Prejuízo

Pandemia impacta no fechamento de mais de 78 mil empresas no MA

De acordo com o levantamento IPC Maps 2020, o desaparecimento desse total de empresas no estado e consequente fechamento de postos de trabalho e perda de renda, afeta de imediato o consumo e a economia como um todo

Ribamar Cunha / Editor de Economia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Para Marcos Pazzini, sem o auxílio emergencial às pessoas e empresas, a situação seria bem pior
Para Marcos Pazzini, sem o auxílio emergencial às pessoas e empresas, a situação seria bem pior (marcos pazzini)

SÃO LUÍS - O Estudo IPC Maps 2020, especializado no cálculo de índices de potencial de consumo nacional, com base em dados oficiais, verificou pela primeira vez em 25 anos do levantamento, queda na quantidade de empresas no Maranhão, acima de 20% em todos os setores em comparação a 2019. São mais de 78 mil estabelecimentos fechados em decorrência da longa quarentena e suspensão das atividades, impostas pela pandemia do novo coronavírus.

Segundo Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora e responsável pela pesquisa, foram 37.920 (23,1%) empresas da área de comércio fechadas no estado, 34.550 (20,6%) do setor de serviços. Sem falar do percentual de 20,9% de indústrias fechadas 24,6% no segmento do agrobusiness.

Ele disse que nos anos de 2015 e 2066, quando também houve crise na economia, o cenário ainda assim foi positivo para o surgimento de empresas no Maranhão, puxado naquele momento pelo impulso à criação de pequenos negócios. “Agora, com a pandemia, muitos desses pequenos negócios e microempreendedores individuais (MEIs) não conseguiram suportar a suspensão das atividades por muito tempo e acabaram por fechar as portas”, analisa Marcos Pazzini.

E com a redução de empresas, tem-se como consequência queda no número de empregos. No período de março a maio, período de pico da pandemia do novo coronavírus no Maranhão, foram fechados 8.174 postos de trabalho com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O mês de maior impacto foi abril, quando 5.983 vagas foram fechadas.

De acordo com dados do boletim Emprego em Pauta, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 30 milhões de trabalhadores ocupados no país em maio, tiveram alguma perda no rendimento na comparação com a situação anterior à pandemia.

Então todo esse conjunte de fechamento de empresas, desemprego em alta e perda de renda tem impacto imediato no consumo. Em 2019, o IPC Maps projetou consumo no Maranhão da ordem de R$ 84,4 bilhões. Agora em 2020, como impacto da pandemia, essa projeção caiu para R$ 82,5 bilhões. “Se não houvesse o auxílio emergencial para pessoas e empresas, a situação seria bem pior”, avalia Marcos Pazzini.

Potencial de consumo

Ainda que share de consumo no Maranhão tenha alcançado em 2020 o índice de 1,84799, acima da IPC Maps de 2019, que foi de 1,79993, o estado caiu uma posição no ranking nacional, de 13º para 14º, de potencial de consumo. São Luís, que é primeiro no ranking estadual, ocupa a 17ª colocação no país, com potencial de consumo da ordem de R$ 22,8 bilhões.

Os dados do IPC Maps 2020 mostram que há 2.022.617 domicílios no Maranhão, sendo 1.251.712 urbanos e 770.905 rurais. O consumo per capita urbano é estimado em R$ 15.650,98/ano e o rural, R$ 5.260,45.

Do total de domicílios urbanos, as classes C (524.454) e D/E (564.845) têm maior representatividade, o correspondente a 41,9% e 45,1%, respectivamente. A classe B reúne 150.904 (12,1%) dos domicílios e a classe A, apenas 11.509 (0,9%) domicílios.

O potencial de consumo de famílias da classe C no Maranhão é o maior entre as demais, alcançando R$ 25,7 bilhões, apresentando como principais gastos, o segmento de habitação (R$ 55,1 bilhões), seguido de alimentação em domicílio (R$ 3,8 bilhões), e veículo próprio (R$ 2,2 bilhões). Para a área de saúde – plano de saúde tratamento médico dentário, estimam-se gastos de 634,6 milhões, enquanto para o setor de educação, o valor de R$ 469,3 milhões.

Segundo Marcos Pazzini, as classes B e C foram as mais afetadas pela pandemia, uma vez que essas são assalariadas. Ao contrário da classe A, que tem rendimentos de investimentos diversos, como imóveis, entre outros. No entanto, como tem menos domicílios, a participação da classe A no consumo geral do estado, corresponde a R$ 5,7 bilhões. No caso da classe B, chega a R$ 23,6 bilhões.

Mais

Com a pandemia do novo coronavírus, o consumo das famílias brasileiras ficará comprometido ao longo de 2020, se igualando aos patamares de 2010 e 2012, descartando a inflação e levando em conta apenas os acréscimos ano a ano. A projeção é uma movimentação de cerca de R$ 4,4 trilhões na economia — um crescimento negativo de 5,39% em relação a 2019 —, a uma taxa também negativa do PIB de 5,89%. A previsão é do estudo IPC Maps 2020, especializado há mais de 25 anos no cálculo de índices de potencial de consumo nacional, com base em dados oficiais.

Números

78

Mil estabelecimentos fechados no Maranhão em decorrência da longa quarentena e suspensão das atividades

8.174

Postos de trabalho com carteira assinada eliminados, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)

R$ 25,7

Bilhões é o potencial de consumo de famílias da classe C no Maranhão, segundo levantamento do IPC Maps 2020

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