Eleições 2020

Sem unanimidade interna, PT oficializará aliança com o PCdoB

Evento será interno, via aplicativo, e acontecerá amanhã, às 18h; aliança tem aval da direção nacional, que buscava apoio dos comunistas em cidades do país

Thiago Bastos/ Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Durante o feriado, Rubens Pereira Júnior e Honorato Fernandes cumpriram agenda, juntos, em São Luís
Durante o feriado, Rubens Pereira Júnior e Honorato Fernandes cumpriram agenda, juntos, em São Luís (Rubens Júnior)

Mesmo sem unanimidade interna, o PT oficializará a aliança majoritária com o PCdoB na capital maranhense. O apoio será anunciado amanhã, em evento fechado a partir das 18h. Segundo a direção municipal petista, a decisão - tomada há algumas semanas - precisava apenas de entendimento entre PT e PCdoB em outros redutos eleitorais, como João Pessoa (PB), Manaus (AM) e Rio de Janeiro (RJ).

O pré-candidato comunista, Rubens Pereira Júnior (PCdoB) contava com este apoio para tentar dar finalmente musculatura ao seu projeto rumo ao Executivo na cidade. Para o seu vice, deve ser indicado o vereador Honorato Fernandes (PT) cujas aparições ao lado de Rubens aumentaram nas últimas semanas.

Aliados comunistas apostam, a partir de agora com mais força, na vinculação da imagem de Rubens com a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que gravará vídeos pedindo apoio a Rubens. Não está descartada a possibilidade da vinda pessoal de Lula para São Luís, no entanto, a preocupação de preservar a saúde do ex-presidente em meio à pandemia deve frear a iniciativa.

O fechamento da aliança PT/PCdoB não é bem vista internamente por parte dos núcleos dos quadros petistas. Há ala que ainda defende a ideia de que uma candidatura própria seria o melhor caminho. Membros como o deputado estadual Zé Inácio não dirão abertamente, mas defendiam projeto de candidatura própria.

O deputado estadual Zé Inácio chegou, há alguns meses, a se lançar como pré-candidato. Além dele, a militante integrante da ala jovem do partido, Criscielle Muniz também teve o nome especulado.

Objetivo

O objetivo do PCdoB é ainda acrescentar, com a subida ao palanque comunista do PT, tempo de inserção de propaganda e aproximar a imagem do governador Flávio Dino (PCdoB) à campanha do integrante de seu partido.

Abertamente, o governador não defende nenhum nome ligado às pré-candidaturas. No entanto, em um eventual segundo turno e habilitação de Rubens Júnior para a disputa direta, o chefe do Executivo Estadual deverá encabeçar o projeto.

Em agosto deste ano, em documento encaminhado à Executiva Municipal, a direção nacional do PT – após praticamente consenso acerca da parceria com o PCdoB – orientou a base ludovicense a “aprofundar debates”. À época, chegou-se a especular um possível apoio do PT ao PSB na capital, o que faria o núcleo petista subir no palanque de Bira do Pindaré.

No entanto, a proximidade histórica entre PT e PCdoB e a construção de um “palanque mais consolidado na capital de oposição ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido)” levaram à consolidação da aliança comuna-petista.

Honorato: “possibilidade de indicar vice pesou na escolha do PT”

O responsável pelo diretório municipal do PT, Honorato Fernandes, disse a O Estado que a possibilidade de escolha de vice na chapa do PCdoB pesou na consolidação pela aliança com os comunistas. Para Honorato (indicado a vice de Rubens), o partido teve liberdade para efetuar a indicação. “Essa possibilidade certamente pesou na escolha”, disse Honorato.

Além do PT, o PCdoB receberá em seu palanque outros partidos como PP, Cidadania, PMB e Democracia Cristã. Antes de fechar com o DEM, o PTB chegou a ser cortejado pelo PCdoB e um pré-acordo com o suplente no Senado, Pedro Fernandes foi amarrado. No entanto, os democratas conseguiram selar antes a parceria com os petebistas. Procurado, Rubens Júnior não se manifestou sobre a confirmação da aliança com o PT.

Com a migração do PT para o PCdoB na majoritária na capital, praticamente todos os partidos têm suas posições definidas no jogo de articulações. Outro que faltava definir sua posição, o MDB, migrou para o projeto democrata.

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