Artigo

Ameaça atômica

Mario Eugenio Saturno/Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18

O Washington Post fez uma interessante matéria para lembrar os 75 anos do uso da bomba nuclear na guerra, embora não tenha sido usada para atacar alvos militares mas populações civis composta por mulheres, idosos e crianças.

Na manhã de 9 de agosto de 1945, a cidade de Nagasaki, Japão, foi devastada por uma única bomba atômica dos Estados Unidos da América. Nagasaki não era o alvo original da bomba, mas Kokura, que foi poupada porque o bombardeiro teve problemas, atrasou-se horas e, quando chegou lá, Kokura estava coberto de nuvens e uma névoa de fumaça. A sorte de Kokura foi o azar de Nagasaki acabado.

Agora, os Estados Unidos planejam estender a vida útil de seu arsenal nuclear por meio século, que vai até 2042. Armas como as usadas na Segunda Guerra Mundial são consideradas armas pequenas e táticas, porém a maioria das ogivas do arsenal americano são dezenas de vezes mais destrutivas do que as lançadas no Japão.

As nações que têm armas nucleares afirmam que elas garantem a paz e o respeito de nações mais poderosas, é a chamada dissuasão nuclear. Essas nações ainda garantem que as armas nucleares têm um excelente histórico de segurança. É um gasto extraordinário para conseguir algo que se poderia conseguir conversando.

Mas são muitas histórias que contradizem isso. Em 24 de janeiro de 1961, um bombardeiro B-52 partiu-se em voo perto de Goldsboro, Carolina do Norte, e duas bombas atômicas caíram, uma de uma forma que fez com que sua sequência de detonação fosse iniciada. Apenas um interruptor de segurança remanescente evitou que uma bomba explodisse, bomba 250 vezes mais destrutiva do que a que foi lançada em Hiroshima. E, depois desse evento, houve cerca de 30 incidentes.

Na noite de 15 de setembro de 1980, o motor nº 5 de um B-52 na Base da Força Aérea de Grand Forks, Dakota do Norte, pegou fogo e, apesar da intervenção dos bombeiros, continuou queimando por mais de três horas. Apenas um vento forte que manteve as chamas longe do compartimento de armas evitou que o fogo acendesse os altos explosivos nas armas nucleares do avião. Se isso acontecesse, no mínimo, espalharia uma nuvem de plutônio tóxico por uma vasta área. O diretor do Laboratório Nacional Lawrence Livermore na época testemunhou que poderia ter sido pior do que Chernobyl. Novamente, um anjo da guarda estava de plantão.

O momento mais crítico com os sistemas de segurança aconteceu em 26 de setembro de 1983, quando o Tenente-Coronel Stanislav Petrov ignorou o protocolo e evitou uma guerra nuclear. Pouco após a meia-noite, os computadores que controlavam os satélites de observação indicaram que um míssil estadunidense dirigia-se à União Soviética. Depois detectou outro e mais outro. Ele deduziu que um ataque seria maciço e não pontual.

O futuro da humanidade não pode mais depender do bom senso do militar de plantão. É preciso construir entendimento e justiça social entre as nações e dentro das nações. No caso do Brasil, um entendimento sobre o uso de máscaras e cloroquina já seria um bom começo.

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