Casos de Covid-19

Morte de pessoas negras por coronavírus é 6 vezes maior do que de brancas, aponta BCG

Análises do Boston Consulting Group discutem as disparidades raciais nos índices relacionados à covid-19 nos Estados Unidos; no Maranhão, a taxa de escolaridade e renda também mostrou recorte social

Redação / Com informações da BCG

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
(Jovens de máscara)

São Luís – De acordo com pesquisa realizada pelo Boston Consulting Group (BCG), o número de mortes de pessoas negras por covid-19 é 5,8 vezes maior do que o de pessoas brancas. Entre os hispânicos, o número é 4,2 vezes maior. O grupo observou dados de órgãos governamentais dos Estados Unidos.

De acordo com a pesquisa, que foi divulgada nesta quinta-feira (27), o principal motivo atribuído para esta disparidade é a alta exposição desses grupos ao vírus e o baixo acesso a testes.

Para o BCG, os dados são preocupantes: os negros representam 32% das mortes pelo vírus apesar de corresponderam a apenas 14% da população norte-americana. Os dados variam significativamente de estado para estado, mas o número de mortes de negros por covid-19 é maior do que a média geral na maior parte deles. Em áreas urbanas, o número de mortes é aproximadamente 1,5 vez maior; em áreas rurais, quatro vezes.

Para chegar a resultados realistas, o grupo considerou as limitações de testes nos Estados Unidos e a alta prevalência de casos assintomáticos. De acordo com análises do BCG, as taxas de infecção para negros e hispânicos são, respectivamente, três e duas vezes maiores do que para brancos.

De acordo com a BCG, existem quatro fatores que influenciam as disparidades raciais nos índices relacionados ao coronavírus: maior risco de exposição, menos acesso a testes, condições de saúde e idade, e a falta de acesso a cuidados de saúde de qualidade. Dentre eles, a tendência de alta exposição ao vírus é um dos principais motivos e está relacionada às questões sociais no país. De forma geral, os trabalhadores essenciais - como profissionais da saúde, entregadores, e funcionários de farmácia e mercados - são o grupo com maior risco de exposição ao vírus devido à natureza da atividade, e 45% das pessoas que realizam essas tarefas são negros.

Maranhão

De acordo com os resultados divulgados pela Secretária de Estado da Saúde do Maranhão (SES) do mapeamento sorológico realizado no estado, 49,1% das pessoas negras apresentaram anticorpos para Covid-19, enquanto 32,2% das pessoas brancas obtiveram a doença.

A pesquisa também mostra critérios do vírus na taxa de escolaridade e renda. A presença do novo coronavírus se mostrou maior em pessoas que possuem apenas o ensino médio (46,2%) e na segunda posição, estão aqueles que cursaram até o ensino fundamental (40,9%) As pessoas que cursaram o ensino superior, são a minoria na taxa de prevalência da Covid-19 (27,5%).

Já em relação a renda mensal, 45% das pessoas que participaram da pesquisa, e tiveram a Covid-19, possuem uma renda de R$ 1 mil a R$ 2 mil; em seguida, 42,9% com uma média de renda de R$ 2 mil a R$ 3 mil; em terceiro lugar, a população que tem uma média de salário de R$ 1 mil (40,8%).Por último, pessoas que recebem até R$ 3 mil, com 27,9% de incidência.

Por meio de nota, a SES informou que o Governo do Estado realizou diversas ações para pessoas de baixa renda e baixa escolaridade antes do inquérito como, por exemplo, distribuição de cestas básicas, álcool em gel e máscaras para as populações vulneráveis.

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