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Dia do Folclore: 10 livros para apresentar a riqueza cultural brasileira

Data comemorada no dia 22 de agosto é oportunidade para abordar com crianças e jovens a cultura dos povos e regiões

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Capa do livro "Flor do Mato", de Marcelo Pimentel
Capa do livro "Flor do Mato", de Marcelo Pimentel (flor do mato)

São Paulo - Ampliar o repertório cultural das crianças é tão importante que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) considera esse trabalho como uma das 10 competências fundamentais para o desenvolvimento integral do indivíduo. E para que esse repertório seja rico e vasto, não se pode deixar de fora o folclore - conjunto de tradições e manifestações populares constituído por lendas, mitos, provérbios, danças e costumes que são passados de geração em geração.

No Brasil, o folclore é comemorado no dia 22 de agosto. A data foi instituída em 1965 por um decreto de lei, como uma forma de preservar a cultura popular e valorizar as histórias e personagens do nosso folclore. Para a editora de literatura do Sistema Positivo de Ensino, Cristiane Mateus, usar o folclore para apresentar à crianças e jovens a cultura de uma determinada região ou povo é um processo rico de aprendizado sobre o legado de uma época. "É justamente essa identidade cultural que dá origem ao modo de pensar, sentir e agir das pessoas", explica a editora. Para ela, uma das melhores formas de se apresentar todo esse repertório para crianças é por meio da leitura de livros que retratam nossas histórias e lendas.

Para aproveitar a data e abordar o tema em casa, com as crianças e adolescentes, a editora fez a seleção de 10 livros que mostram a riqueza do folclore brasileiro.

A Flor do Mato, de Marcelo Pimentel

O livro homenageia a cultura nordestina, sobretudo da Paraíba, Pernambuco e Ceará, onde a crença sobre a personagem Maria Florzinha é mais forte. Na obra, o autor traz grafismos do Maracatu Rural – manifestação cultural com estampas florais e arabescos multicoloridos, de grande personalidade e impacto visual, com forte presença no interior de Pernambuco.

Festa no Céu, de Maria Viana, com ilustrações de Mateus Rios

A notícia de uma festa no céu agitou a bicharada. Mesmo sem ser convidado, o Mestre Sapo não queria perder o grande acontecimento. Mas como chegar lá se sapo não voa? Com belas ilustrações de Mateus Rios, a obra de Maria Viana é uma adaptação para teatro de uma das mais conhecidas histórias do folclore brasileiro, na qual o Mestre Sapo, mesmo não podendo voar, planeja participar do grande evento no céu.

Era Lobisomem mesmo, de Adriano Messias, com ilustrações de Maria Eugênia

Toda sexta-feira de lua cheia era a mesma confusão: uivos, latidos, rosnados e muito medo. O pai achava que era gato e a mãe falava que era fruta caída do pé, mas o garoto teimava em dizer que era lobisomem mesmo. Como descobrir? Com esta atraente narrativa, Adriano Messias nos leva até a fronteira entre a realidade e a imaginação, revelando um pouco mais sobre um personagem tão conhecido da cultura popular, o lobisomem. Reza a lenda que ele é, na verdade, um homem que se transforma em uma criatura metade lobo, metade homem, sempre nas noites de sextas-feira de lua cheia.

Curumim, de Tiago Hakiy, com ilustrações de Andréia Vieira

A obra é uma oportunidade de aproximar o cotidiano das crianças com a cultura indígena e de formação cultural do Brasil. O povo Sateré-Mawé é considerado o grande descobridor do uso do guaraná, que é usado hoje, por exemplo, para a produção do xarope de guaraná e dos refrigerantes que conhecemos. Existe uma lenda, entre os mawés, para explicar a aparência da planta e de seus frutos, considerado semelhante ao olho humano. No livro, o curumim Sateré-Mawé adora pescar e comer fruta no pé. Entre pitangueiras e açaizeiros, ele brinca, passeia e se diverte. Até que chega a hora de dormir…

Noite e dia na Aldeia, de Tiago Hakiy, com ilustrações de Bruno Nunes

O autor deste livro faz parte do povo indígena Sateré-Mawé, que vive entre os estados do Amazonas e do Pará, na reserva indígena Andirá-Maraw. A obra narra poeticamente a integração das crianças e dos animais da floresta com elementos da noite e do dia. É uma excelente oportunidade para mergulhar na cultura indígena.

Tempo de Caju, de Socorro Acioli, com ilustrações de Mauricio Negro

Os cajueiros exigem paciência, pois só dão frutos uma vez por ano. A cada safra, Porã guardava uma castanha em sua cabaça. Junto dela, conservava uma outra cabaça, que o avô lhe deixara como herança. Ao completar sete anos, Porã teve de fugir com sua tribo da invasão de um povo inimigo. Tempo de caju é uma história inspirada numa antiga tradição dos índios brasileiros e recriada de forma poética por Socorro Acioli. Acredita-se que os cajus eram usados para a marcação do tempo no calendário tupi e que cada castanha de caju guardada representava um ano.

Morõgetá witã: oito contos mágicos, de Yaguarê Yamã, com ilustrações de Catarina Bessell

Oito contos da tradição do povo Maraguá, que vive à beira do rio Abacaxis, no estado do Amazonas. Essas histórias foram escritas por Yaguarê Yamã, geógrafo de formação, Maraguá por parte de mãe e Sateré-Mawé por parte de pai. Murmúrio nos conta a história do encontro entre um jovem príncipe adoentado e um velho jardineiro. Nos contos, o autor traz explicações dadas pelos mais antigos para fenômenos e aspectos da natureza, como a formação do arco-íris, por exemplo. Com muita poesia, o texto nos convida a mergulhar num mundo misterioso, cheio de delicadeza e profundidade e a refletir sobre questões importantes da nossa existência.

Curupira: o guardião da floresta. De Marlene Crespo.

A história de Curupira, um dos mitos brasileiros mais populares, é contada por meio de palavras e xilogravuras. De origem indígena, o mito foi descoberto pelos jesuítas ainda à época da chegada dos portugueses ao Brasil e continuou presente na cultura popular brasileira e na amazonense, em especial. Considerado um ser detentor de poderes mágicos, o Curupira, no entanto, os utiliza para defender a natureza. Exerce poderes mágicos de vida e morte sobre todas as criaturas da floresta. É implacável contra os que tentam destruí-la.

Lendas brasileiras, de Luís da Câmara Cascudo

Dezesseis lendas compõem esta antologia. Agrupadas por regiões, do Norte ao Sul do país, estas narrativas resgatam nossa herança cultural, construída pelos índios, negros e europeus. Conhecer a história do Cobra Norato, do Barba-Ruiva, do Romãozinho, da cidade encantada de Jericoacoara, do Chico Rei, da gralha- azul e do Negrinho do Pastoreio, entre outros, dá uma dimensão de nossa diversidade linguística, e consequentemente, cultural.

A leitura de 'Lendas Brasileiras para Jovens' representa uma viagem de descoberta e de encantamento pelas terras brasileiras. Representa, também, um encontro com a sensibilidade e o poder criativo de nossa gente para ouvir, contar e recontar histórias.

Contos Tradicionais do Brasil para Jovens, de Luís da Câmara Cascudo

As histórias, anônimas em sua autoria, recolhidas da voz do povo, na sua maioria do sertão da Paraíba e do Rio Grande do Norte, revelam informações históricas e sociais e evidenciam crenças, costumes e valores. Divididas em doze seções - Contos de Encantamento, Contos de Exemplo, Contos de Animais, Facécias, Contos Religiosos, Contos Etiológicos, Demônio Logrado, Contos de Adivinhação, Natureza Denunciante, Contos Acumulativos, Ciclo da Morte e Tradição -, as histórias resgatam aspectos de nossa cultura e de nosso folclore.

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