Audiência

Militar acusado de matar a ex-mulher será ouvido pelo juiz

O policial também é suspeito da morte do amigo da ex-mulher, no bairro Vicente Fialho

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

São Luís - O soldado da Polícia Militar, Carlos Eduardo Nunes Pereira, acusado de ter assassinado a ex-companheira, Bruna Lícia Fonseca Pereira, de 23 anos, e também o amigo dela, José Willian dos Santos Silva, de 24 anos, vai ser ouvido nesta quinta-feira (20), pelo juiz da 4ª Vara do Júri de São Luís, José Ribamar Goulart Heluy Júnior, durante a 2ª audiência de instrução, no Fórum do Calhau. O crime ocorreu no dia 25 de janeiro de 2020, no apartamento onde residia a ex-mulher do policial, no bairro Vicente Fialho. Um total de 36 casos de feminicídio já ocorreram durante este ano no estado.

Durante essa audiência, o magistrado, além de indagar o policial, também vai ouvir as testemunhas de defesa. Em seguida, o juiz vai abrir o espaço para os promotores de Justiça e a defesa apresentarem as suas alegações. Devido à pandemia da Covid-19, serão adotadas medidas de prevenção do contágio do vírus. O salão do fórum passou por sanitização, as poltronas estão marcadas para garantir o distanciamento mínimo de um metro e meio entre as pessoas, disponibilização de álcool em gel e a obrigatoriedade do uso de máscara.

As medidas de prevenção atendem às determinações da Portaria Conjunta 34/2020 do Tribunal de Justiça e da Corregedoria Geral da Justiça do Maranhão (CGJ e TJMA), que estabelece protocolos mínimos para a retomada gradual das atividades presenciais no Judiciário maranhense.

A 1ª audiência de instrução ocorreu no dia 15 do mês passado e também presidida pelo juiz titular da 4ª Vara do Tribunal do Júri, José Ribamar Goulart Heluy Júnior. O promotor de Justiça Samaroni Maia como ainda os advogados Paulo Henrique dos Santos Ferreira e Olívia Castro Santos autuaram na acusação. Enquanto, a defesa ficou sob a responsabilidade dos advogados Adriano Wagner Araújo Cunha, Clauber Augusto Costa Pereira e Aldair Nunes. Um total de cinco testemunhas arroladas pelo Ministério Público foram ouvidas pelo magistrado.

Delito

O crime foi investigado pela equipe do Departamento de Feminicídio, órgão da Superintendência de Homicídio e Proteção a Pessoas (SHPP), que é coordenado pela delegada Viviane Fontenelle. A delegada informou que, no dia 18 de janeiro deste ano, o policial terminou a relação amorosa com Bruna Lícia e retirou suas roupas e outros objetos do apartamento, no bairro Vicente Fialho.

Ainda segundo a delegada, a vítima chegou a comentar com amigas próximas que a partir daquele dia estava solteira e o seu ex-companheiro tinha deixado o apartamento. Após cinco dias, o militar tentou reatar a relação, mas Bruna Lícia não aceitou a proposta.

A delegada também frisou que no dia 25 de janeiro a vítima estava de folga e recebeu a visita de dois colegas de trabalho em seu apartamento, no horário do almoço. Um deles era José Willian.
De acordo com as investigações, no começo da tarde desse dia, Carlos Eduardo foi até esse local, com o objetivo de convidar Bruna Lícia para ir a um aniversário, e, ao encontrou a ex-companheira e José Willian despidos, no quarto, o militar teria cometido o crime.

Viviane Fontenelle disse, por meio de exames periciais, ficou comprovado que houve luta corporal entre o policial e as vítimas. As agressões partiram do policial, que também é acusado de ter efetuado os tiros. José William morreu sentado, enquanto a outra vítima, Bruna Lícia, morreu deitada no piso do quarto, com um tiro no tórax.

Após o ato criminoso, o militar entregou a arma para o tio, que é sargento da Polícia Militar, e foi apresentado na sede da SHPP. Ele foi preso em flagrante e ao passar pela audiência de custódia, no dia 26 de janeiro, no fórum do Calhau, sua prisão foi convertida em preventiva, mantido custodiado no presídio militar.

A delegada também informou que durante a investigação as testemunhas e o acusado foram ouvidos na sede da SHPP, na Avenida Beira-Mar, e solicitado o resultado dos exames periciais feitos no local do crime e nos corpos das vítimas. No dia 4 de fevereiro, o inquérito policial foi encaminhado ao Poder Judiciário

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