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Com reabertura de serviços, delivery tem queda na semana

Segundo dados da IFB, mesmo com entregas, setor alimentício teve queda de 54,5%; para manter o ritmo restaurantes precisaram se reinventar

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Delivery esteve  em alta durante grande parte da pandemia, por causa da necessidade de isolamento social; hoje as pessoas querem sair para comer fora
Delivery esteve em alta durante grande parte da pandemia, por causa da necessidade de isolamento social; hoje as pessoas querem sair para comer fora (delivery)

São Luís – Com a reabertura dos serviços e a flexibilização gradual do isolamento social, a população que estava em casa, cumprindo a quarentena, começou ir aos estabelecimentos, em vez de fazer uso do serviço de delivery. O fotógrafo Laércio Fontenele, conta que sempre preferiu o serviço de entregas e os pedidos aumentaram durante o isolamento, porém, após tantos meses em casa, nas últimas semanas optou por ir até os restaurantes.

“Eu já preferia a praticidade do delivery, mesmo antes da pandemia, só se intensificou essa opção de consumo pelas restrições nos atendimentos presenciais. Apesar de não ser 100% seguro, eu acho uma opção melhor do que de se expor, indo no restaurante, porém, reduzi o número de vezes que usei o delivery, e com a reabertura do comércio e já comecei a usar a opção de ir no local físico. O motivo que me fez ir mais ao local físico, é que se tornou uma forma de reencontrar as pessoas, depois de tanto tempo afastado, por causa da pandemia, e de poder sair de casa com mais frequência, depois de ficar muito tempo em quarentena, mesmo sabendo que o momento ainda é de precaução e cuidado”, contou o fotógrafo.

Assim como Laércio Fontenele, outras pessoas estão deixado de lado o consumo de alimentos e bebidas em seu próprio domicílio, para rever amigos e parentes, o que já está sendo notado por donos de restaurantes e bares.

Thiago Ogro Borges, dono de uma hamburgueria em São Luís, ressaltou que apesar da alta demanda nos fins de semana, houve redução nos pedidos de entrega durante os dias de semana, se comparado com o início da quarentena, em que ocorreu um aumento de 20% nas entregas e, inclusive, a contratação de novos motoboys. “No fim de semana, os pedidos continuam altos, mas nos dias de semana nem tanto, diferente de quando as pessoas estavam isoladas em casa. Na pandemia aumentou 20%, com picos de até 3O% a mais, de pedidos nos fins de semana. Hoje, continua 10% maior, com picos de 15%. Também percebemos em nossa unidade na praia um aumento do público, após a reabertura do atendimento presencial. As pessoas estão com mais vontade desse tipo de atendimento e de rever pessoas”, explicou o empresário.

Thiago Ogro também contou que, apesar do delivery, percebeu redução no movimento geral. “Percebi que deu uma diminuída inclusive no movimento geral, mas estamos com expectativa de que aos poucos o movimento do público volte, pois ainda estamos muito distantes do movimento de antes da pandemia”, concluiu o empresário.

De acordo com o Instituto Food Service Brasil (IFB), que reúne dados do setor alimentício, em abril de 2020, mesmo com o uso de serviços de entrega, o setor teve uma queda de 54,5% em vendas nos estabelecimentos associados, mais do que a média de varejos (36,5% segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado – ICVA).

Restaurantes se reinventam
Para combater essa queda nas vendas, mesmo com o aumento de deliveries, alguns restaurantes modificaram seus cardápios e rotina, para se adaptar às necessidades atuais. Werther Bandeira, proprietário de restaurante, optou por essas mudanças e teve um resultado positivo com as entregas, mesmo durante a flexibilização, além de ter evitado demissões durante o isolamento.

“Precisávamos pensar rápido para não demitir ninguém, então criamos uma estratégia e reformulamos nosso cardápio. Acrescentamos comidas que não fossem afetadas pela entrega. Assim como o cliente que chega em nosso restaurante e, ao olhar para o prato, se encanta com a visão e o sabor do prato, nos preocupamos que o mesmo acontecesse com o nosso cliente que pede no conforto de sua casa”, explicou Werther Bandeira.

Além da reformulação do cardápio, o restaurante também entrou em aplicativos de entrega. De acordo com o proprietário, a demanda de pedidos aumentou em 100% e permaneceu estabilizada, mesmo com a reabertura dos serviços presenciais.

Delivery e Saúde
Com a retomada gradual da rotina, muitas pessoas também estão optando por diminuir o consumo em bares e restaurantes para garantir um cotidiano mais saudável, o que também tem influenciado na demanda dos serviços de entrega. “A possibilidade de parques abrirem, me incentivou a voltar a pedalar, e além de ser um alívio e um descarrego para esses dias de incerteza, acabou se tornando uma ideia de cuidado físico e mental, o que me fez reduzir também os pedidos de comida e o delivery”, conta Leonardo Soares, fotografo.

A nutricionista Maira Veiga explica que o delivery dificilmente fará uma refeição personalizada, então sea pessoa está seguindo um plano alimentar à base de contagem de calorias essa, com certeza, não é a melhor opção. Porém, se está apenas buscando a manutenção de bons hábitos, há serviços voltados especialmente para alimentação saudável e vertentes bem específicas, como a vegetariana, a anti-alergênica, anti-intolerância, sem glúten, o que pode transformar em uma boa opção para quem depende dos serviços de entrega por não ter tempo ou saber cozinhar.

A nutricionista também destaca dicas para manter uma alimentação saudável: “A chave para uma boa alimentação é o equilíbrio. Em um momento de ansiedade e desgaste emocional por causa da pandemia, grandes restrições alimentares podem, em vez de realinhar o corpo, ter o efeito contrário. O ideal é fazer todas as refeições de maneira sensata, bem divididas, respeitando a individualidade e necessidade do seu organismo, evitando o famoso ‘beliscar’. Outra dica importante é a de tentar não cair nas garras do que chamamos de fome emocional. O turbilhão de incertezas e outros sentimentos pode levar o indivíduo a buscar apoio emocional na comida e ingerir muito mais calorias do que o necessário. O corpo produzirá hormônios que geram felicidade momentânea, mas o acúmulo de gordura vem logo depois colaborando para o estresse do organismo. Apesar de a atividade física estar inviável para alguns, é bom se mexer mesmo em casa, a fim de gastar algumas das calorias consumidas”.

Medidas de prevenção
De acordo com Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Sanitária - SVES /SEMUS, restaurantes com serviços de delivery precisam manter medidas sanitárias para evitar a propagação do vírus da Covid-19. Caso essas medidas não sejam cumpridas, podem ser feitas denúncias para o órgão.l

FIQUE ATENTO

As medidas de prevenção contra Covid-19, para restaurantes com serviços de delivery são:

•Estabelecer rotina permanente para lavagem dos objetos e superfícies de contato com água e sabão;
•Intensificar a desinfecção diária dos ambientes e objetos com uso de solução clorada 0,5% a 1% e/ou álcool a 70%, podendo utilizar produtos desinfetantes industrializados de acordo com orientação do fabricante, e com registro na ANVISA, atentando para repetir esse procedimento quantas vezes for necessário durante a circulação de pessoas no local;
•Manter os ambientes ventilados, de preferência com portas e janelas abertos;
•Realizar manutenção periódica de limpeza e higienização dos aparelhos, no caso de ambientes climatizados, por empresa licenciada pela vigilância sanitária;
•Manter cronograma de controle de pragas (dedetização e desratização), permanecendo os ambientes livres de pragas e roedores, por empresa licenciada;
•Manter os uniformes limpos;
•Disponibilizar álcool 70 % para higienização das mãos, se as mãos não estiverem visivelmente sujas;
•Manter pias com água corrente e sabão líquido para lavagem das mãos, expondo aviso sobre correta lavagem das mãos em locais visíveis;
•Uso obrigatório de máscaras de proteção (podendo ser máscaras de tecidos);
•Proteger nariz e boca ao espirrar ou tossir de forma adequada (papel toalha descartável ou antebraço);
•Evitar levar as mãos no rosto, não tocando nos olhos, nariz e boca;
•Higienizar de forma adequada e frequente as mãos, com água e sabão por 40 segundos, principalmente nas seguintes situações:
- quando chegar ao trabalho ou em casa;
- após utilizar os sanitários;
- após tossir, espirrar ou assuar o nariz;
- após interromper um serviço e iniciar outro;
- antes de utilizar luvas descartáveis e ao retirá-las;
- após o uso utensílios e de materiais de limpeza;
- após recolher lixo e resíduos;
- após manusear dinheiro;
- sempre que necessário

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