Editorial

Tendência de estabilização

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h18

Mesmo sem a descoberta de uma vacina segura contra o novo coronavírus, o Brasil está baixando a taxa média de transmissão da doença, segundo levantamento realizado pelo Imperial College. A constatação da universidade britânica reforça a tendência de estabilização da Covid-19 no país, mais ainda com leves oscilações para cima e para baixo. Atualmente a média de mortes no Maranhão é considerada estável, segundo o consórcio de veículos de imprensa com base em dados da Secretaria de Estado da Saúde.

O atual índice do Rt (a Taxa Média de Transmissão) indica que cada 100 pessoas contaminadas contagiam outras 90, que por sua vez passam a transmitem para 88 e assim por diante, freando o contágio. No início da pandemia, esse número era de 2,5.

A taxa de contágio é uma das principais referências para acompanhar a evolução epidêmica do Sars-CoV-2 no Brasil. Especialistas costumam ponderar, no entanto, que é preciso acompanhar o Rt por um período prolongado de tempo para atestar a estabilidade, levando em conta o atraso nas notificações e o período de incubação do coronavírus, que chega a 14 dias.

Além disso, por ser uma média nacional, a estabilidade da taxa de contágio não significa que a doença esteja próxima de uma estabilização em todas as cidades e estados do país. O Brasil, no entanto, foi o segundo país a registrar o maior número de mortes pela Covid-19 na última semana em todo o mundo, superado apenas pela Índia, e bem à frente dos países vizinhos.

A boa nova é que o Ministério da Saúde discute distribuir gratuitamente um “ kit Covid-19” por meio do Farmácia Popular. A ideia é reembolsar os estabelecimentos conveniados todo o valor de sulfato de hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina retirados por pacientes. Embora não haja comprovação da eficácia sobre o uso destes medicamentos contra o novo coronavírus, o tratamento tornou-se aposta do governo Jair Bolsonaro.

O programa distribui gratuitamente ou com desconto de 90% medicamentos para controle de doenças crônicas, que atingem milhões de brasileiros, como diabetes, hipertensão e asma. Será preciso prescrição médica para retirar o "kit Covid".

O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto, encabeça os estudos sobre a distribuição dos medicamentos. Ainda em julho, ele pediu a colegas estimativas de quantos pacientes dessa doença devem ser tratados em 2020 e 2021.
Em outro ofício, o mesmo secretário também solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acesso a banco de dados de relatórios de comercialização desses medicamentos. As informações são fundamentais para previsão de impacto orçamentário para oferta por meio de ações ou programas da assistência farmacêutica.

Já o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ainda espera que a “curva” de casos da doença caia drasticamente até o fim de setembro, o que dispensaria a distribuição gratuita dos medicamentos. O general foi efetivado ontem, 16, no cargo de ministro da Saúde após quase quatro meses atuando como interino. O médico e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Gonçalo Vecina, revela “ignorância” o estudo sobre a inclusão do "kit Covid" no Farmácia Popular. Segundo ele, não tem explicação científica para uso destes medicamentos. “Só um general para fazer isso.”

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