Divergência

Carlos Lula diverge de Dino e critica a "falsa esperança" sobre vacina

Em entrevista coletiva, governador do Maranhão afirmou que por meio do Consórcio do Nordeste, já se tratava com o governo russo sobre a vacina

Gilberto Léda/ Da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Dino: Consórcio do Nordeste, em nome dos nove governadores, já trata com governo russo sobre vacina
Dino: Consórcio do Nordeste, em nome dos nove governadores, já trata com governo russo sobre vacina (Flávio Dino)

São Luís - O secretário de Estado da Saúde do Governo do Maranhão, Carlos Lula, divergiu no fim de semana do governador Flávio Dino (PCdoB) e deixou claro que não concorda com a alimentação de “uma falsa esperança” na população a respeito da viabilidade do surgimento precoce de uma vacina contra a Covid-19.

O titular da SES manifestou-se em artigo, apenas dias depois de o chefe do Executivo estadual afirmar, durante entrevista coletiva por videoconferência, que o Governo do Maranhão aderiu, via Consórcio do Nordeste, ao protocolo com o Governo da Rússia para a obtenção de vacina contra o novo coronavírus.

"O governador da Bahia está, em nome dos nove estados do Nordeste, tratando com empresas e Governo da Rússia sobre a assinatura de um protocolo que garanta o acesso a esse momento de experimentos. Temos buscado esse diálogo visando o futuro abastecimento do nosso estado para a possível vacina produzida, seja naquele país ou em qualquer outro”, afirmou Dino.

Segundo agências internacionais, as autoridades informaram no fim de semana que o país produziu o primeiro lote da vacina contra o novo coronavírus, anunciada no início da semana passada pelo presidente Vladimir Putin.

Para Carlos Lula, contudo, apressar o processo de produção do novo fármaco pode comprometer a robustez necessária dos estudos para se garantir sua eficácia em seres humanos.

"A vacina é uma possibilidade quase palpável, mas há um percurso que não deve ser interrompido por interesses que sobreponham a segurança e a eficácia cientificamente comprovadas”, destacou.

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O presidente Putin afirmou na terça-feira que uma primeira vacina "bastante eficaz" foi registrada na Rússia pelo Centro de Pesquisas de Epidemiologia e Microbiologia Nikolai Gamaleya, em Moscou, em associação com o ministério russo da Defesa.

Durante o anúncio, Putin também afirmou que uma de suas filhas foi vacinada com a Sputnik V, nome escolhido para o fármaco, em uma referência ao satélite soviético colocado em órbita em 1957, em plena Guerra Fria.

Cientistas ocidentais, no entanto, expressaram ceticismo. Alguns afirmaram que uma vacina desenvolvida de maneira precipitada pode ser perigosa, pois a fase final dos testes (na qual a eficácia é comprovada com milhares de voluntários) começou esta semana.

O diretor do Centro Gamaleya, Alexander Guinstbourg, afirmou hoje à agência TASS que os voluntários que participam na última fase receberiam duas injeções.

O fundo soberano russo envolvido no desenvolvimento da vacina afirmou que a produção industrial começará em setembro.

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