Educação

Liberação para os cursos livres é vista com cuidado por educadores e médicos

Existe o fato de a exposição ao risco ser menor do que aulas regulares, porém, por outro lado, há questionamentos se as atividades podem piorar a pandemia

Estadão Conteúdo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
(curso online)

São Paulo - A liberação para os cursos livres é vista com cuidado por educadores e médicos. Por um lado, existe a necessidade dos pais e das crianças, cansadas do confinamento. Além do fato de a exposição ao risco ser menor do que se elas estivessem em aulas regulares. Por outro, há questionamentos se as atividades podem piorar a pandemia, com crianças assintomáticas contaminando pais e professores.

"Há demanda por essas atividades, tanto pelos pais, que precisam trabalhar, quanto pela exaustão que se criou entre as crianças", diz Silvia Colello, educadora da Universidade de São Paulo (USP) "A criança que sai para fazer atividade física tem a possibilidade de descarregar energias, relaxar. Mas temos de assumir que é uma exposição e tem um risco - atenuado pelo número menor de alunos. Mas estranho pelo fato de não ser atividade essencial."

Já na opinião do infectologista Carlos Magno Fortaleza, do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, do governo estadual, chegou-se à conclusão de que os cursos livres oferecem menos riscos e permitem que se faça preparação para a abertura das escolas, por reunirem menos pessoas e por período menor de tempo. "Uma coisa é uma escola abrir em momentos isolados para aula de Inglês. É bem diferente de lotar de alunos o tempo inteiro. Pode haver contradições em termos educacionais, mas não em termos epidemiológicos."

Já o plano de abrir escolas para reforço em setembro, apresentado pelo governador João Doria, não se diferencia dos cursos livres do ponto de vista epidemiológico, segundo Fortaleza. "Fala de começo com só 20% da ocupação das classes e revezamento de horários. É uma proposta sutil e pensada para não prejudicar demais as crianças no momento em que os pais voltam a trabalhar."

Professor da Faculdade Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, Domingos Alves, por sua vez, acredita que a abertura dessas atividades com crianças pode aumentar as infecções, em cenário que ainda é de alta taxa de contaminados. "Todas as evidências das experiências praticadas em nível internacional mostram que o retorno a essas atividades com o número de casos ainda aumentando é um desastre para a saúde pública."

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