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Maranhão não vai se tornar zona livre de aftosa no ano de 2021

Estado projetava reclassificação ano que vem, mas a pandemia do coronavírus adiou plano

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Vacinação do rebanho não garante reclassificação do Maranhão como zona livre da aftosa ano que vem
Vacinação do rebanho não garante reclassificação do Maranhão como zona livre da aftosa ano que vem (pistola aftosa)

SÃO LUÍS - A pandemia atingiu também o setor pecuário maranhense no que se refere ao adiamento da retirada da vacina contra a febre aftosa no estado do Maranhão, e a consequente classificação sanitária de Zona livre de febre aftosa sem vacinação, prevista para 2021. O adiamento foi confirmado pelo chefe de Divisão da Febre Aftosa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Diego Viali dos Santos.

Diego Viali participou nesta segunda-feira (17) de uma reunião virtual com produtores rurais maranhenses, diretores do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Maranhão (Fundepec-MA), gestores da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged-MA), sindicatos, universidades, da Superintendência Federal da Agricultura e entidades ligadas ao setor agropecuário para falar da importância da participação do produtor rural no Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA).

No próximo ano estava previsto que o bloco III, composto pelos estados do Maranhão, Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte fosse classificado como Zona livre de febre aftosa sem vacinação. Também outros estados aguardavam pela nova classificação sanitária.

A participação de Diego Viali se deu durante a reunião da Equipe Gestora do PNEFA no Maranhão. “O estado do Maranhão é modelo para outros estados do Nordeste. É essencial que todos os estados tenham um fundo privado, que é o seguro do produtor rural para conseguir fazer a transição de Zona livre de febre aftosa com vacinação para Zona livre de febre aftosa sem vacinação. É importantíssimo esse recolhimento do recurso”, afirmou ele, referindo à doação voluntária que é feita pelos produtores ao Fundo, recolhida por meio da Guia de Trânsito Animal (GTA”.

O diretor do Fundepec-MA, Osvaldo Serra, que participou da reunião e integra a Equipe Gestora, afirmou que o encontro foi muito proveitoso com a participação dos representantes de várias entidades ligadas aos produtores rurais. “Foi ressaltado durante a reunião que os estados só mudarão de status sanitário se possuírem um fundo de desenvolvimento da pecuária forte, que possa dar segurança ao produtor”, avaliou Osvaldo*

O Fundepec-MA, por meio do consultor Ricardo Ataíde, é o representante do setor privado, eleito por seus membros no grupo da Equipe Gestora estadual e regional e responde pelos produtores durante as reuniões que tratam do PNEFA.

Sobre o apoio do Fundepec-MA nas ações de defesa agropecuária realizadas pela Aged, Diego Viali elogiou a parceria e disse que é importante trabalhar na prevenção. “Não esperar ter um foco da aftosa para usar o Fundo, tem que ter ações preventivas no sistema de defesa agropecuária. A existência do Fundo privado é muito bem avaliada e é importante não só este apoio financeiro, mas também na gestão, na vigilância como um todo, e estas ações são levadas em consideração pela auditoria. O fato de ser um fundo privado, que é dos produtores e não um fundo público, é muito importante”, avaliou ele.

Estava previsto para o mês de abril deste ano, um encontro que seria realizado no estado do Piauí para avaliar as ações que fazem parte do PNEFA nos estados que integram o bloco III, mas foi cancelado por causa da pandemia.

A previsão, segundo o chefe de Divisão da Febre Aftosa do Mapa, é de que o evento aconteça no primeiro semestre de 2021, podendo ser presencial ou virtual. “A pandemia foi um dos motivos do adiamento da retirada da vacina, pois atrasou a execução das ações e estamos sem previsão de quando os estados serão classificados como zona livre de febre aftosa sem vacinação ”, afirmou Diego, citando como exemplo destas ações, o georreferenciamento de propriedades. “Ano que vem faremos nova avaliação para decidir como será em 2022”, completou ele.

Campanha vacinação

A parcial da campanha de vacinação contra a febre aftosa, que aconteceu no período de 01 de junho a 31 de julho, mostrou que até o dia 15 de agosto, foi vacinado 85.80% do rebanho de 8.816.976 cabeças de animais. Os dados foram apresentados durante a reunião de segunda-feira.

Os criadores têm até o dia 31 de agosto para comprovar a vacinação. “Compreendemos o quanto foi complicada essa campanha, em virtude da pandemia, mas sabemos que o produtor maranhense sabe da importância da vacinação e alcançaremos os índices vacinais preconizados pelo PNEFA”, explicou a responsável pelo programa na Aged, Margarida Prazeres e representante do Maranhão pelo setor público na Equipe Gestora.

Os índices de cobertura vacinal preconizados pelo PNEFA são de 90%, o que vem sendo alcançado pelo Maranhão nas últimas campanhas de vacinação contra a febre aftosa.

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