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MA tem potencial para ser um dos 3 maiores produtores de algodão

Estado planta atualmente 27.500 hectares do produto, mas a capacidade de expansão é de até 200 mil hectares, o que elevará participação nas exportações

Ribamar Cunha

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Lavoura de algodão: cultivo pode dar ao Maranhão destaque no agronegócio
Lavoura de algodão: cultivo pode dar ao Maranhão destaque no agronegócio (lavoura de algodão)

SÃO LUÍS - O Maranhão foi, no passado, um grande produtor de algodão, chegando a ter 10 fábricas de fiação e tecidos de algodão e grande participação nas exportações do país. Atualmente, o estado ocupa a quinta colocação no ranking nacional de produção de algodão, mas com potencial de expansão para saltar à terceira posição.

Segundo dados da Associação Maranhense de Produtores de Algodão (AMAPA), na última safra o Maranhão plantou 27.500 hectares de algodão, para uma produção de 41.800 toneladas de pluma. “O Maranhão é hoje o 5º produtor nacional, porém tem um potencial de expansão do algodão para até 200.000 hectares (ha), ao qual elevaria seu posicionamento para 3ª posição no cenário nacional”, analisa o coordenador executivo da AMAPA, Wellington Nascimento Silva.

Toda a produção maranhense é concentrada no Sul do estado, sendo 60% na região da Serra do Penitente com 16.600 hectares plantados, na modalidade algodão safra (plantio em dezembro), e outros 40% na região denominada Gerais de Balsas, onde é cultivado algodão segunda safra (plantio em janeiro). Os produtores ainda estão colhendo a safra anterior (que vai de junho a agosto), mas previsões iniciais indicam manutenção da área plantada e produção na safra 2020/2021.

A produção de algodão é comercializada separadamente. A pluma, para exportação e indústrias têxteis, atendendo em 80% o mercado asiático e 20% a Europa. Já o caroço é destinado ao mercado interno, para confinamentos (como proteína animal) e indústrias de óleo.

Com os investimentos em pesquisa, sementes de elevado padrão genético, resistentes a pragas e doenças e de maior produtividade, além de modernização tecnológica, o algodão maranhense é 99% com qualidade tipo exportação. “Nos últimos anos a atividade se modernizou em termos de maquinaria e tecnologia. Estamos numa fase de ampliação do número de produtores interessados na cultura que tem experimentado pequenas áreas testes”, ressalta Wellington Nascimento Silva, ao informar que hoje há dois grandes grupos empresariais que coordenam seis fazendas produtoras em larga escala, no Sul do Maranhão.

Escoamento

O escoamento da pluma de algodão das fazendas maranhenses é todo feito por rodovia (em caminhões) até o Porto de Santos (SP), onde a carga é embarcada para o mercado internacional. O transporte terrestre tem custo bem mais elevado que se fosse efetuado por modal misto fluvial e marítimo ou via férrea, constituindo-se com um importante gargalo para a atividade.

Perguntado sobre o porquê de não se utilizar o Porto do Itaqui para a exportação do algodão produzido no estado, o coordenador executivo da AMAPA explicou que o terminal maranhense ainda precisa se adaptar para esse tipo de carga, que é acondicionada em contêiner, e também porque a demanda do mercado asiático exige que o produto seja entregue num prazo de até 30 dias.

O que ocorre hoje, segundo Wellington Nascimento Silva, é que os navios saem do Itaqui, vão primeiramente pela Europa e depois descem para a Ásia, elevando esse tempo para 45, 50 dias, o que não é favorável para os clientes. Essa é uma questão que a AMAPA já está em negociação com o presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), Ted Lago, que esteve recentemente reunido com os produtores de algodão tratando de solução para esse gargalo.

Custos e lucros

De acordo com informações da AMAPA, o algodão neste momento é comercializado a R$ 104,00 por arroba de pluma e R$ 725,00 a tonelada de caroço. Com estes preços o produtor tem uma margem de lucro de US 1.000,00 por hectare em média. Os maiores custos estão na aquisição de insumos (fertilizantes, inseticidas e fungicidas), como também os voltados para a colheita e o beneficiamento do algodão em caroço.

As principais pragas que atacam as lavouras são o bicudo do algodoeiro, pragas sugadoras (pulgão e mosca branca) e as lagartas spodopteras. Existem outras lagartas que atacam o algodão, porém são controladas pela transgenia incluída nas sementes. Quanto às doenças a principal é a ramularia e, com menor importância, a mancha alvo e viroses transmitidas por sugadores.

O trabalho de prevenção e controle é feito com a tecnologia do Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIPD), em que as lavouras são vistoriadas semanalmente. Somente quando os níveis de infestação são elevados a ponto de prejudicar a produção, são aplicados defensivos que podem ser químicos ou biológicos.

Saiba mais

Atuação da AMAPA

A Associação Maranhense de Produtores de Algodão (AMAPA) desenvolve uma série de atividades em apoio aos produtores de algodão, atuando no monitoramento e controle de pragas e doenças, em especial o bicudo do algodoeiro; na assistência aos produtores com uso de consultores especializados; na transferência de tecnologias através de eventos técnicos e de difusão tecnológica; no treinamento dos colaboradores das fazendas; na qualificação dos produtores em eventos nacionais e internacionais; na certificação das propriedades para atendimento a normas definidas pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (ABRAPA) e por certificadoras internacionais; recuperação e manutenção de estradas vicinais; e em demais assuntos de interesse do setor para fomento da cotonicultura maranhense.

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