Artigo

O Som dos Escorpiões

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18

Em uma tarde de março de 2010, quando encerramos nossa tradicional partida de futebol no campo do Marista Araçagy, um dos amigos da “pelada”, Natanael Júnior, me disse o seguinte: “Tu estás sabendo que os Scorpions estão fazendo uma turnê?”. Imaginei que fosse uma banda nova. Jamais me ocorreu que ele se referia à banda de rock que fez muito sucesso na década de 1980. Depois de esclarecer que se travava mesmo dos roqueiros alemães, me falou algo que me levou de início a duvidar se ele estava falando sério: “Tu terias coragem de trazer comigo os Scorpions para tocar em São Luís?”

Algumas vezes havia ajudado minha amiga Ópera Night na realização de produções de artistas nacionais, coisa pequena. A última tinha sido um show de Ângela Ro Ro que aconteceu em fevereiro daquele ano. Isso fez Natanael supor que eu poderia me interessar por aquela jornada de um show internacional. Acabava de completar 40 anos e a maturidade já tinha me dado uma boa dose de bom senso. Ao ouvir o detalhamento da ideia, percebi que ele falava baseado na coerência e com conhecimento de causa, pois já havia realizado grandes eventos e me disse: “Conheço o empresário que está trazendo a banda para o Brasil. É um mexicano que estará em São Paulo em abril”. Ganhou minha atenção.

Partimos para a “terra da garoa” e encontramos o empresário. Nos informou que a banda faria a turnê em setembro, ficando no Brasil uma semana e os shows seriam de segunda a sexta-feira. Queria nos vender a segunda-feira alegando que a banda arrasta grande público em qualquer dia da semana. Só nos interessava a sexta-feira. Queríamos que nossos amigos, que estavam fora da cidade e do estado, pudessem se programar para ir ao show aproveitando todo um final de semana, o que atrairia também público dos estados vizinhos. As condições que o empresário impôs para nos garantir a data pareceram de início intransponíveis quanto ao quesito tempo e valores.

Fechamos a data e naquela mesma noite encontrei uma amiga, muito querida, que me presenteou com um DVD da banda. Foi um bom presságio. Retornando a São Luís, contamos com a ajuda de muitos amigos e profissionais. Vanessa da Bastidores, nos ajudou em toda a logística, Juliana Silveira da Cores com a assessoria de comunicação, Paulo Memória da 712 Propaganda foi muito talentoso na produção das peças. Luís Fernando Silva, que também é músico, nos deu todas as dicas técnicas sobre um bom som para o evento. Jura e Naildes nos cederam o espaço na Mmartan para vender os ingressos, os jornais Imparcial, O Estado do Maranhão e a TV Mirante lideraram com toda a imprensa local a divulgação até a última hora. Márcio da Class foi perfeito no buffet, Armando Ferreira, hoje gestor do Rio Poty hotel, à época gerente do Luzeiros, junto com o Vitório, nos proporcionaram confortáveis instalações. Armando também nos apresentou Pergentino Holanda, um grande entusiasta da empreitada. Dani e Bira, dois jovens executivos da Heineken, compraram a ideia e lançaram a cerveja no show. Pedro Sobrinho nos levou para debater o evento com seus alunos de jornalismo. Ópera, João Ribeiro, Manu, Maria e Telma arregaçaram as mangas. A cidade vestiu a camisa.

No dia 24 de setembro, o engarrafamento que se formou do outro lado da ponte São Francisco mostrou o tamanho do evento. Quando enfim tocou Still Loving You, esqueci a pressão e curti o show. Passados 10 anos, reconheço que Natanael estava correto. Foi um sucesso. A todo o público e parceiros que acreditaram, participaram e ajudaram a tornar o sonho em realidade, só nos resta dizer: muito obrigado.

Steffano Silva Nunes

Médico veterinário e estudante de Economia

E-mail: steffanonunes@gmail.com

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