Violência

Júri acusa formalmente um policial pela morte de Breonna Taylor

Mulher negra de 26 anos morreu baleada por policiais dentro do apartamento onde morava no estado americano do Kentucky em uma operação para busca de drogas em março. Nenhum entorpecente foi encontrado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
​Manifestantes mostram ilustrações de Breonna Taylor durante protesto contra o racismo em Frankfort, Kentucky, em junho
​Manifestantes mostram ilustrações de Breonna Taylor durante protesto contra o racismo em Frankfort, Kentucky, em junho (Manifestação pela morte de mulher negra)

ESTADOS UNIDOS - Um júri do Kentucky (Estados Unidos) decidiu ontem, 23, acusar formalmente um policial envolvido na morte de Breonna Taylor, mulher negra de 26 anos morta por agentes de segurança dentro do apartamento onde morava durante uma ação de busca de drogas — nenhum entorpecente foi encontrado, na ocasião.

O policial Brett Hankison responderá por três acusações de "perigo arbitrário" no caso que terminou na morte de Taylor. Esse tipo de acusação significa que o autor colocou a vida de outra pessoa em perigo e agiu com indiferença em relação a esse risco, segundo a Justiça americana. Somente ele responderá, e os outros policiais envolvidos na morte de Taylor não foram formalmente acusados.

Hankinson foi demitido da polícia em 23 de junho. Na carta de demissão, o chefe da corporação, Robert Schroeder, disse que o policial violou procedimentos ao mostrar "extrema indiferença ao valor da vida humana ao disparar cega e arbitrariamente" contra Taylor.

Na semana passada, a prefeitura de Louisville, cidade onde Taylor foi morta, concordou em pagar US$ 12 milhões à família da jovem. Além disso, pelo acordo firmado entre o prefeito e aos parentes de Taylor, a polícia precisará investir em reformas na corporação para evitar que novas ações terminem em morte.

Relembre o caso

De acordo com a mãe de Breonna Taylor, a polícia obteve uma ordem para entrar, sem aviso, no apartamento onde a jovem e o namorado, Kenneth Walker, moravam para fazer uma operação de busca de drogas. Assustado e pensando se tratar de uma invasão de criminosos, o homem atirou nos três policiais, que revidaram e balearam a jovem.

Nenhum entorpecente foi encontrado no local. A arma usada pelo namorado de Walker estava em situação regular. Segundo ele, a polícia não chamou os serviços de emergência após balear Breonna.

A morte de Breonna Taylor gerou protestos em Louisville, que logo se espalharam pelos Estados Unidos principalmente depois da morte de George Floyd em maio. Manifestações antirracismo continuam pelo país, ainda que em menor número, e chegaram a envolver boicotes de equipes esportivas.

Em 13 de setembro, após vencer o GP da Toscana de Fórmula 1, o piloto inglês Lewis Hamilton vestiu uma camisa que pedia prisão para os policiais que mataram Breonna Taylor. "Não vamos ficar em silêncio", disse.

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