Saúde do corpo

Estudo mostra que é possível encontrar microplásticos no organismo humano

Avanço é importante porque cada indivíduo consome o equivalente a um cartão de crédito por semana por meio de comida e ar, e substância é prejudicial à saúde

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Acumulados no trato gastrointestinal, os microplásticos têm a possibilidade de interferir na resposta imunológica do intestino
Acumulados no trato gastrointestinal, os microplásticos têm a possibilidade de interferir na resposta imunológica do intestino (microplástico)

São Paulo - Os chamados microplásticos, graves poluentes do oceano e da vida marinha, já podem ser identificadas em órgãos humanos. Com uma nova técnica desenvolvida por cientistas da Universidade Estadual do Arizona, nos Estados Unidos, é possível saber quando existe a presença de plásticos no corpo humano.

Já se sabe que os humanos ingerem o equivalente a um cartão de crédito por semana, por meio de microplásticos presentes na comida ou no ar, de acordo com estudo da WWF Internacional. Mas como isso chega até nós?

Aproximadamente 5% de todo o plástico produzido no mundo acaba nos mares e oceanos na forma de resíduos, ali, se deteriora devagar e se transforma em microplástico, que são partículas microscópicas de até 5 milímetros. Essas partículas acabam sendo ingeridas por peixes, moluscos e demais animais marinhos, entrando na cadeia alimentar até chegar no consumidor final, os humanos.

Ainda são necessários mais estudos para precisar o efeito negativo dessas substâncias no organismo dos seres humanos, mas os cientistas alertam para o que já se sabe com base nos estudos em animais: é possível causar obstruções no sistema digestivo se as partículas se unirem, além de liberar substâncias tóxicas, se sofrerem ação das enzimas digestivas, por exemplo. Existem vários tipos de plástico, e já se sabe que alguns causam doenças, alterações hormonais e até tumores.

Uma solução para esse problema é o descarte correto dos micropoluentes. A ideia é que as pessoas possam ter em casa uma coleta inteligente que faça a correta destinação dos resíduos domésticos.

SAIBA MAIS

Em 2018, um estudo, liderado pelo médico Philipp Schwabl, pesquisador da Divisão de Gastroenterologia e Hepatologia da Universidade de Medicina de Viena, na Áustria, foi divulgado no evento UEG Week Vienna - uma semana de colóquios médicos científicos da União Europeia de Gastroenterologia, já mostrava a possibilidade da contaminação do organismo por microplástico. A pesquisa foi realizada em parceria com a Agência Ambiental da Áustria.

O estudo foi realizado com base em coletas de fezes de oito pessoas de oito países diferentes. Em todas as amostras foram identificados microplásticos - de até nove tipos diferentes -, partículas de polipropileno (PP) e polietileno tereftalato (PET), entre outros. Os participantes são habitantes de Finlândia, Itália, Japão, Holanda, Polônia, Rússia, Reino Unido e Áustria.

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