeo com equipamento de gravação de imagens nos ônibus da capital e o custo da aquisição, instalação e monitoramento será de responsabilidade exclusiva das empresas de transporte coletivo e a fiscalização sendo feita pela Prefeitura.

NÚMERO
1.343 coletivos foram assaltados no primeiro semestre deste ano na Ilha, segundo a SSP

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