Editorial

Situação que preocupa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

Lamentavelmente o Brasil ultrapassou neste final de semana a marca de 100 mil mortes provocadas pela Covid, o que expressa a falta de estratégias e instrumentos por parte do Governo Federal no combate ao novo coronavírus, mesmo sem uma vacina. As mortes escancaram o fracasso do Brasil em evitar uma tragédia sem precedentes. Essa triste situação fez com que a Organização Mundial de Saúde (OMS) manifestasse preocupação ontem, 10, ao afirmar que o país “está sustentando um nível muito alto de epidemia. A curva achatou um pouco, mas não está diminuindo”.

Para a agência internacional, lideranças políticas brasileiras precisam assumir a responsabilidade de agir com maior rigor nas ações de saúde, com a inclusão de testes, rastreamento, ampliação de redes de saúde, uso de máscaras e distanciamento social - o que já não ocorre em todo o país desde o momento em que os governos estaduais flexibilizaram as medidas restritivas para evitar a disseminação da doença entre as populações. A população também precisa ajudar com a mudança de comportamento. Nunca é tarde demais.

O alerta da OMS ocorre no momento em que o presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer uma campanha em prol da hidroxicloroquina - que não funciona contra o vírus, conforme pesquisas científicas -; ele questionou o distanciamento social e criticou vacinas que possam vir da China, insinuando que não seriam eficientes para combater a doença.

O Brasil continua a registrar entre 50 mil e 60 mil novos casos por dia, com uma taxa de proliferação entre 1,1 e 1,5, ou seja o vírus ainda está ativamente se espalhando por grande parte do país. Em média, 20% das pessoas testadas no Brasil revelam que estão contaminadas, um número considerado como elevado. A transmissão continua. No último domingo, 9, jogos do Campeonato Brasileiro de futebol não foram realizados porque jogadores testaram positivo para a Covid-19, a exemplo do que ocorreu com atletas do Imperatriz (MA).

A verdade é que o país não se preparou para enfrentar essa pandemia. Foram 164 dias do primeiro caso até atingir 100 mil mortes - o que ocorreu no sábado, 8. “Já era falado há algum tempo que poderia acontecer, que não era ficção como muita gente pensava, mas os esforços internacionais para sermos capazes de responder a isso ainda eram incipientes", disse a médica Ester Sabino, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, USP. "Esse número mostra que, como país, não estamos conseguindo conter o vírus. Se nada mudar e continuarmos com mais de mil mortes por dia, o total de mortes vai chegar a 200 mil em no máximo cem dia".

Matéria publicada em revista de circulação nacional revela que as estatinas, remédios indicados para pessoas com colesterol elevado, problemas cardiovasculares, diabetes, entre outras condições, são uma opção de tratamento complementar contra a Covid-19. Isso porque indivíduos infectados pelo novo coronavírus podem apresentar um processo inflamatório nas células que revestem os vasos sanguíneos, aumentando o risco de trombose, e os comprimidos de estatina têm justamente ação anti-inflamatória e melhoram o estado das artérias pelo corpo. Um estudo feito na China mostrou que, na fase de internação, a prescrição de estatinas, juntamente com outros cuidados, esteve associada a um menor risco de morte em cerca de 14 mil pacientes.

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