Artigo

A verdadeira história do Ponto-G

José Ewerton Neto, Autor de O ABC bem humorado de São Luis

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18

O Ponto G foi descoberto (ou inventado?) por um sujeito chamado Ernst Graffenberg nos idos dos anos 50.

Ao contrário do que respondeu uma paulistana (indagada por um repórter da TV se o conhecia) afirmando que ficava a 50 metros de distância, julgando que se tratava de uma parada de ônibus, o Ponto G se situa dentro dela, e de todas as mulheres do mundo, a 2/3 da entrada de suas vaginas. Pelo menos foi o que atestou Graffenberg quando divulgou o resultado de suas pesquisas.

Até hoje não se sabe o que levou Graffenberg a se preocupar tanto com isso. Duas hipóteses surgem para justificar sua obsessão.

1 - Segundo Shere Hite, intelectual do movimento feminista, a descoberta do Ponto G não teria passado de um complô machista com a intenção de retardar a conscientização feminina de que o homem não serve para muita coisa além da procriação. Quanto ao prazer tão ansiado por elas o buraco é mais embaixo - embora não tão em baixo assim.

2 - A segunda hipótese sugere que Ernst, pouco atraente, quis ampliar suas chances com as mulheres. Na impossibilidade de atraí-las, ofereceu-se como pesquisador de suas entranhas, obtendo-lhes a permissão de estudá-las a fundo (e bote fundo nisso).

Algo que reforça essa tese é que, ao contrário do que acontece em outros experimentos científicos, com animais servindo de cobaias, nada consta que Graffenberg tenha se preocupado algum dia em ter tentado descobrir onde ficava o Ponto G de alguma ratazana, por exemplo.

3 - É fácil imaginar, após sua descoberta, o quanto as mulheres do final do século passado vibraram com isso; tantas sofridas esposas vislumbrando a possibilidade salvadora de não precisarem correr para o banheiro e recorrer ao clitóris tão logo os maridos barrigudões saíssem de cima delas.

4 - Mas tudo que é bom, dura pouco. O Ponto G passou a ser caçado mais do que o auxílio emergencial nos tempos atuais, com a diferença de que nunca se apresentou, de fato. Isso concorreu para que as mulheres passassem a desistir do mesmo, e dos seus eventuais caçadores, seus parceiros ou amantes.

Pareciam concluir: “Ora se o Ponto G existe e ninguém me aponta o mapa, a culpa só pode ser do desgraçado que anda comigo”. E haja substituir o parceiro por outro e mais outro à procura, em vão, de um caçador de elite. Deu na promiscuidade, que conhecemos, do fim do século passado até descambar no limiar deste na progressiva aceitação do amor lésbico e suas múltiplas variações. Meio que na base de: “Melhor um clitóris na mão do que um Ponto G voando”.

Anos atrás a pesquisadora Andréa Burri (que é Burri, mas de burra não tem nada) decretou o fim do Ponto G por insuficiência de provas. Após comandar uma pesquisa com mais de 1.500 mulheres ela anunciou sua absoluta inexistência, cravando o resultado como um ponto de partida para a libertação feminina de um engodo.

No que concordou, em parte, uma de suas parceiras, aliás brasileira, que, tendo participado do estudo, concluiu que o Ponto G estaria morto mas não enterrado, aceitando que se o Ponto G conseguiu preencher durante tantos anos o imaginário feminino o mais provável é que tenha mudado apenas de lugar.

Se antes estava na vagina agora está nas mãos das mulheres, disse, desde que elas carreguem um bom cartão de crédito.

Enfim, o orgasmo passaria a ser apenas uma questão do quanto esse cartão permite que elas comprem.

E-mail: ewerton.neto@hotmail.com

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.