Editorial

Violência em tempos de pandemia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

Levantamento do Ministério da Saúde revela que a cada quatro minutos uma mulher é agredida no Brasil. E o Tribunal de Contas da União mostra que de 2015 a 2019 houve redução de 80% no orçamento destinado às políticas públicas em favor das mulheres e ao enfrentamento da violência doméstica, sendo que no último ano do período o investimento foi zero.

Desde o início das medidas de isolamento social, motivadas pela pandemia do novo coronavírus, houve um aumento de casos de violência doméstica. O resultado trágico é que muitas vidas estão sendo perdidas. No Brasil, 3.739 mulheres foram vitimadas em 2019. Neste ano, já se divulga um aumento de 22% até agora.

Por conta dessa situação, a ONU Mulheres lançou na sexta-feira, 7, um documento com diretrizes para atendimento em casos de violência de gênero contra meninas e mulheres em tempos de pandemia da Covid-19. O documento traz recomendações para atendimento remoto e reorganização do atendimento presencial, considerando a rede de atendimento a mulheres em situação de violência e as especificidades de resposta no acolhimento às vítimas nos serviços policiais, de saúde, de abrigamento, entre outros.

O evento, em parceria com a União Europeia, ocorreu em celebração dos 14 anos da Lei Maria da Penha, sexta, 7. A iniciativa teve o propósito de ampliar e fortalecer as discussões acerca das políticas públicas voltadas à redução dos efeitos da violência de gênero no Brasil. Para a representante da ONU Mulheres Brasil, Anastasia Divinskaya, a Lei Maria da Penha é mais que uma lei, é um instrumento que salva vidas, além de ser um marco histórico de vitória do movimento de mulheres no Brasil. “Este ano celebramos seu 14º aniversário com as Diretrizes para Atendimento em Casos de Violência de Gênero contra Meninas e Mulheres em Tempos da Pandemia Covid-19, uma pequena contribuição da ONU Mulheres para o enfrentamento da pandemia silenciosa das violências contra mulheres e meninas".

O documento traz orientações e recomendações práticas para auxiliar e garantir o acesso das mulheres às medidas cabíveis nas situações de violência que estejam vivenciando. Recupera princípios éticos no acolhimento às vítimas no contexto das medidas sanitárias para contenção da Covid-19, abordando também as etapas de atendimento em tempos de pandemia.

Estudos parciais sinalizam para um aumento no registro de atendimentos de violência doméstica no telefone 190 e no número de feminicídios no país. Neste sentido, é fundamental que exista inclusão das perspectivas de gênero e raça na elaboração e implementação de todas as medidas para a contenção do novo coronavírus, de acordo com a ONU Mulheres.

E neste domingo, 9, em comemoração ao Dia dos Pais, certamente muitos restaurantes de São Luís deverão receber um grande público. Depois das medidas restritivas devido a pandemia da Covid-19, esses estabelecimentos ainda se recuperam do golpe em suas finanças, por terem ficado vários meses fechados.

Essa recuperação lenta também atinge o comércio em geral, da Rua Grande - principal centro comercial da capital maranhense - e os shoppings, que estão funcionando de acordo com os protocolos de segurança determinados pelo Governo do Estado. A certeza é que esta data deve trazer os primeiros sinais de um desempenho crescente de vendas para o comércio, mesmo não atingindo um patamar satisfatório, de acordo com as expectativas do setor empresarial. Ainda há motivos para comemorar. A todos os pais, um domingo feliz.



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