SÃO LUÍS - Os resultados do estudo sorológico: Prevalência de infecção pelo vírus SARS-CoV-2 no Maranhão foram divulgados na manhã desta terça-feira (25), pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). O inquérito foi produzido em parceria com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Os testes de base populacional foram realizados entre os dias 27 de julho e 8 de agosto de 2020, e teve como objetivo essencial, estimar a prevalência de anticorpos totais contra o vírus SARS-Cov-2 no estado. Foram 3.289 entrevistas com coletas de amostras de sangue para o teste sorológico, destas, 3.156 foram analisadas. De acordo com os dados coletados no estudo, a predominância do vírus no Maranhão é de 40,4%, ou seja, o inquérito mostrou que aproximadamente, até o momento, 2.877.754 pessoas tiveram Covid-19 no estado.
“A ciência está no dia a dia, e me parece que o Brasil precisa continuar investindo nisso, precisamos de mais estudos como esse, não só aqui no Maranhão, mas em outros estados do país, para entender o comportamento da doença. Já adianto, que daqui a 45 dias, mais ou menos, já teremos um segundo inquérito sorológico”, frisou Carlos Lula, secretário de estado da saúde.
Com a coordenação geral do professor titular do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal do Maranhão, Antônio Augusto Moura da Silva, e a participação do professor Lídio Gonçalves, o estudo foi divido por regiões: Ilha de São Luís, Municípios de Grande Porte, Municípios de Médio Porte, e Municípios de Pequeno Porte. A região com maior prevalência da doença, foi nos municípios de médio porte – de 20 mil a 100 mil habitantes – com 47,6% de presença de anticorpos na população.
Em seguida, A Ilha de São Luís, aparece com 38,9%, depois os Municípios de Grande Porte – acima de 100 mil habitantes – com uma taxa de 35,2%, e por fim, os Municípios de Pequeno Porte – com menos de 20 mil habitantes – mostrando uma prevalência de 31%. O professor Lídio Guimarães, ressaltou que os dados da pesquisa têm uma taxa de 99% de confiabilidade.
O secretário frisou, que mesmo com a alta taxa de infecção no estado, as medidas de prevenção não devem ser colocadas de lado, pois, a chamada ‘imunidade de rebanho’, só é atingida com uma taxa de 70%. “São medidas necessárias nesse retorno”, completou.
Escolaridade
Segundo o relatório da pesquisa, a taxa de escolaridade também apresentou dados relevantes. A presença do novo coronavírus se mostrou maior em pessoas que possuem apenas o ensino médio (46,2%) e na segunda posição, estão aqueles que cursaram até o ensino fundamental (40,9%) Já as pessoas que cursaram o ensino superior, são a minoria na taxa de prevalência da Covid-19 (27,5%).
A diferença entre homens e mulheres não chega a ser considerável, o número ficou praticamente igual: 37,2% para o sexo masculino, e 42,4% para o sexo feminino
Renda
A renda da população maranhense também se mostrou um critério para o vírus, 45% das pessoas que participaram da pesquisa, e tiveram a Covid-19, possuem uma renda de R$ 1 mil a < R$ 2 mil; em seguida, 42,9% com uma média de renda de R$ 2 mil a < R$ 3 mil; em terceiro lugar, a população que tem uma média de salário de R$ 1 mil (40,8%).Por último, pessoas que recebem até R$ 3 mil, com 27,9% de incidência.
Taxa de Letalidade
O estudo divulgado nesta manhã, indicou que o Maranhão tem uma das mais baixas taxas de letalidade em todo o mundo, de acordo com o coordenador geral da pesquisa, Antônio Augusto Moura da Silva.
Fazendo a divisão do número de óbitos atuais, pelo número de pessoas infecções estimadas (2.877.754), se tem um resultado de 0,17%, ou seja, 1 em cada mil, morre pela doença no Maranhão, porém, levando a subnotificação em conta, supondo que esse número seja de 15%, a taxa de letalidade sobe, mas continua baixa em comparação com outras nações, nesse cenário, seriam duas mortes por mil habitantes no estado.
Sintomas
Os dados, segundo os sintomas, mostram que 62% dos infectados pelo vírus, foram sintomáticos, e só depois, com 26%, os assintomáticos. “No começo da doença, se achava que tinha muita gente assintomática, existe uma porção, aqui de 26%”, completou o professor Antônio Augusto. E com 12%, estão os oligossintomáticos – uma parte pequena que possui poucos sintomas.
De acordo com o professor, a maior parte das pessoas infectadas desenvolvem sintomas. “E têm dois sintomas que são muito característicos: perder o paladar, e o olfato”, elenca. Na amostra de dados do Maranhão, metade dos infectados assumiram ter tido esses dois sintomas.
Reinfecção
Um artigo foi publicado recententemente, confirmando um caso de reinfecção. O secretário, Carlos Lula falou sobre o assunto durante a coletiva. “Ele foi acometido não pelo mesmo vírus, mas por outra cepa do vírus. Já tivemos casos confirmados de reinfecção na Bélgica, e também na Holanda”, afirma.
“Esses primeiros casos de reinfecção por outra cepa já indicam outra coisa, se fosse de fato algo recorrente, a gente já teria várias pessoas reinfectadas”. Ele admitiu que não dá para afirmar que todos que tiveram Covid se reinfectarão, mas, que esse também não é um motivo de pânico.
SAIBA MAIS
Isolamento e Máscaras
A prevalência segundo medidas de prevenção mostrou, que das 44,3% das pessoas que não cumpriram o isolamento social, 34% foram infectados pela Covid-19. Quanto ao uso de máscaras, das 45,9% que assumiram não utilizar o método de proteção, 36% pegaram a doença.
Números
40,4% Prevalência Maranhão
2.877.754 infectados no estado
46,2% cursaram até o ensino médio
45% ganham até R$ 2 mil
62% dos infectados foram sintomáticos
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